O formato da competição também é diferente, com todos os campeões se enfrentando em 3 rounds, cada um com um tipo de prancha. Monoquilhas, biquilhas, triquilhas. Na verdade parecia mais um show. Mesmo depois de 20 anos Martin Potter, que assombrou o mundo com seu surf power, estava destruindo as agradáveis ondas de Sultan’s, como se nunca houvesse parado de competir.
Uma quilha e cinco campeões mundiais
“Foi em 2000. Essa foi a última vez que ganhei algum dinheiro competindo... contra o Occy. Acho que sou surfista profissional novamente”, declarou sorrindo Damien “Dooma” Hardman, depois de vencer o primeiro round, onde todos surfaram de monoquilha. A brincadeira parece simples, mas não é. Surfar com pranchas de uma quilha só requer muita técnica e adaptação. Afinal de contas esses ícones do surf foram campeões numa época em que as triquilhas já dominavam os line ups.
Curren, que se divorciou das competições da ASP no passado, estava empolgado com o evento e a possibilidade de competir contra seus antigos rivais. Ele comentou que estava tentando surfar como Cheyne Horam, australiano que foi 4 vezes vice campeão mundial e teimava em surfar de monoquilhas, mesmo na era das biquilhas e depois triquilhas. Phill, por competir muito de longboards estava mais em casa com essas pranchas.
A vitória nas duas categorias, ou rounds anteriores, deram a Damien uma vaga para competir de triquilha na grande final, que valia 10 mil dólares para o campeão. As ondas poderiam ser tão espetaculares quanto o nipe de atletas, o lugar tem potencial para isso. Não foi.
Porém, surf é surf e com esses super stars no mar o show estava garantido. “A última vez de que me lembro de estar numa final com Tom Curren foi em 86, no Japão. Talvez dessa vez eu consiga vencê-lo”, disse Hardman. Não deu. Curren havia vencido a bateria de 3 atletas contra Phill e Pottz, surfando a melhor onda do evento e marcando 9 pontos num ótimo tubo. Na outra semi a bateria rolou entre Mark Occhilupo, Damien Hardman e Potter que, por conta do formato diferente, teve mais uma oportunidade de tentar ir à final. Mas a grande batalha foi pela segunda vaga na final: Curren, Mark Occhilupo e Martin Potter.
Ficou evidente o quanto uma triquilha pode melhorar a performance de quem sabe usá-las. Os dois grandes rivais dos anos 90 estavam tomados. Occy liderou quase toda a disputa até que Curren, como fez tantas outras vezes em sua carreira, venceu de virada. Na segunda semifinal Phill despachou Pottz, o que por si só já é uma vitória. Na final estavam Curren e Phill. Curren usou sua incrível percepção para ficar com as melhores ondas e fez a grande final contra Damien que finalmente, na derradeira disputa, venceu Curren utilizando toda sua estratégia.
Grande Final
Damien Hardman (Aus) 16:56 X Tom Curren (USA) 16:10
Resultado do round de triquilhas
Final: Tom Curren 13:67 (USA): Phil Rajzman (Brz) 13:20
SF1: Tom Curren (USA) 16.10: Mark Occhlupo (Aus) 14:66
SF2: Phil Rajzman (Brz) 16:07: Martin Potter (GB) 15:90
RD1 Tom Curren (USA) 18:40: Phil Rajzman (Brz) 15:94 Martin Potter 13:50.
RD1: Martin Potter (GB) 16:54: Mark Occhilupo 15:70: Damien Hardman (Aus) 15:17
Complicado? Sim. Só estando lá para entender todas as regras, pontuações e baterias. Mas o que vale mesmo é criar a possibilidade de ver artistas das ondas como esses disputando baterias. Ano que vem tem mais e parece que o show vai crescer. Já pensou assistir tudo isso ao vivo?
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