A disputa verde e amarela também contou com a presença de Jadson André, Alejo Muniz e Wiggolly Dantas, o mais novo represente do "Brazilian Storm" na elite. A competição serviu como preparação para o Circuito Mundial de 2015, que começou com a etapa da Gold Coast australiana, atualmente em andamento.
- Esta é uma das melhores edições do "Nas Ondas" por ser aqui no Havaí. Estou feliz por ter vencido. Estou morto - disse Filipinho, o rei do "Nas Ondas".
O arquipélago isolado no Oceano Pacífico, composto por oito ilhas principais, teve como palco a ilha de Oahu, a capital do país e do surfe. "Paraíso, água clara, um lugar especial", disse Medina, que escreveu o seu nome na história no mar de Pipeline, colocando o Brasil no topo do mundo, em dezembro do no ano passado. Ali perto, a cerca de quatro quilômetros do lendário pico, está a praia de Waikalea, na baía das tartarugas, em frente a um hotel de luxo. Um teatro a céu aberto para o espetáculo dos surfistas brasileiros, em um dia de sol e céu azul na "terra do arco-íris".
- Estamos entre amigos, temos que saber administrar a amizade com a competição - ponderou Pupo.
Segundo da direita para a esquerda, Filipe festeja com os companheiros (Foto: Reprodução)
Após as primeiras três baterias, homem a homem, os vencedores carimbaram a vaga na decisão. Vale lembrar que contam apenas as duas melhores notas para a pontuação final de cada surfista. Na fase classificatória, Filipe derrotou Wiggolly, Pupo venceu Jadson, e Medina despachou Alejo. O argentino naturalizado brasileiro foi uma espécie de anjo da guarda para Gabriel em Pipeline, quando eliminou os seus dois concorrentes ao título mundial, o americano Kelly Slater e o australiano Mick Fanning. Os juízes do "Nas Ondas" foram os surfistas Pedro Scooby, Bruno Santos e Teco Padaratz.
- O mais divertido foi surfar ondas que a gente não está muito acostumado. Não tinha lugar melhor - completou Alejo, que não conseguiu permanecer na elite este ano e terá de disputar as etapas da Divisão de Acesso (QS) para voltar ao seleto grupo dos melhores do mundo.
Após as primeiras três baterias, homem a homem, os vencedores carimbaram a vaga na decisão. Vale lembrar que contam apenas as duas melhores notas para a pontuação final de cada surfista. Na fase classificatória, Filipe derrotou Wiggolly, Pupo venceu Jadson, e Medina despachou Alejo. O argentino naturalizado brasileiro foi uma espécie de anjo da guarda para Gabriel em Pipeline, quando eliminou os seus dois concorrentes ao título mundial, o americano Kelly Slater e o australiano Mick Fanning. Os juízes do "Nas Ondas" foram os surfistas Pedro Scooby, Bruno Santos e Teco Padaratz.
- O mais divertido foi surfar ondas que a gente não está muito acostumado. Não tinha lugar melhor - completou Alejo, que não conseguiu permanecer na elite este ano e terá de disputar as etapas da Divisão de Acesso (QS) para voltar ao seleto grupo dos melhores do mundo.
Embalado pelo título na Costa Rica, Filipe Toledo entrou impondo respeito, encontrando logo uma onda para aplicar um aéreo, uma de suas especialidades. O paulista de Ubatuba mostrou um surfe moderno e ousado, levando 4,67. Em seguida, o jovem de 19 anos pegou outra onda, deu uma rasgada (quando o surfista, depois da cavada, vai em direção à crista, mas, antes de chegar lá, muda de direção, voltando à base), porém, na hora da batida, quebrou a prancha. Ainda assim, ganhou 5,50 e chegou a 10,17. O pai, Ricardo Toledo, que assistia a tudo de perto, apareceu rápido para lhe dar uma reserva: "Quando eu ouvi o estalo, fui lá trocar a prancha".
Filipe Toledo, bicampeão do "Nas Ondas"
(Foto: Reprodução)
PUPO DERROTA JADSON EM DISPUTA ACIRRADA
O Miguel só tem essa cara de bonzinho. Na água, ele é um monstro"
Jadson André
Miguel Pupo abriu a disputa com um "floater" (manobra em que o surfista, depois dar uma cavada na base, vai até a crista e passa por cima da onda, como se estivesse flutuando, voltando em seguida para a base), mas não pôde realizar outro movimento, pois a onda se fechou rápido: 2,17. A natureza não estava cooperando com os competidores e eles demoraram a encontrar uma boa ondulação. Jadson conseguiu dar uma rasgada e um "cutback", ganhando 3,33. O potiguar percebeu uma onda no horizonte, mas Pupo usou a prioridade, entrou e fez duas manobras. Os juízes deram 2,90 e o paulista ampliou para 7,40. Jadson teve paciência e entrou com agressividade em uma onda que lhe rendeu 4,50, assumindo a liderança, com 7,83.
