quinta-feira, 19 de junho de 2014

Leões domados: terror na bola aérea e nenhum gol marcado antes do Brasil


A eliminação de Camarões ao ser derrotado por 4 a 0 pela Croácia, nesta quarta-feira, em Manaus, logo suscitou uma questão referente ao jogo contra o Brasil, segunda-feira, em Brasília: Camarões poderia jogar sem grande interesse pela vitória, o que facilitaria? Ou se torna um adversário mais perigoso justamente por atuar sem pressão pela classificação? Um fato é concreto, independentemente de qual for a resposta: os Leões Indomáveis estão domados. E estiveram longe de rugir no Mundial. (Veja os gols croatas no vídeo ao lado).

Primeiro, foi a atuação apagada diante do México. Depois, frente aos croatas, uma série de deficiências em todos os setores: o goleiro Itandje falhou e demonstrou insegurança, as bolas aéreas foram um verdadeiro terror, Song foi expulso e não enfrenta o Brasil, Aboubakar substituiu Eto’o e teve até um ou outro bom lance, mas o único destaque foi Moukandjo. Para completar, o visível abatimento dos jogadores foi a tônica da zona mista depois do adeus ao Mundial.

Nos dois jogos da Copa, Camarões sofreu cinco gols - um diante do México, quatro da Croácia - e não fez nenhum, o que reflete bem o baixo poder ofensivo e os problemas defensivos da equipe.

- Qualquer seleção que jogar com o Brasil vai querer ganhar. Pode facilitar um pouco (o fato de Camarões estar eliminado), mas com a seleção brasileira sempre é o jogo da vida – analisou Roberto Carlos, que foi comentarista da TV Globo no jogo entre Camarões e Croácia.

Camarões atua com linha de quatro na defesa e avança 
marcação até o meio-campo (Foto: Janir Junior)

Um lampejo nos primeiros minutos do jogo com a Croácia deu a falsa impressão de que Camarões poderia ter uma atuação melhor do que na derrota por 1 a 0 para o México, na estreia. O time comandado por Volker Finker usou a lateral direita, com Moukandjo, para chegar ao ataque. Veloz e arisco, Aboubakar aproveitou a mesma faixa de campo para pedalar e tentar a finalização.

Mas o ímpeto camaronês durou pouco, muito pouco. Jogando com uma linha de quatro jogadores na defesa - mas antecipando a marcação até o meio-campo -, a zaga começou a ter buracos. Capitão no lugar de Eto’o, Nkoulou não se furtava de dar chutões para longe. O gol da Croácia, aos 10 minutos, mostrou que Mbia não acompanhou Olic. Mbia, que chegou a ter sua titularidade questionada pela imprensa internacional, teve atuação apagada. E o time desandou de vez.

Dificuldade na bola aérea e expulsão



O gol desajustou Camarões e deixou ainda mais expostas as graves deficiências da equipe. Toda bola alçada na área de Itandje era momento de tensão para o time de Finker. A Croácia levava vantagem na extrema maioria. Desorgarnizado, o time viu o que era ruim ficar ainda pior quando, aos 39 minutos, Song deu um soco nas costas de Mandzukic e foi expulso sem mesmo ter levado cartão amarelo. Um retrato do desequilíbrio (veja no vídeo acima).

Gols em erro e na bola aérea

Uma reposição errada do goleiro Itandje, que demonstrou insegurança durante toda a partida, resultou no gol de Perisic. Já o terceiro gol se desenhou ao longo de toda a primeira etapa: nasceu da bola aérea. Depois de cobrança de escanteio, Mandzukic não teve dificuldade de subir mais do que Moting para 3 a 0.

A cada gol, Camarões dava mais espaço e, apesar de ainda lutar, não conseguia superar as próprias deficiências. O quarto gol, de Mandzukic, saiu depois de toques de bola, buracos na zaga, rebote do goleiro. Completamente sozinho, o atacante croata só empurrou para o fundo da rede. E jogou Camarões no fundo do poço antes do jogo com o Brasil.

Já nos acréscimos, Assou-Ekotto e Moukandjo discutiram asperamente em campo. Ekotto deu uma cabeçada no companheiro. Assim como na expulsão de Song, um novo retrato do desequilíbrio também emocional.

- Um resultado como esse é uma vergonha para Camarões - resumiu o técnico Finker.

FONTE: GLOBO ESPORTE

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