domingo, 8 de julho de 2012

Fla-Flu deste domingo comemora os 100 anos do maior clássico carioca

Fla-Flu deste domingo comemora o centenário

RIO - Tricolor visceral, o dramaturgo Nelson Rodrigues dizia que o Fla-Flu surgiu 40 minutos antes do nada. Entende-se a força de expressão. Mas na verdade o clássico mais colorido do futebol brasileiro nasceu quando nove titulares do Fluminense se desentenderam com a direção do time e propuseram ao Flamengo, um clube de regatas, a criação de um departamento de futebol. Em 7 de julho de 1912 se realizou o primeiro confronto, nas Laranjeiras. A vitória do Fluminense por 3 a 2 - Edward Calvert marcou o primeiro gol - dava início à ferrenha rivalidade, que neste domingo completa 100 anos e um dia.

Rubro-negros e tricolores se enfrentam, às 16 horas, para reforçar os laços históricos que os unem e o antagonismo que alimenta as paixões de lado a lado. A lamentar, apenas o local do jogo. O clássico está privado do palco que o eternizou.

Com a reforma do Maracanã, o Fla-Flu centenário vai ser disputado no Engenhão, limitando a presença de público a menos de 40 mil pessoas. Isso para um duelo que já levou quase 200 mil pessoas ao estádio.

Foi no "Maraca" que Zico deixou sua marca indelével no clássico: três gols na goleada por 4 a 1, em 1986; o último, de número 700 na carreira. Era a estreia de Sócrates com a camisa rubro-negra e o Galinho, há pouco de volta da Udinese, foi recebido aos gritos de "bichado" da torcida tricolor. No Flu, Renato Gaúcho marcou o inesquecível gol de barriga (creditado a Aílton na súmula) que rendeu o título estadual de 1995.

Quem presenciou não esquece o duelo de 1969. A decisão do Carioca foi vencida por 3 a 2 pelo Fluminense, em jogo polêmico, marcado pela expulsão do goleiro rubro-negro Dominguéz.

Os tricolores também guardam na memória os títulos de 1983 e 1984, com gols decisivos de Assis, a partir de então conhecido como o Carrasco dos rivais.

Foi num Fla-Flu que Zico disse adeus ao único clube que defendeu no Brasil. Em 1989, o camisa 10 faz um gol de falta, o 19.º contra os rivais. Até hoje, é o artilheiro máximo do clássico.

O confronto de hoje vai ser o de número 381 entre os rivais. Os rubro-negros comemoraram 137 vitórias; os tricolores, 119. São 134 empates. A estatística não contabiliza jogos do Torneio Início, competição peculiar disputada entre 1918 e 1965. A maioria dos jogos foi válida pelo Campeonato Carioca, vencido 32 vezes pelos flamenguistas e 31 pelos tricolores.

O século da rivalidade vai ser comemorado com uma preliminar com ex-jogadores e artistas, às 14h20. O rubro-negro sambista Dudu Nobre interpreta o hino de seu clube. O tricolor e roqueiro Toni Platão canta o pavilhão das Laranjeiras, ambos com o acompanhamento de 100 músicos da banda marcial dos Fuzileiros Navais. O jogo será filmado para um documentário a ser lançado ainda este ano.

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