Federações aprovam contas da CBF por unanimidade e aceitam explicações de Marin sobre sede superfaturada

As 27 federações nacionais aprovaram as contas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) referentes ao ano de 2012, em Assembleia Geral realizada nesta terça-feira, na sede na entidade, no Rio de Janeiro. Durante a reunião, o presidente José Maria Marin evitou falar sobre as denúncias que envolvem o seu nome, mas teve a sua explicação aceita pelos demais sobre o possível superfaturamento na compra da nova sede da CBF.

Segundo os presidentes das federações, a CBF teve em 2012 um lucro de R$ 55 milhões, valor bem menor do que nos dois anos anteriores. Em 2010 o lucro foi de R$ 83 milhões, e em 2011, de R$ 73,6 milhões.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal 'Folha de S. Paulo' nesta terça, a CBF, através do presidente Marin, comprou o prédio para a nova sede com superfaturamento de quase R$ 31 milhões. Tudo por causa de negócios feitos com intermediários para adquirir cinco das oito salas disponíveis. A entidade pagou R$ 70 milhões pelo imóvel na Barra da Tijuca, mas do anúncio feito por Marin - 27 de junho de 2012 - até a compra ser fechada - 31 de agosto - o valor cresceu quase o dobro.

"Todo mundo foi convencido. Eles apresentaram três empresas diferentes, que colocam o valor venal do imóvel em cerca de R$ 70 milhões, que foi o que foi pago. Todos viram a documentação. Ninguém teve dúvidas, todos ficaram convencidos pela documentação. As contas foram colocadas em votação e aprovadas por unanimidade”, disse Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol.

Alguns presidentes de federações estaduais também pretendiam questionar José Maria Marin sobre denúncias recentes envolvendo suas atividades como deputado estadual e também no comando da confederação. Nos últimos meses, Marin tem sido personagem de denúncias de dois tipos – parte delas diz respeito a seu suposto envolvimento com a Ditadura Militar no Brasil, e outra trata de sua atuação como presidente da CBF.

As explicações de Marin sobre os assuntos polêmicos durante a Assembleia, porém, convenceram as federações filiadas à CBF. O presidente rebateu acusações como a sua possível ligação com a morte do jornalista Vladimir Herzog, na época da Ditadura, e também sobre supostas gravações de áudio em que ele ofereceria "mimos" às federações em troca de apoio.

"Ele mostrou documentos e rebateu todas essas denúncias que estão saindo. Entendemos o lado dele, e todas as acusações precisam de provas. Ele disse que vai continuar à frente do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo-2014) e da CBF até o final do mandato, e nós estamos junto com ele", afirmou Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha.

Outros presidentes também seguiram o mesmo discurso. Até o presidente da Federação do Maranhão, Antônio Américo Lobato, crítico da atual administração da CBF, deu o seu apoio durante o encontro. Marin não deu entrevistas aos jornalistas nesta terça-feira.

FONTE: ESPN