quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Contra a Inglaterra, Brasil inicia nova 'era Felipão' por título mundial em casa



Em 1º de julho de 2001, Luiz Felipe Scolari realizou seu primeiro jogo à frente da seleção brasileira com a incumbência de classificar o país para a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão. Aos trancos e barrancos - e com um desastre na Copa América pelo caminho -, a equipe canarinho conseguiu a vaga sob desconfiança, mas posteriormente sagrou-se campeã mundial.

Em 6 de fevereiro de 2013, ou 11 anos e seis meses depois, Felipão retorna ao comando do Brasil para um desafio ainda maior. Nada de eliminatórias sofridas, jogos na altitude ou possibilidade de perder o Mundial. Desta vez, "a Copa é nossa". E o desejo dos milhões de torcedores de gritar "é campeão" em casa fica imenso.

O segundo capítulo de Luiz Felipe Scolari como treinador da seleção brasileira começa nesta quarta-feira, às 17h30 (de Brasília), no lendário Estádio de Wembley, contra a Inglaterra. Um de seus adversários preferidos, já que eliminou os ingleses na campanha de 2002 e também com Portugal em duas competições consecutivas.

E a pressão se inicia logo de cara. Calejado, vitorioso, mas com poucas conquistas nos últimos anos, Scolari assume na vaga de Mano Menezes, demitido quando começava a dar uma cara à equipe. Para que tudo dê certo, Felipão quer que o jogo contra a Inglaterra já defina boa parte dos jogadores que estarão na Copa das Confederações, evento-teste no Brasil em 2013, e por consequência no Mundial do ano que vem. E após passagem em terras lusitanas, Felipão sabe bem como é ter a pressão de atuar uma competição em casa.

"A semelhança que eu vejo nesta minha volta à seleção brasileira com Portugal é de que somos o país da Copa. Em 2004, nós eramos em Portugal o país que sediava a Euro, com uma pequena diferença de acreditar na nossa equipe, pois em 2002 a seleção não tinha se classificado à próxima fase do Mundial. Em 2010, a seleção brasileira não passou para a semifinal. No Brasil, nós vamos jogar 12 ou 13 jogos em 2013. E em 2014 só vamos ter um jogo, então tem que montar a base agora", afirmou o treinador brasileiro em entrevista coletiva.

Em 2004, Portugal acabou com o vice-campeonato de uma Eurocopa inesquecível, mas para Felipão é o momento do Brasil ganhar. "A semelhança com Portugal é a de que o povo acredite na seleção, no objetivo principal, que é ser campeão mundial em 2014. A população teve gosto pela seleção de Portugal em 2003, e é o que estamos passando para o Brasil. A Alemanha jogou duas Copas em casa, ganhou uma. A Itália também. Nós já perdemos uma, então é nossa hora de ganhar", disparou.

Para esse início de trabalho, o treinador chamou jogadores mais experientes para encorpar o elenco nacional. Júlio César e Ronaldinho Gaúcho estão de volta e são considerados líderes para Felipão. Responsabilidade que ambos não fogem.

"É bom chegar a um lugar e ser respeitado. Assumo a responsabilidade. Estou pronto para ajudar, com tudo aquilo que já vivi na seleção e no futebol. Sempre me coloquei à disposição", disse o jogador do Atlético-MG, que alcançará a marca de 100 jogos com a seleção caso se confirme sua entrada em campo.

O atual goleiro do Queens Park Rangers já afirmou que sua história na seleção ainda está aberta, depois da derrota amarga sofrida para a Holanda na Copa de 2010. Para isso, aposta na experiência como trunfo para garantir a titularidade. "É uma posição que não está definida. É uma nova oportunidade, estou bastante confiante. Ter jogado mais de 60 jogos pela seleção e ter trabalhado com Felipão e Parreira me fortalece”, afirmou.

Pelo lado inglês, o técnico Roy Hodgson teve três desfalques nesta semana: o volante Michael Carrick e os atacantes Jermaine Defoe e Daniel Sturridge. Assim, ele apostará em Wayne Rooney e Theo Walcott na frente. Outro que alcançará marca centenária por sua seleção nesta quarta é o lateral-esquerdo Ashley Cole. O duelo é festivo também para a federação inglesa (FA): inicia as comemorações dos 150 anos de sua fundação.

E os ingleses já sabem com quem tomar cuidado: Neymar. Pelo menos é o que falou o mais experiente do English Team, Steven Gerrard. "Com certeza é um jogador que vamos ter que marcar muito bem na quarta-feira", admitiu o jogador do Liverpool. Questionado se o atacante do Santos teria mais visibilidade se atuasse na Europa, Gerrard respondeu: "O menino tem direito de tomar as decisões dele. Mas eu, como um fã que segue de perto e já vi o talento que ele tem, adoraria vê-lo na Europa, talvez na Premier League, quem sabe”.


FONTE: ESPN

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