sábado, 16 de agosto de 2014

Técnica x Tática: EUA e Brasil buscam evolução em amistoso para o Mundial

Rubén Magnano orienta seu jogadores em treino em Chicago. Ele quer utilizar o amistoso contra os EUA para dar entrosamento ao seu time (Foto: Fabio Leme)
Rubén Magnano orienta seu jogadores em treino em Chicago. Ele quer utilizar o amistoso contra os EUA para dar entrosamento ao seu time e criar algumas variações táticas (Foto: Fabio Leme)

O amistoso entre EUA e Brasil na noite deste sábado, em Chicago, às 22h (Brasília), no United Center, com transmissão do SporTV e em Tempo Real no GloboEsporte.com, colocará frente a frente duas seleções em fase de preparação para a Copa do Mundo da Espanha, que se iniciará daqui a exatas duas semanas. Mesmo vivendo momentos diferentes às vésperas da competição, o discurso adotado pelos treinadores é o mesmo: encorpar a equipe.

Com apenas uma semana de trabalho - somados os dois períodos de treinos -, o plantel americano tenta deixar para trás seus problemas envolvendo o pedido de dispensa por parte de suas principais estrelas e da traumática lesão de Paul George, no único teste dessa seleção até agora. Do lado brasileiro, o grupo já vem trabalhando junto há quase um mês e realizou dois torneios, tendo vencido um no Rio de Janeiro e ficado em segundo em outro, disputado na Argentina, que levou o título. Em seu quinto teste, Rubén Magnano ainda busca o melhor entrosamento e variáveis táticas. Vencer os favoritos ao título Mundial, neste momento, seria uma consequência do que vem sendo feito no dia a dia.

- Nesta fase de preparação, o que queremos ver é a rotação, se as trocas que fazemos mantêm um nível de jogo importante e situações táticas. Não é fácil falar do nível de trabalho com tão pouco tempo de treinamentos, mas estamos fazendo um trabalho bom, importante. Já tive experiências positivas e negativas durante um período de preparação, mas o que tenho que passar para eles é o foco que precisam ter. Queremos ganhar, é verdade, mas não podemos esquecer que é um jogo de preparação. Não tenho medo de ser derrotado, nada disso, o que vale é chegar no ponto na estreia contra a França – explicou.

A vitória que passou entre os dedos dos brasileiros no Mundial de 2010, em uma surpreendente apresentação dos comandados de Rubén Magnano, agora é tida como um placar possível.

- É viável, não sei se vai acontecer, se vamos jogar de igual para igual. Talvez, nossa vantagem seja que estamos jogando juntos há muito tempo. Os Estados Unidos têm suas seleções passando por renovações ano após ano, não têm o hábito de jogarem juntos. Também entra mais o ego, que é comum deles. Fica mais difícil formar uma equipe sólida. Eles têm a vantagem física e técnica maior do que a dos outros times. Temos que vencer na tática e tirar proveito da falta de entrosamento deles - opinou Marcelinho Huertas, que por pouco não levou a partida de quatro anos atrás para a prorrogação em um arremesso que rodou no aro e saiu, restando três segundos para o fim.

Splitter crê em jogo individual dos EUA contra o coletivo brasileiro
 (Foto: Fabio Leme)

O duelo promete ser de duas escolas distintas de basquete. Sem estarem com o jogo coletivo pronto, os EUA vão apostar na qualidade técnica de seus valores individuais diante de um Brasil que buscará basear seu jogo no coletivo, com paciência e inteligência.

- Não sei como eles vão jogar juntos, mas sei que vão correr muito, tentar o jogo um contra um, com muito físico. Bem diferente da gente, que vai priorizar o trabalho de cinco contra cinco - detalhou Tiago Splitter, primeiro brasileiro a ser campeão da NBA.

A homogeneidade do Brasil é destacada também por Mike Krzyzewski. Ele vê o seu oponente com um garrafão forte e arremessadores experientes ao contrário de sua equipe, que vai ter a primeira prova de fogo contra uma seleção que também estará no Mundial. Seu objetivo principal é "construir um time".

- O Brasil vem treinando há mais tempo e vai para o seu quinto jogo (nesta fase de preparação). Eles jogam juntos há anos, e nós não temos essa continuidade. Temos que construir um time em um período curto de tempo. A questão do meu time não é que ele é novo, ele é novo junto. O Brasil sabe disso e todas as seleções do mundo sabem disso melhor do que nós - declarou, referindo-se ao fato de apenas um jogador - Kyle Korver - ser acima dos 30 anos e só cinco dos 16 atletas do elenco terem experiência pela seleção em campeonatos internacionais.

Coach K, à esquerda, conversa com Thibodeau, técnico dos Bulls e seu assistente nos EUA (Foto: Fabio Leme)

E falta de tempo e entrosamento não são os únicos problemas de Coach K. Nesta semana, o treinador teve que administrar mais baixas. Na atividade de quinta-feira, o pivô DeMarcus Cousins, do Sacramento Kings, se chocou com Kenneth Faried, do Denver Nuggets, e teve que sair carregado de quadra. Uma ressonância magnética foi feita e nenhuma lesão constatada, mas o camisa 36 está fora do amistoso deste sábado. Já o ala-pivô Anthony Davis apareceu no treino desta sexta-feira com torcicolo e depende de como reagirá ao quadro para saber se enfrenta o Brasil.

Presença certa no amistoso será o armador do Chicago Bulls e "dono da festa" Derrick Rose. Após ficar afastado das quadras por toda esta temporada, por conta de uma cirurgia no joelho, D-Rose será o jogador mais festejado quando entrar no United Center. Se os fãs estão ansiosos para vê-lo voltar a atuar, o próprio atleta se diz tranquilo.

- Sinceramente, não estou ansioso. Estou feliz de estar aqui, em minha cidade, na frente das pessoas que gostam de mim e com vontade de me ver de volta. Não sei quanto tempo vou jogar, mas sei que tenho que jogar o mais duro possível que eu consiga, nem que seja uns dois, três ou quatro minutos - afirmou o mais requisitado pelos jornalistas durante os treinos.

"Dono da casa", Derrick Rose volta a jogar em Chicago após uma temporada ausente por lesão (Foto: Fabio Leme)

FONTE: GLOBO ESPORTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário