Um início inusitado
De forma supreendente, Vicente del Bosque escalou Negredo entre os titulares, na tentativa de dar mais trabalho à defesa portuguesa com um típico jogador de referência. Mesmo sem a mesma mobilidade, a Espanha começou jogando com mais objetividade que o usual, chegando em boas condições no entorno da área adversária. Em uma descida, Iniesta chegou pela esquerda e rolou para o meio da área. Negredo dividiu e a bola sobrou com Arbeloa, que chegou batendo com perigo.
O domínio espanhol, porém, era sutil. Os portugueses devolviam a pressão na mesma moeda, e ainda sabiam explorar bem os problemas de marcação da Fúria. Prova disso é que Cristiano Ronaldo apareceu pelo menos três vezes nas costas de Arbeloa, oferecendo opção interessante. Nani também começou bem, partindo para cima de Alba e levando a equipe à frente.
A Espanha sai do sério
Os lusitanos cresciam à medida que os minutos passavam no relógio. Os meias se adiantavam e combatiam muito, complicando a troca de passes do adversário pela faixa central. Com personalidade, os jogadores passaram a segurar a bola no ataque, diante de um adversário que claramente sentiu a imposição dos comandados de Paulo Bento.
Ronaldo teve a primeira boa oportunidade de Portugal: a marcação adiantada gerou um roubo de bola de Iniesta, o camisa 7 carregou na entrada da área e chutou de canhota, com a bola passando muito perto.
As chances da Fúria rareavam, mas não deixavam de levar algum perigo. Após troca de passes iniciada por Silva, Iniesta recebeu na entrada da área, limpou a marcação e tirou de Rui Patrício, que observou a bola tirar tinta do travessão.
O primeiro tempo perdeu em velocidade quando se aproximou do final, ainda que o clima tenha esquentado após os cartões amarelos de Sergio Ramos e Fabio Coentrão.
O jogo perde ímpeto
Pouca coisa mudou no início dos últimos 45 minutos, a não ser a atitude da Espanha, um pouco mais ligada no jogo. Del Bosque abdicou de sua experiência com Negredo e lançou Fabregas, entrando como 'falso nove' e retomando o estilo de jogo comum à Fúria.
Já Portugal percebeu a mudança, e passou a dosar mais o avanço da marcação. Ainda assim, a saída de jogo do adversário foi pressionada, o que resultou em alguns cenários de gol para os lusos. Em um deles, Hugo Almeida puxou contragolpe e arriscou de longe, sem perigo a Casillas.
Batalha até o final
A Espanha seguiu tentando se impor na partida, sem muito sucesso, assim como Portugal, que também tinha dificuldades para chegar. A partida ficou bastante restrita à intermediária, com muitos disputas que não privilegiaram nenhuma das equipes.
Em cobranças de falta e contragolpes, os lusos eram os que mais se aproximavam de conseguir algo em Varsóvia. Cristiano Ronaldo ganhou diversas faltas na frente da área, sem conseguir mostrar eficiência. Nos últimos instantes da partida, o camisa 7 recebeu bola na esquerda e tinha boas condições de definir, mas também disperdiçou e a partida foi para o tempo extra.
Imposição roja no tempo extra
As mudanças promovidas por Del Bosque no decorrer da segunda etapa, com a entrada de Navas e Pedro como legítimos pontas, fez a diferença no primeiro tempo da prorrogação, já que a Espanha conseguiu se impor. Em grande jogada individual, Alba chegou à linha de fundo e cruzou para Iniesta, que chutou para grande defesa de Rui Patricio. Pouco depois, Sergio Ramos se apresentou para cobrar falta da intermediária e quase surpreendeu.
O segundo tempo transcorreu com o amplo domínio espanhol, e Portugal se segurando como podia. Pedro e Navas seguiram dando dor de cabeça à dupla Pepe e Bruno Alves, sem conseguir vencê-la.
Mais uma decisão da Fúria
Os arqueiros iniciaram defendendo as cobranças de Alonso e Moutinho, até que Iniesta balançou as redes. Pepe cobrou mal, mas também converteu. Piqué e Nani converteram em seguida e a disputa seguiu empatada em 2 a 2, e Ramos bateu de cavadinha para recolocar a Fúria em vantagem. Bruno Alves chutou no travessão e Fabregas, com direito a bola batendo na trave antes de entrar, colocou a Espanha em sua segunda final consecutiva.
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