Ney Franco já recorreu a 18 dos 21 jogadores que tem para o setor, mas o São Paulo-2013 continua um caos na defesa, não importando o goleiro, a dupla de zaga, laterais ou volantes escolhidos. É um problema geral do sistema e não resume-se apenas à escalação ou não de Rodholfo ou Rafael Toloi, como tem sido discutido.
Já são 15 gols sofridos em 10 partidas no ano, média de 1,5 por jogo, o que vale dizer que o time tem a defesa mais vazada que 18 clubes da elite nacional - o Santos também toma, em média, 1,5 gol por confronto. O Cruzeiro é o mlehor no quesito - fez três duelos e foi vazado apenas uma vez.
Na última quarta-feira, foram duas as bolas que Rogério Ceni teve que buscar no fundo das redes diante do São Caetano, lanterna do Paulista, e a vitória por 4 a 2 só aconteceu após a entrada de Wellington na vaga de Maicon e por conta de uma noite inspirada dos atacantes, especialmente Luis Fabiano.
"Por estar tão bem na partida, pecou e começou sair todo mundo para o ataque, apoiando os dois laterais, volantes ao mesmo tempo e deixou zagueiros expostos. Caiu de rendimento por causa disso, achou que o jogo estava sob controle e em dois contra-ataques deixamos a equipe deles crescer", disse o treinador após o triunfo em São Caetano do Sul.
Mas os números mostram que o problema não é pontual. De todos os atletas que dispõe para o sistema defensivo no elenco, Ney Franco só não usou os terceiro e quarto goleiros, Leo e Leonardo, e o zagueiro Luiz Eduardo. No mais, já deu chances até a João Filipe, quinta opção entre os defensores e que atuou como lateral direito diante do Guarani.
O esquema também já variou, ora no 4-3-3, ora no 4-4-2. Nada parece adiantar, e o São Paulo só não tomou gol em três dos 10 jogos que fez na temporada - contra Mirassol, Bolívar-BOL e Ponte Preta. Dessas partidas nas quais não foi vazado, só não levou sustos diante dos bolivianos, no jogo de ida, no Morumbi, pela fase pré-grupos da Libertadores da América.
Individualmente, Toloi e Rhodolfo têm errado muito, assim como o pentacampeão Lúcio, que não cansa de se aventurar no ataque e deixar espaços, seja pelo buraco que deixa, seja pelos passes errados na saída de bola.
Os volantes também não ajudam. Wellington começou o ano longe de apresentar o poder de marcação do segundo semestre de 2013, e Maicon, quando entra, até por característica, ajuda mais na parte ofensiva que na defensiva. Denilson tem sido a exceção, mas sozinho não consegue proteger as lacunas dos zagueiros e dos laterais - Paulo Miranda, Douglas, Cortez e Thiago Carleto cansam de tomar bolas nas costas.
O problema pode estar, também, na falta de manutenção do time titular de um jogo para outro, já que Ney Franco não repetiu a formação inicial por pelo menos duas partidas seguidas nenhuma vez em 2013. Ney Franco não vê problema nisso.
"Não existe esquema favorito. Jogamos hoje com uma disposição diferente no meio. No próximo, se achar que vai ser dessa forma, vamos jogar assim. Se precisar mudar, muda", disse o treinador.
O caos defensivo do São Paulo em 2013
Tomou 15 gols em 10 jogos
Média de 1,5 gol sofrido por jogo (é a pior entre os clubes da elite nacional, ao lado do Santos)
18 dos 21 jogadores de defesa do elenco (85,7%) já foram usados
O desempenho defensivo dos demais 19 clubes da elite nacional em 2013
Atlético-MG - 4 gols em 3 jogos
Atlético-PR - 9 gols em 9 jogos
Bahia - 8 gols em 6 jogos
Botafogo - 5 gols em 7 jogos
Corinthians - 8 gols em 9 jogos
Coritiba - 3 gols em 9 jogos
Criciúma - 8 gols em 6 jogos
Cruzeiro - 1 gol em 3 jogos
Flamengo - 3 gols em 7 jogos
Fluminense - 9 gols em 8 jogos
Goiás - 4 gols em 7 jogos
Grêmio - 12 gols em 12 jogos
Internacional - 5 gols em 8 jogos
Náutico - 6 gols em 7 jogos
Ponte Preta - 5 gols em 8 jogos
Portuguesa - 3 gols em 8 jogos
Santos - 12 gols em 8 jogos
Vasco - 10 gols em 7 jogos
Vitória - 10 gols em 8 jogos
FONTE: ESPN
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