O técnico Zé Roberto tinha o direito de apelar para o discurso do 'vão ter que me engolir', mas preferiu outra saída. O treinador campeão com o vôlei masculino em Barcelona-1992 e com as mulheres em Pequim pediu desculpas pelo sofrimento proporcionado pela sua equipe.
“Desculpem a angústia que fizemos vocês passarem, toda a dor de cabeça. Mas no fundo deu tudo certo. Gostaria de ser um grande escritor para tentar escrever uma história como essa, mas não tenho capacidade. É uma coisa inexplicável, com um final extremamente feliz”, disse Zé Roberto à TV Record.
O fracasso na Copa do Mundo e no último Grand Prix, a classificação sofrida para Londres, a vitória épica no tie-break das quartas contra a Rússia, tudo isso foi determinante na conquista brasileira. Além, claro, de uma derrota sofrida na primeira fase, para os próprios EUA, tidos como favoritos na decisão.
“Passamos momentos difíceis, conseguimos sair e eu dizia que era um jogo único. Tudo podia acontecer. Os EUA são o melhor time e demonstraram no primeiro set - vitória por 25 a 11 para as norte-americanas. A partir do momento em que entramos no jogo, abalou um pouco as estruturas delas.”
“Estávamos esperando esse momento, principalmente porque sempre que a gente ia para uma competição e ganhava na classificação e perdia na final, diziam que o técnico delas estudou. Agora é o contrário. Tomara que no Brasil falem alguma coisa agora. Perdemos na classificação e estudamos muito os EUA e soubemos ganhar”, concluiu o único tricampeão olímpico da história do Brasil.
Controlando a emoção, Zé se despediu com um recado. A coleção de medalhas não acaba aqui. “Eu não vou chorar porque o momento é de alegria, é de aproveitar. Que venha o tetra. O Brasil merece.”
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