- O Miguel só tem essa cara de bonzinho. Na água, ele é um monstro - brincou Jadson.
Cobiçadas ondas do North Shore de Oahu, no Havaí, foram o palco do "Nas Ondas" (Foto: ASP)
Miguel tentou tirar o prejuízo. Se tirasse 4,94, passava a frente do placar, mas sofreu repetidas quedas e demorou a reagir. Enquanto isso, Jadson ia administrando a vantagem, pegando onda atrás de onda. Até que Pupo teve sorte e conseguiu aplicar um "cutback". Com a manobra, ele arrancou um 5,16 dos juízes e chegou a 9,66. Com 7,83 (4,50 + 3,33), Jadson precisava 5,17 para virar o jogo. Em uma boa direita, o potiguar conseguiu algumas rasgadas e batidas para ganhar 6,33 e virar: 10,83 a 9,66. Pupo não se deixou abater pela pressão. A 1m30s do fim, encontrou a "onda salvadora": 7,17, somando 12,33. Assim, o paulista assegurou a vaga na final.
- A última onda foi salvadora - comemorou Miguel.
MEDINA VENCE "ANJO DA GUARDA"
Medina entrou na água com Alejo com uma "dívida". No dia 19 de dezembro de 2014, antes mesmo de chegar à final que lhe daria o título mundial de forma incontestável, o paulista de Maresias contou com a ajuda do amigo, que eliminou os seus dois concorrentes ao título, Kelly Slater e Mick Fanning. Mas o fenômeno não quis saber de nada além da vitória. Ele entrou com um ritmo forte na disputa. Logo na primeira onda, acelerou e acertou duas manobras para fazer 4,17. Alejo encontrou uma menor, acertou uma rasgada e levou 2,34.
O campeão mundial foi se soltando cada vez mais e aplicou uma sequência de manobras, com rasgadas e batidas. Ganhou 7,26 e ampliou para 11,43. Alejo reagiu e aplicou um leque de manobras na sequência para fazer 7,83 e encostar no placar, com 10,17. O argentino naturalizado brasileiro precisava de 3,61 para virar, mas acabou levando um 3,33. Gabriel não se abalou e continuou dando show. Depois de surfar uma onda para dar um "floater" e um aéreo 360º, o paulista de Maresias achou um tubo com pouca profundidade para aumentar a sua nota no fim, vencendo por 11,76 a 11,16. A diferença foi pequena, mas garantiu o fenômeno na final.
FILIPE TOLEDO SUPERA CAMPEÃO MUNDIAL
Na final entre Gabriel Medina, Filipe Toledo e Miguel Pupo, a briga maior ficou entre os dois primeiros, que protagonizaram uma verdadeira batalha nas águas de Oahu. No fim da bateria, que durou 30 minutos, Miguel até brincou com o fato de ser sido coadjuvante: "Não sei quem ganhou, só sei que não fui eu". Depois de uma série de reviravoltas, como Filipe e Gabriel se alternando na liderança, Filipinho fez 16,34 e venceu Medina (15,17) e Pupo (7,17), mostrando que é o rei do "Nas Ondas".
Miguel largou na frente, com 1,50, uma onda pequena e sem muito potencial. A disputa começou morna, mas Medina e Filipinho trataram de colocar fogo na sequência. O surfista de Maresias e o de Ubatuba controlaram as ações e ditaram o ritmo da final. Filipinho assumiu a liderança, com um aéreo que lhe rendeu 4,33. Gabriel respondeu na mesma moeda e ficou em primeiro ao ganhar 7,50, ampliando para 11,83. A disputa ficou ainda mais acirrada entre os dois jovens da nova geração. Filipinho recuperou o posto com quatro manobras em uma onda. Levou 8,00 e somou 12,33. Medina reagiu e mostrou que também tem um vasto repertório, com batidas e um "floater": 7,67. Com 15,17, no entanto, ele não conseguiu superar o inspirado amigo. Filipe ainda ampliou a nota no fim, com um "layback" (manobra em que o atleta empurra as costas para a parede de onda e se levanta em seguida). Selou a vitória com um 16,34, defendendo o título.
FONTE: GLOBO ESPORTE
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