sábado, 9 de março de 2013

Prejudicado em 2009, Coritiba adverte Palmeiras contra pressão e fala em 'convicção' no afastamento de organizadas



Nas entrelinhas, o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, compreendeu a pergunta. Não falou abertamente, mas se disse preparado para tudo ao ser indagado sobre a pressão que acompanharia a sua decisão de pôr fim às regalias das organizadas depois dos incidentes desta quinta-feira, no retorno da partida contra o Tigre, pela Libertadores.
“Não funciono na base da pressão. Sei o que você está falando, vai existir pressão, mas paciência. Não vou mudar minha conduta por conta disso”, respondeu, em entrevista coletiva.

Um exemplo do que o mandatário deverá enfrentar daqui para frente pode ser dado pelo presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.

Após a batalha campal contra o Fluminense, em 2009, que gerou um prejuízo de R$ 1,5 milhão na recuperação do Couto Pereira e sacramentou o rebaixamento para a Série B do Brasileiro, o então vice-presidente da equipe paranaense participou da decisão que proibiu o acesso ao estádio de torcedores com roupas ou acessórios que identificassem qualquer torcida organizada do clube ou mesmo de adversários.

“O Coritiba foi o primeiro time a tomar uma atitude nesse sentido. A gente até sofreu processos por parte de elementos da uniformizada porque rompemos. Pagamos um preço alto, fomos criticados e sacrificados até mesmo por segmentos da imprensa que defendiam o papel da torcida”, relembra aoESPN.com.br.

Vilson Ribeiro acredita não ser fácil a posição do Palmeiras, mas cita o caso do Coxa para reforçar a necessidade do time paulista manter a sua posição.

“Fomos pressionados no início, no entanto, entendemos que era o único caminho. Tivemos a convicção do que tínhamos de fazer. Dentro dela, suportamos a pressão e a sociedade e os torcedores foram reconhecendo o nosso esforço”, comenta.

Hoje, a paz entre o Coritiba e suas torcidas organizadas se encontra selada. Em dezembro do ano passado, o presidente esteve até mesmo presente na festa de 35 anos da principal facção ligada ao clube. Ele chama a atenção para a série de medidas firmadas nessa retomada, com o cadastro de torcedores, nenhum subsídio financeiro e assinatura de termo de responsabilidade.

“O Coritiba tem atualmente uma relação fria com elas. O que fizemos na época foi uma ação muito forte. Eles sabem que qualquer coisa que acontecer serão responsabilizados por seus atos”, afirma.

Assim como o colega palmeirense, Paulo Nobre, Vilson Ribeiro enxerga na generalização um detalhe a ser observado com cuidado. “É algo muito difícil. São situações que você tem que avaliar muito bem. Quantas pessoas foram para a Argentina? Quantas pessoas cometeram a agressão? De repente a gente generaliza. São 5 ou até 10 torcedores que auto-intitulam justiceiros e acabam contaminando uma torcida imensa”, pondera.

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