domingo, 14 de outubro de 2012

Após anunciar parceria com empresa de mídia, ASP prepara restruturação

ASP no caminho de uma nova estrutura para o surf profissional

Essa é uma ótima notícia, mesmo que ainda dependa de acertos, prometidos para o fim do ano. O contrato e seus detalhes poderá ser assinado até 17 de dezembro. A parceria com a ZoSea Media, foi costurada horas antes da final do WCT na França. Esse grupo, liderado pelo Terry Hardy, manager Kelly Slater, e Paul Speaker, que já foi presidente da Time Inc. e faz parte da mesa diretora da Quiksilver, foi o mesmo que em 2011 pretendia por em andamento o tal do “Rebel Tour”, incentivado pelo próprio Slater, lembram-se?

Pois é, a conversa não começou agora. A ideia é privatizar a ASP, no sentido de transformá-la em algo mais próximo à NFL, ATP, NBA, FIFA... opa, tomara que não tome os moldes dessa última. Bom, o fato é que esse passo é necessário para atingir outro patamar no surf profissional. “Sabemos que esse é o modelo certo há muito tempo, mas não havíamos encontrado o parceiro certo até a ZoSea sentar à mesa com a proposta deles”, disse Rod Brooks, diretor de evento da Quiksilver e membro da diretoria da ASP. Kieren Perrow, representante dos atletas concorada: “Os apoiadores do esporte despenderam muita energia e tempo [para não dizer grana] com o surf profissional e isso nos trouxe até o ponto onde estamos no momento, com habilidade e público para atingirmos um mercado maior”.


Aleko Stergiou/ESPN
A parceria pode ser um novo amanhecer para o WCT

PADRÃO E CONTROLE DO WCT EM 2014

Num momento em que marcas como Billabong, Rip Curl e Quiksilver estão à venda ou passando por problemas financeiros a nova parceria pode, no mínimo, salvá-los dos custos da transmissão ao vivo via web, o famoso webcast, que gerou grande parte da visibilidade que o surf profissional tem hoje. Os direitos de imagem sempre foram foco de discussão, pois as marcas nunca quiseram abrir mão disso. Mas os custos pago por elas varia de 250 a 500 mil dólares por etapa, podendo chegar aos 3 milhões para transmitir a temporada toda on line. A ASP/ZoSea terá os direitos de imagem a partir de 2013. A produção do webcast continuará a cargo dos patrocinadores de cada evento, mas a partir de 2014 os websites para todas as etapas serão padronizados e a ASP/ZoSea contratará um único time de produção e comentaristas para todos os eventos. Parte do acordo inclui um CEO já para 2013 e a manutenção de representante dos atletas na mesa diretora, mesmo que para opinar mais pela maneira do que para dizer o que deve ser feito. Eles também terão de providenciar novos patrocinadores secundários para 2014. Isso tudo funcionará apenas para o WCT. WQS e Juniors continuarão a cargo das marcas que já os bancam.

Segundo uma fonte da SurferMag as marcas que detém as licenças dos eventos atualmente, em 2014, terão a oportunidade, antes de qualquer outra marca, de ficar com o patrocínio principal nos seguintes termos: em 2012 custará U$250 mil [por evento], em 2015 serão U$500 mil, chegando a U$1 milhão em 2016. Mesmo havendo diferenças de um evento para outro, hoje o custo de realização de uma etapa do WCT beira os U$3 milhões. Ao mesmo tempo a ZoSea venderá espaços publicitários a marcas, endêmicas ou não, no webcast.

O interessante é que essa história toda tem muito a ver com aquela entrevista concedida pelo Slater quando declarou que para ele tanto faz se o surf se tornar um esporte visto pela grande massa ou não. Mesmo assim não deixou de criticar a ASP quanto seu modelo inicial, que, sim, funcionou para fazer o surf crescer, mas deveria ter mudado há tempos. “O surf nunca teve uma organização independente o liderando como esporte profissional... esse formato atual é o mesmo que imaginar que a NBA fosse comandada pela Nike, Adidas, Puma, isso nunca aconteceria”. [Kelly Slater]
Fonte de Texto e Imagem: EdiMilk

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