quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Rebaixada por agência, Unimed deixou Flu após crise e previsão de dívida de R$ 1 bi

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A Unimed insiste em afirmar que o fim da parceria de 15 anos com o Fluminense se deveu simplesmente a questões de estratégia de marketing. Mas a empresa enfrenta mesmo graves dificuldades financeiras. Pelo menos é o que aponta um relatório realizado recentemente pela agência de risco Fitch Ratings. Por conta dos sérios problemas, a Unimed-Rio acabou rebaixada de categoria. Anteriormente cotada como pela agência com "A+", agora a cooperativa é classificada como "A-". E a Fitch avisa: novos rebaixamentos podem ocorrer caso o lado financeiro não se recupere em breve. Uma das opções para aliviar o caixa é negociar craques bancados no Fluminense, como o atacante Fred.

O relatório foi mais um ingrediente para aumentar a pressão sobre Celso Barros com os gastos no futebol tricolor. A preocupação com a saúde financeira da empresa é grande. A Fitch destaca que o novo hospital da empresa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi construído em 2013 ao custo de R$ 250 milhões. Foram R$ 80 milhões a mais do que o esperado inicialmente, todos provenientes do caixa da empresa, e que, até agora, ainda não deram retorno. A Fitch justifica o rebaixamento da Unimed-Rio na avaliação.

"O rebaixamento dos ratings da Unimed-Rio reflete a forte deterioração do perfil financeiro da companhia, evidenciada, sobretudo, por uma significativa e inesperada elevação de seu risco de financiamento", diz um trecho do documento.

A dívida total da empresa tem números grandiosos. No fim de 2013, ela atingiu a soma de R$ 856 milhões. Deste montante, R$ 441 milhões, ou 52%, apenas referentes ao débito da Unimed Participações, segmento da empresa criado em 2010 para viabilizar o financiamento de projetos de expansão do grupo. A previsão da totalidade de dívidas para este final de 2014, de acordo com a agência de risco, é ainda maior: R$ 1,1 bilhão.

A Ficth indica caminhos para a Unimed-Rio seguir e se livrar do momento difícil: reduzir fortes pressões financeiras de curto prazo e reequilibrar necessidades de pagamento. Apenas no contrato com o Fluminense, a cooperativa deveria investir, no mínimo, R$ 15 milhões por ano. Em 2014, este valor foi superado, chegando próximo à casa de R$ 25 milhões. Pressionado pelos cooperados, Celso Barros optou por encerrar o contrato antes do seu fim, em 2016.

A previsão da agência de risco é que a alavancagem líquida da Unimed-Rio, ou seja, a relação entre o endividamento líquido e a arrecadação líquida da empresa, chegará a cerca de quatro pontos. Quanto menor o índice, mais saudável financeiramente está a empresa. De acordo com especialistas econômicos, uma pontuação acima de dois pontos de alavancagem líquida indica fragilidade nas finanças e risco de colapso. Dentro da cooperativa, o conselho pressiona para que os contratos de Fred, Wagner, Conca, Cícero e companhia não continuem mais a onerar o caixa.

Publicamente, Celso Barros garante que os acordos serão cumpridos, mas deixou brecha para que negociações sejam feitas. No caso de Fred, por exemplo, a cooperativa deixaria de bancar 80% do alto salário do centroavante, com contrato até o fim de 2015, e ainda lucraria os mesmos 80% de uma negociação. O preço pedido pelo capitão tricolor, por exemplo, gira em torno de cinco milhões de euros (cerca de R$ 16 milhões). Procurada para comentar o relatório da Fitch e se as dificuldades financeiras teriam relação com o fim da parceria, a Unimed-Rio respondeu via assessoria:

"O encerramento do patrocínio foi fruto de uma revisão da estratégia de marketing da empresa, que terá investimento reduzido e orientado para outras frentes de atuação. Os contratos serão honrados dentro das condições e particularidades de cada vínculo"




FONTE:ESPN

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