
Wilko mostrou todo o seu surf na final, pela segunda vez na vida, numa etapa Prime.Foto: Pedro Monteiro
Pela session da manhã, antes do
Quiksilver Saquarema Pro começar, o dia prometia, mas não cumpriu. Mesmo
com as ondas demorando mais do que deveriam, Kai fez seu trabalho para
seguir impune à semifinal. As ondas, longas, poucas, proporcionam
qualquer tipo de manobra. Kolohe, que em 2011 venceu dois 6 estrelas no
Brasil, deixou Alex precisando de 6.51. Alex usou a tática certa, mas
saiu da bateria com apenas uma onda nota 5.00, das quatro surfadas [3
abaixo dos 3 pontos]. O mar traiu o brasileiro.
Wilko X Medina. Achei que a 3ª bateria
das quartas seria mais animada. Wilko, mesmo errando a manobra a caminho
do inside fez 7.33 com manobras sólidas. Medina tentava voar, sem a
prioridade, em tudo que aparecia. Wilko pode ser um fanfarrão, mas não é
bobo, não perderia a prioridade nem que a vaca surfe. Por pouco Medina
não completa um tubo que o levaria à liderança.
Slater já dizia: “nunca deixe as pernas esticadas dentro de um tubo”.
Faltando 5 minutos Wilko dropou. Parecia a boa, mas a onda miou. Era a
hora de Medina fazer os 4.60 enquanto o australiano tentava melhorar o
2.33 da sua somatória em qualquer onda. Tensão geral. Medina entrou
desesperado numa onda ridícula e a série quebrou lá fora. Ninguém pegou.
Matt, pela segunda vez nesse evento, passou com uma segunda nota abaixo
de 3 pontos.
O havaiano Asing teve sua melhor performance como profissional até hoje.Foto: ASP South America/Daniel Smorigo
Mesmo com repertório limitado, Asing não erra muito e seu estilo
havaiano power rende boas notas nas esquerdas de Itaúna. Yeomans é mais
contundente, entuba e manda um cutback de responsa, mas não deu. Melhor
resultado de Nate em 2012. Asing foi para sua 1ª semifinal como
profissional.
Resultado das quartas:Kai Otton 12.77 X Sebastien Zietz 7.48
Kolohe Andino 11.50 X Alex Ribeiro 7.17
Matt Wilkinson 10.26 X Gabriel Medina 8.67
Keanu Asing 12.50 X Nathan Yeomans 12.00
SEMIS
Kai mostra porque é top há 10 temporadas e abre a bateria com uma paulada potente. Depois de 10 minutos Kolohe ainda não havia surfado. Foi na boa, mas enganchou na primeira manobra, prejudicando a nota. Kai responde surfando forte e segue a disputa escolhendo bem as ondas. Ele parece entender Itaúna e o jogo melhor que os outros. Passou fácil pelo jovem americano.
Wilko tem que se desvencilhar de uma fã antes da bateria. Não foi surpresa vê-lo marcar 7.93 em sua primeira onda e depois fechar a fatura com 9.83, melhor nota do evento. Asing tentou, pegou várias, mas foi embora na combi.
Resultado das semis:
Kai Otton 13.00 X Kolohe Andino 4.67
Matt Wilkinson 17.76 X Keanu Asing 10.67
Sem perder nenhuma bateria Kai Otton parecia no caminho certo para o bicampeonato.Foto: ASP South America/Daniel Smorigo

Kolohe teve poucos momentos como esse na
semi. Numa de suas melhores ondas passou por toda a parede sem
conseguir encaixar manobra alguma.Foto: ASP South America/Daniel Smorigo
WILKO TIROU AS CARTAS DA MANGA
O australiano morador de Copacabana [Austrália mesmo] foi mais seletivo, mas a bateria era basicamente um festival de entra e sai em ondas erradas. Até que Matt encontrou a onda certa e acertou três manobras, explodindo no lipe, rasgando no bowl e socando a junção para marcar 9.50.
O australiano morador de Copacabana [Austrália mesmo] foi mais seletivo, mas a bateria era basicamente um festival de entra e sai em ondas erradas. Até que Matt encontrou a onda certa e acertou três manobras, explodindo no lipe, rasgando no bowl e socando a junção para marcar 9.50.
Eu ficaria tenso se fosse Kai Otton,
Outra esquerda, Wilko acertou o lipe em alta velocidade duas vezes, pena
ter errado o layback na junção, mesmo assim somou mais 7.17 mandando
Kai para “comboland”, de onde nunca mais sairia. Daí Wilko deu uma
batida funcional, pegou velocidade e mandou um aéreo rodando, sem as
mãos, cutback forte e junção com o peito estufado [8.93].
Na onda de trás Kai se enganchou todo.
É, estava tenso. Não acertou mais nada e lá se foi o bicampeonato.
Brincando de Medina, Wilko mandou outro rodando, muito invertido, só
para manter o embalo. Estava à vontade e destruiu mais algumas até a
sirene soar.

Com manobras de todo o tipo Wilko encontrou as melhores ondas e deixou Kai em combinaçãoFoto: ASP South America/Daniel Smorigo

Podio do Matt Wilkinson com Kai Otton, Kolohe Andino e Keanu Asing.Foto: Pedro Monteiro
Acho que nem ele imaginava que seria
tão fácil vencer sua segunda etapa Prime na vida. A primeira foi em
2010, na Califa. Aliás, fora isso ele havia vencido apenas um 1 estrela,
em 2006. Nessa final deu tudo certo para Wilkou e tudo errado para Kai.
[18.43 X 8.63]. A próxima etapa Prime rola em Ballito, África do Sul,
de 2 a 8 de julho.
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