domingo, 17 de maio de 2015

Melhor surfista do Brasil, Silvana Lima segue sem patrocínio: 'Dinheiro não vai me parar'

Silvana Lima, melhor surfista do Brasil

Se os brasileiros vivem o fenômeno da Brazilian Storm no WCT, o mesmo não se pode dizer da elite do surfe feminino. Depois de ter muitas representantes, hoje, o Brasil tem apenas Silvana Lima no circuito mundial. E a duas vezes vice-campeã mundial segue sem patrocínio desde 2011.

"Eu passei por três cirurgias, primeiro uma em 2006, e depois 2011. Aí, voltando em 2012, eu me machuquei competindo no WCT, machuquei o outro joelho. Mas ainda assim, voltei firme e forte. Muita gente não acreditava, mas eu estou aqui lutando pelos primeiros lugares", disse, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.

A cearense de Paracuru, entretanto, garante que o tempo de "vacas magras" não será capaz de tirar seu sonho.

"Venho de um lugar muito humilde, minha mãe não tinha estudo, meu pai era pescador e a gente morava numa barraca na praia. Depois que cheguei ao Rio de Janeiro em 2002 e conheci o surfe, ganhei o meu primeiro carro, e dei uma casa para a minha mãe. Hoje em dia, eu ajudo minha mãe e toda a minha família, e agora que estou na elite, mesmo que sempre com muita dificuldade, não é dinheiro que vai me parar", declarou Silvana, emocionada após ser derrotada na repescagem pela havaiana Coco Ho.

O surfe, grande paixão da vida de Silvana, foi também um sonho que transformou a triste realidade de uma filha de família pobre. Após viajar o mundo e ser reconhecida com vitórias em muitas etapas e competições, a surfista agradece aos céus pela oportunidade.

"Nada disso seria possível se não fosse o surfe. Não sei o que eu seria hoje, poderia ser garçonete ou ainda estar morando numa barraca na praia, ou sei lá... Ajudar meu pai no mercado, mas graças a Deus o surfe me deu essa oportunidade. Minha família não tinha dinheiro, e eu tenho a oportunidade de ter uma vida melhor e de ajudar todos eles. É isso que me dá mais força de vontade para continuar competindo", lembrou.

Mas a situação poderia ser melhor. Após lesões seguidas nos dois joelhos, Silvana está em sua quinta temporada sem patrocinador.

"Desde 2011 eu estou competindo sem patrocinador master. Já vendi apartamento, carro para competir no WQS, já que perdi a vaga no WCT e tive que voltar em 2014. O QS é só pra ganhar pontos, não dá dinheiro, então, recomecei do zero. Agora os cachorros que me ajudaram né (risos), os buldogues que me ajudaram a viajar o ano passado e agora também para as primeiras etapas. Sempre dou um jeito para competir, o surfe está na minha veia", finalizou, sem muito tempo para lamentações.

FONTE: ESPN

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