segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Restrospectiva: os principais fatos do surf em 2012

Gabriel Medina acertou seu primeiro backflip, manobra aumenta expectativa sobre surfista brasileiro para 2013

Esse foi um ano complicado para o mercado. Etapas do CT foram rebaixadas, equipes mudando de logo, tudo por conta da crise. 2013 terá um brasileiro a menos no tour. Heitor Alves, Jadson Andre e Raoni Monteiro perderam suas vagas. Raoni recebeu wild card para ano que vem e está garantido. Filipe Toledo conseguiu sua vaga na raça.

Medina mandou seu primeiro backflip, no Havaí, deixando os gringos ainda mais apavorados com o que ele pode fazer ano que vem. Deixo aqui alguns assuntos que foram relevantes em 2012:

Começamos com o evento mais legal do Brasil, só que ninguém viu. Fevereiro teve a etapa WQS Prime, em Fernando de Noronha. Altas ondas com a espetacular vitória de Minguel Pupo sobre Jean da Silva. Porém a transmissão foi um vexame e o link para assistir ao vivo acabou sendo retirado da página oficial da ASP. Em 2013 o evento não consta mais no calendário da ASP. A etapa Prime, na ilha paradisíaca, perdeu seu patrocinador histórico e talvez volte a fazer parte do Tour, mas só em 2014. Noronha receberá um “festival de surf” para cobrir o buraco. Campeonato brasileiro de surf, longboard e SUP profissionais.

Joel Parkinson, campeão mundial e do Pipe Masters em 2012

Na sequência fomos para Austrália. O WCT começou em Snapper Rocks. Mineiro foi para a final, mas Taj venceu.

Em Maio Medina venceu a etapa Prime em Trestles, Califórnia, sem dar muita chance para ninguém.

Por conta de um corte no pé Kelly Slater não veio ao WCT no Rio de Janeiro, ainda em maio, vencido por John John Florence. Ali começaria o fim do que poderia ter sido seu 12º título mundial. Parece praga do público verde-amarelo. No fim do ano Kelly sentiu falta dos pontos do Brasil e de Teahupoo, onde perdeu para Ricardo dos Santos. Depois perderia, mais uma vez prematuramente para Raoni Monteiro, em Peniche, Portugal. Em Santa Cruz [Califórnia], que voltou a fazer parte do WCT, Slats perdeu para Mineirinho, outra vez. Acabou declarando: “Adriano é um dos, se não, o melhor competidor do circuito”. Disse por que acredita mesmo nisso, mesmo com toda a bronca que reina entre ele e Mineiro. Depois da derrota Slater pegou uma onda e não fez questão nenhuma de desviar de Mineiro, que afundou com sua prancha para não ser atropelado.

Em julho Adriano de Souza, o “Mineirinho”, venceu a etapa de Jefffreys Bay. Mesmo rebaixada à categoria de WQS a taça vale muito na prateleira. Aliás, Mineiro só foi recuperar o troféu e o quadro [na verdade essa obra de arte é o verdadeiro troféu] em novembro, depois de um Tsunami de burocracia na Polícia federal brasileira.

Mas Kelly venceu Medina em junho, na final, em Cloudbreak. Além da excelente volta de Fiji ao calendário, o mar resolveu proporcionar ondas simplesmente históricas. O problema foi a decisão tomada pela ASP. Naquela tarde memorável, o campeonato foi cancelado. Raoni Monteiro saiu do mar depois de ser esmagado por uma onda em Cloudbreak. O show ficou por conta de alguns dos melhores big riders do mundo, que estavam lá esperando essa ondulação. Lapinho foi destaque entre os basileiros. Ainda vai se falar muito dessa decisão da ASP, mas tudo foi transmitido ao vivo e esse foi o maior prêmio que o público poderia ter.

Depois de uma séria arrebatadora de resultados, Filipe Toledo estava garantido no WCT 2013, desde setembro.

