Artilheiro, ovacionado, camisa 9 e dois gols na final: Fred pegou a Espanha

Frederico Chaves Guedes. 29 anos. Artilheiro do Brasil. Dois gols na final. Artilheiro da Copa das Confederações de 2013.

Caso o camisa 9 da seleção brasileira queira utilizar as inscrições acima em um cartão de visitas, está liberado. Finalizador implacável com a bola. Um verdadeiro monstro sem ela. Um capitão sem faixa. Desde a saída de Ronaldo, em 2006, talvez o posto de artilheiro do Brasil estivesse vago. Em sua volta ao comando da seleção, Luiz Felipe Scolari parecia entender que precisava do artilheiro do qual Mano Menezes abriu mão. Fred ocupou o posto a caráter.

Atacante dos bons, daqueles que não descansa. Está sempre ligado. Tanto que foi necessário pouco mais de um minuto de jogo para ele vazar a defesa espanhola, invicta em mata-matas desde 2009, na última Copa das Confederações, na África do Sul. Bola na área. Arbeloa e Piqué se rebatem. Casillas avança. Fred, caído, consegue tocar para o gol. O Maracanã explode com o artilheiro, de braços abertos, no carinho da massa.

Ao lado de Neymar, Fred explode no primeiro gol brasileiro

Geralmente, Fred é adepto do trote. Da boa colocação. Neste 30 de junho de 2013, foi diferente. Inflamado desde o início do hino nacional, quando deu saltos de quem não conseguia se conter de ansiedade, o camisa 9 não cansou de se movimentar. Deu carrinho, gesticulou, cobrou o árbitro. Um líder como necessitam as grandes seleções.

Houve tempo até para que o artilheiro da Copa das Confederações perdesse gol feito, ainda no fim da primeira etapa, após passe açucarado de Neymar. Casillas, a seus pés, abafou o que seria o segundo de Fred. Mas, minutos depois, não conseguiu segurar um petardo de Neymar. E o camisa 9 correu para abraçar o garoto prodígio da seleção.

O intervalo veio e Fred, exausto, desceu as escadas. Havia ainda a metade da final no Maracanã. Faltava, ainda, um gol para igualar o rival Fernando Torres, que tinha cinco na competição. Em dois minutos de segundo tempo, não faltava mais. Lançamento de Hulk, deixada de Neymar, finalização primorosa de Fred, de primeira, no cantinho esquerdo de Casillas. Brasil 3 a 0, Fred artilheiro da competição com cinco gols, o mesmo número de Torres, que, convenhamos, marcou quatro deles contra o inofensivo e amador Taiti.

Aos 30 minutos do segundo tempo, Daniel Alves tocou para Fred na grande área. Esgotado, o camisa 9 tentou a última chance para ser artilheiro isolado. Travado na hora do chute, não conseguiu. As forças tinham se esgotado.

Aos 34 minutos, Felipão sacou o artilheiro para a entrada de Jô. Cansado, trotando, Fred deixou o gramado ovacionado pela torcida no Maracanã. Sorridente, cumprimentou a todos com palmas. O Brasil tem, de novo, o artilheiro da Copa das Confederações, posto que já foi de Romário e Luis Fabiano há anos. O time de vermelho até tentou pará-lo. Mas não deu.

É, Espanha. O Fred te pegou.

FONTE: ESPN