Balotelli itália Rio de Janeiro (Foto: Sergio Gandolphi)
Conquistar o terceiro lugar na Copa das Confederações em 2013, e o vice europeu, em 2012, deu a confiança necessária para a Itália apagar o fiasco do último mundial de 2010, quando foi eliminada ainda na primeira fase, com dois empates e uma derrota. Verdade que a Itália já teve gerações bem mais talentosas do que a atual, como a de 1982, de Paolo Rossi, e a de 2006, comandada por Cannavaro, mas, mesmo assim, não pode ser subestimada. Dois veteranos ainda reforçam a equipe na Copa no Brasil, Andrea Pirlo e Gianluigi Buffon. Mas, os holofotes recaem sobre outro grande nome, bem mais jovem, de muita personalidade, um italiano de origem ganesa, com histórico de indisciplinas: Mario Balotelli. (clique no vídeo e confira a reportagem completa)
Balotelli itália Rio de Janeiro (Foto: Sergio Gandolphi)
Balotelli é o centroavante problema. Problema para os zagueiros que o enfrentam, mas também para o técnico Cesare Prandelli, que precisa acalmar o genioso jogador de 23 anos. Seu nome só ficaria de fora da lista para a Copa de 2014 por problemas físicos, pois os disciplinares parecem ser ignorados ou aliviados, regra que não vale para os outros. Adotar critérios diferentes quanto à exigência de disciplina gera criticas, mas a justificativa parece ser simples para os jornalistas italianos.
- A Itália precisa dele. Depois dele não existe outro atacante. O que o Cesare Prandelli faz é tentar entender, tentar compreender o comportamento de Balotelli para que ele possa jogar bem. É preciso compreender. Ele tem muito potencial, mas ainda não é constante – afirma um jornalista que cobre a Itália.
Kaká convive com o jogador no Milan, e afirma que o comportamento de Balotelli dentro do clube não costuma gerar problemas. Pelo contrário, ele defende o lado espirituoso dele.
- No dia a dia ele é muito mais tranquilo do que ele faz fora nos momentos particulares. Com a gente ele é super tranquilo, na boa, brinca, aceita brincadeira de todo mundo. É um molecão. Sinceramente, é um cara que gosto bastante, vejo nele essa pureza. Mas é claro, é moleque e faz as besteiras dele por aí, mas acho que isso reflete pouco do que é o Mario Balotelli – defende o brasileiro.
ESTILO E SEGURANÇA NO GOL
Gianluigi Buffon antes de treino na Itália (Foto: EFE)
Se todo técnico tem uma base, na Itália ela se chama Gianluigi Buffon. Com grampos no cabelo que dão um toque especial ao estilo do goleiro, as defesas que coleciona é que realmente impressionam. Aos 36 anos, com 1,91m de altura, ele é o capitão da Juventus e também da Azzura. Somando 140 jogos, é o jogador que mais atuou pela seleção da Itália.
- Quando eu olho para trás e penso na minha carreira, além de ter muito orgulho, pois esse é o 17º ano que defendo a seleção principal, me sinto orgulhoso de saber que faço parte dessa seleção há 20 anos. Quando tem hino eu canto com fervor, porque faz parte da minha cultura. São as minhas raízes, a história da nossa nação e por isso eu tenho um grande respeito pelo hino - Buffon.
- Buffon é um grandíssimo goleiro e continua dessa forma. Recentemente a gente jogou contra a Juventus e a diferença do bom goleiro para o goleiro que é craque, é que o goleiro craque faz milagre, e o Buffon faz milagres. No momento que precisa realmente do goleiro presente, aquela bola que você fala: "não vai chegar! Ele chega. O Buffon é assim. - afirma Kaká.
O COMANDANTE
Se Buffon é a base, Cesare Prandeli é o grande guia dessa equipe. Há quase quatro anos como treinador da Itália, ele foi um dos responsáveis por mudar o estilo de jogo da seleção. A imagem de um time defensivo, que atua no contra-ataque, ficou pra trás. Sua equipe se rendeu e se adaptou à era da valorização da posse de bola, tão explorada pela Espanha e, pelo Barcelona. Na Copa das Confederações, no Brasil, a Itália apareceu com uma tática mais ofensiva.
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- Nosso ponto forte é que partimos sabendo que precisamos passar da primeira fase. Esse é o nosso ponto forte. Nós italianos somos assim. Sabemos que vamos enfrentar um grupo muito difícil e talvez seja a base para podermos fazer na sequência algo extraordinário no campeonato – disse Prandelli.
- Não somos favoritos porque existem seleções mais fortes como Alemanha, Brasil e Espanha, por exemplo. Mas a força tática pode fazer diferença e assim chegar a um bom resultado - disse um dos jornalistas esportivos.
ARQUITETO DO MEIO CAMPO
O meio de campo é onde fica a outra estrela italiana. Apelidado de arquiteto, aos 34 anos, Andrea Pirlo segue como dono absoluto do meio-campo italiano e é responsável por armar as jogadas e, também é companheiro de Buffon na Juventus. Pela seleção, acumula mais de cem partidas.
- A seleção da Itália é uma com Pirlo e outra sem ele, sem a mesma qualidade. Não existe um substituto para esse jogador. Ele é o jogador chave para essa seleção, tem classe infinita e é quem coordena as ações ofensivas da seleção - disse o jornalista.
Pirlo galãs Espanha x Itália (Foto: Getty Images)
Exímio batedor de faltas, a inspiração de Pirlo é o brasileiro Juninho Pernambucano.
- Pirlo é o cara, o maestro que organiza todo o jogo. Tem uma visão de jogo muito boa. Sabe o momento de dar velocidade, sabe o momento de cadenciar. Experiente, vencedor também, campeão do mundo. São dois jogadores que pela experiência são fundamentais - diz Kaká.
A estreia da Itália será na Arena Pantanal, contra a Inglaterra, pelo Grupo D, considerado o da morte por ter ainda Uruguai e Costa Rica. Kaká é um dos jogadores brasileiros com mais proximidade com as estrelas de Prandelli, que tem no ataque outro grande nome, um italiano de origem ganesa.
Em momentos de dificuldade, a Itália ressurge de maneira muito compacta e com grande espírito de grupo. Não convém duvidar. Se a história é a mestra da vida, a Itália, país do belo, deve fazer bonito por aqui.
FONTE> ESPORTE ESPETACULAR
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