"Vamos conversar com as confederações a partir da próxima terça-feira, quando voltarmos ao Brasi. Tentaremos entender o que aconteceu durante o caminho. Quando chegamos aqui, tivemos a sensação de dever cumprido", falou o superintendente dos esportes do COB, Marcus Vinicius Freire.
Agora, o Brasil sediará a próxima Olimpíada em 2016, no Rio de Janeiro, quando a entidade máxima do esporte olímpico nacional pensa em entrar no top 10 do quadro de medalhas.
Até lá, relembre abaixo todas as conquistas brasileiras em Londres.
BOXE
A nobre arte pela primeira vez foi disputada por mulheres em Jogos Olímpicos, e o Brasil já obteve sua primeira medalha.
Adriana Araújo, da categoria até 60kg, perdeu na semifinal para a russa Sofya Ochigava, mas como não há disputa pelo bronze, a baiana boa de briga já foi para o pódio.
Além disso, a medalha conquistada pela pugilista foi a 100ª da delegação brasileira na história das Olimpíadas e uma das três obtidas pelo boxe em Londres, a única entre as mulheres.
Se o Brasil voltou a conquistar medalhas no boxe em Jogos Olímpicos depois de 44 anos, Esquiva Falcão foi o primeiro pugilista do país a alcançar uma decisão de ouro.
Um dos 18 filhos do lendário Touro Moreno acabou perdendo a última luta para o japonês Ryoto Murata, mas conquistou com muito orgulho a prata.
No entanto, ele saiu reclamando da decisão do juiz de descontar um ponto como punição no terceiro assalto, exatamente a diferença que garantiu o ouro ao japonês.
Irmão de Esquiva, Yamaguchi foi o primeiro a garantir uma medalha ao boxe masculino em Jogos Olímpicos depois do bronze de Servílio de Oliveira na Cidade do México, em 1968.
O brasileiro não teve chances contra o russo Egor Mekhontcev na semifinal. No entanto, o que ele mais gostou foi de ter derrotado o cubano Julio La Cruz, seu algoz no Pan e atual campeão mundial.
Agora, para ajudar a extensa família no Espírito Santo, Yamaguchi já está pensando em ir para o MMA ou se profissionalizar no boxe.
Prata - Masculino
Time mais badalado dos Jogos Olímpicos, o Brasil ganhou status de favorito absoluto ao inédito ouro com as quedas de Espanha e Uruguai.
Mesmo com atuações oscilantes, a equipe de Mano Menezes alcançou a final após 24 anos de ausência e enfrentou o México no lendário Wembley.
No entanto, o atacante Peralta, com dois gols, se tornou o novo algoz canarinho em Olimpíadas e manteve a seleção brasileira, novamente, fora do primeiro lugar e com a terceira prata.
Ouro - Arthur Zanetti
Tática para ser o último a entrar na final das argolas, pressão de tirar uma nota maior do que a do arquirrival chinês Chen Yibing. Arthur Zanetti foi lá e fez: 15.900 pontos, 0.100 à frente do asiático, e primeira medalha para a ginástica brasileira em Jogos. E logo de ouro.
Ouro - Sarah Menezes
Uma piauiense entrou para a história olímpica do país logo no primeiro dia oficial dos Jogos em Londres: a franzina Sarah Menezes foi à inédita final do judô feminino brasileiro em Olimpíadas e derrotou a romena Alina Dumitru, campeã em Pequim quatro anos atrás.
Conhecido por ter sujado as calças durante os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, Felipe Kitadai provou que tem muito a mostrar no tatame: no dia do aniversário de 23 anos, ele conquistou o bronze na repescagem da categoria até 60kg.
E o mais leve dos judocas brasileiros conseguiu uma nova história para contar. Orgulhoso pela medalha olímpica, ele resolveu tomar banho segurando-na com a boca. Resultado: queda do metal e pequena quebra na alça.
O COI, porém, trocou a peça de Kitadai, que prometeu tomar mais cuidado.
Primeira colocada no ranking até 78kg, Mayra Aguiar era a principal esperança de medalha de ouro feminina no judô. No entanto, a gaúcha de 21 anos caiu na semifinal para a norte-americana Kayla Harrison e foi para a disputa do bronze.
Sem dar chances à holandesa Marhinde Verkerk, Mayra ganhou com um ippon e subiu ao pódio pela primeira vez em Olimpíadas.
Detalhe: a judoca estava com o braço esquerdo machucado após tomar uma chave da norte-americana. Superação e medalha.
Bronze - Rafael Silva
O 'Baby' da delegação de judô não fez feio nos tatames de Londres. Rafael Silva provou por que é um dos cinco melhores lutadores do mundo acima de 100kg e levou um bronze para o Brasil.
O sul-matogrossense caiu ainda nas quartas de final para o russo Alexander Mikhaylin e foi para a repescagem.