Em outubro Julian Wilson conquistou sua primeira vitória no WCT, vencendo Medina nas ondas portuguesas numa das baterias mais polêmicas da história do surf profissional. Até hoje a ASP não se manisfestou diante da verdadeira enxurrada de reclamações que partiram de todas as partes do mundo, mas o fato também se deve a um detalhe: Medina declarou ter sido prejudicado outras vezes, mas não fez uma declaração oficial, escrita e assinada, pedindo algum tipo de explicação à ASP.

Adriano Corintiano de Souza fechou 2012 entre os cinco melhores do mundo

Ainda em outubro, numa ondulação incrivelmente sem vento, Shane Dorian pegou uma dos tubos mais incríveis da história em Jaws. Aliás, Fiji e Jaws transformaram definitivamente esse ano no ano da remada. Nada de Tow In. O line up estava cheio de gente que enfrentou as ondas no braço. Danilo Couto também estava na liderança da turma.

No SUP Renato Wanderley foi campeão brasileiro.

Em novembro, depois de um ano conturbado por contusões, Alejo Muniz fez uma final contra quatro havaianos, em Haleiwa. No final da Tríplice Coroa o catarinense ficou com a 4ª colocação, muito legal para o rookie de 2009. Medina ficou com a segunda colocação, melhor resultado de um brasileiro nesse Grand Slam do Surf.

Num ano bem complicado para a indústria do surfwear a Nike comunicou sua saída do surf. A marca que vinha investindo forte em eventos e equipe deixou seus atletas com o logo da Hurley no bico, já que essa é da própria Nike.

O Pipe Masters foi vencido pelo campeão mundial de 2012, Joel Parkinson, depois de ter batido na trave em quatro oportunidades, 2002/04/09/11. Sim, com a derrota de Kelly Slater na semifinal, contra Josh Kerr. O australiano, em seu 11º ano de Tour, já entrou na final como campeão. Continuou embalado e venceu o Pipe Masters. Dois títulos inéditos num só dia. Joel chegou à última etapa como líder do circuito, mas não havia vencido nenhuma etapa. Vencer o título, com a vitória na última etapa, foi o carimbo que todos esperavam no caneco dele.

Um pouco antes de Adriano de Souza terminar o ano entre os 5 melhores do mundo fechou um contrato com o Corinthians. Além disso, a marca que o apoiou em todos esses 6 anos na elite deve ser trocada por outra em breve.

Leco Salazar foi campeão mundial de SUP, derrotando Caio Vaz nas ondas das Ilhas Virgens Britânicas, depois de, como já se torna praxe, reclamar muito do resultado na etapa brasileira, realizada às pressas em Itamambuca [SP], depois que os organizadores originais abandonaram o projeto.

Messias Felix, que já havia levado o título de campeão brasileiro em 2009, venceu novamente. Falando nisso, a primeira etapa do Circuito Brasileiro de surf Profissional será em Noronha, só não sei se há outras programadas para o resto do ano.

Décimo segundo título mundial não veio para Kelly Slater em 2012

Para fechar o ano alguns dos melhores big riders do mundo estiveram em Cortes Bank, 160 km para fora de San Diego, na Califórnia. As previsões se confirmaram e ondas enormes quebravam sem vento para dois dias de surf na remada. Greg Long, conhecido como um dos mais aptos a surfar esse tipo de onda, ainda vai pegar a tal onda de 100 pés, mas não foi dessa vez. No fim de tarde do dia 20 de dezembro ele tomou um caldo depois de ser rabeado por Garret McNamara, que não o viu entrando na onda. Depois de sobreviver à bomba tomou mais duas, sem conseguir subir. Foi resgatado, vomitando água salgada e sangue, mas, depois de ser levado de helicóptero ao Hospital da Universidade da Califórnia, passa bem.

A ASP deve mudar muita coisa para 2013, o circuito de ondas grandes deve sofrer uma reformatação, assim como alguns modelos de pranchas, mas isso tudo a gente discute ano que vem. Boa virada de ano, muita felicidade e saúde.


Primeira vitória de Julian Wilson entrou para história da ASP pela polêmica envolvendo resultado

FONTE: ESPN

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