Lá, derrotou o húngaro Barna Bor e na sequência o sul-coreano Sung-Min Kim, esse no golden score, para alcançar a última medalha do judô em Londres.
NATAÇÃO
Bronze - Cesar Cielo
Campeão mundial e olímpico dos 50m livre, Cesar Cielo era o principal favorito a conquistar o ouro na prova mais rápida da natação.
No entanto, o brasileiro acabou 'engolido' pelo francês Florent Manaudou e pelo norte-americano Cullen Jones, terminando com o bronze.
Bronze nos 100 metros em Pequim-2008, Cielo foi apenas o sexto na final deste ano; além disso, ele não participou da eliminatória do 4x100m livre, e o Brasil não chegou à decisão.
Agora, pode não disputar os 100m no Rio.
Prata - Thiago Pereira
Conhecido como 'Mister Pan', Thiago Pereira mal podia esperar para finalmente quebrar a escrita de nunca ter conquistado uma medalha olímpica, apesar do sucesso no torneio continental.
E o nadador do Corinthians surpreendeu a todos na final dos 400m medley: ele superou nada mais nada menos do que o multicampeão Michael Phelps e foi prata, terminando atrás apenas de Ryan Lochte.
Thiago Pereira, assim, terminou os Jogos de Londres como o grande nome da natação brasileira.
PENTATLO MODERNO
Bronze - Yane Marques
A franzina pentatleta de Afogados da Ingazeira participou da última competição dos Jogos Olímpicos de Londres. E não fez feio para o Brasil.
Yane Marques chegou para a prova final, combinada de tiro e corrida, dividindo a liderança com a lituana Laura Asadauskaite, mas não aguentou o ritmo da rival, que levou o ouro, e ainda foi ultrapassada pela britânica Samantha Murray, prata.
O bronze, no entanto, é inédito para o esporte, e Yane Marques se transformou em heroína.
VELA
Bronze - Robert Scheidt e Bruno Prada
A medalha era praticamente certa, só faltava saber qual seria o metal. Robert Scheidt e Bruno Prada estavam na disputa pelo ouro contra os britânicos Iain Percy/Andrew Simpson.
Na última regata, porém, os brasileiros já ficaram mais preocupados com a aproximição dos suecos Fredrik Loof/Max Salminen. E o final acabou sendo inesperado: os nórdicos foram ouro.
Scheidt, com sua quinta medalha em Olimpíadas (dois ouros, duas pratas e agora um bronze), se iguala a Torben Grael como recordista.
VÔLEI
Prata - Masculino
Campeã em 2004 e vice em 2008, a seleção masculina chegou a Londres desacreditada pela crítica, mas em quadra provou por que ainda é uma das melhores do mundo.
Na final, enfrentou a Rússia, a quem já havia vencido na fase de grupos. O time de Bernardinho abriu 2 a 0 e teve dois match-points, mas os russos alcançaram uma virada incrível rumo ao ouro.
Londres marca a despedida de Giba, Serginho e Rodrigão dos Jogos Olímpicos.
Ouro - Feminino
Contornos dramáticos: péssima campanha nos torneios anteriores à Olimpíada, ajuda de uma combinação de resultados para avançar às quartas, duelo épico contra a Rússia e final para entrar à história diante dos Estados Unidos. As meninas de Zé Roberto Guimarães são bicampeãs.
VÔLEI DE PRAIA
Prata - Alison e Emanuel
Atual campeã mundial, a dupla Alison e Emanuel era a mais cotada a ficar com o ouro em Londres. No entanto, os alemães Brink e Reckerman estragaram a festa na Horse Guards Parade com uma vitória por 2 a 1 na final.
Para Emanuel, que está prestes a completar 40 anos, esta foi sua última Olimpíada, mas está no rol dos grandes heróis brasileiros: foi ouro em Atenas-2004 e bronze em Pequim-2008.
Enquanto isso, o 'Mamute' Alison já aprendeu o caminho das vitórias com Emanuel.
Bronze - Juliana e Larissa
Depois da frustração de 2008, quando Juliana machucou o joelho e não competiu em Pequim ao lado de Larissa, as campeãs mundiais estavam inteiras em Londres.
Mas uma dupla norte-americana, e que não era Walsh/May, atrapalhou o sonho do ouro das brasileiras: Ross/Kessy as superou no tie-break da semifinal.
Na sequência, diante das chinesas Xue/Zhang, Juliana e Larissa viraram depois de um primeiro set esquecível e celebraram o bronze nas areias britânicas.
Para ser sede das Olimpíadas de 2016, sinceramente, acho pouco ainda. Mesmo tendo a melhor atuação, acredito que, para daqui a quatro anos, é preciso que nosso esporte seja mais incentivado. Quero ver o Brasil entre, no mínimo, os 15 primeiros colocados. Assim devemos ser sede.
ResponderExcluirAbraço!