quarta-feira, 29 de outubro de 2014


O terceiro episódio da série “A Base: da terra à grama” analisa as razões que levam os clubes brasileiros formadores de talentos a perderem seus jogadores para o exterior. A reportagem do Esporte Espetacular estuda também a influência da Lei Pelé, que liberou os jogadores da prisão do passe e abriu caminho para a influência dos empresários. Conheça melhor também os clubes-empresa, que não tem equipe profissional e são criados exclusivamente para formar e vender jogadores. (clique no vídeo e confira a reportagem)

A reportagem conversou com dirigentes e jogadores de Goiás, Santos, Internacional, Corinthians, Desportivo Brasil e outros clubes para entender o motivo de o Brasil ser o maior exportador de jovens jogadores do planeta. Nenhum outro país do mundo exporta tantos garotos quanto o Brasil. Quem afirma é a FIFA em relatório divulgado em agosto deste ano. De janeiro de 2012 a junho de 2014, 109 atletas menores de vinte anos saíram do Brasil para tentar a sorte no futebol europeu.

Meninos do Santos treinando (Foto: Reprodução TV Globo)

Este êxodo aumentou bastante depois da Lei Pelé. Criada em 1998, quando Pelé era Ministro de esportes, a lei terminou com o passe. Assim, surgiram os direitos federativos e econômicos do jogador. Ficou mais fácil a intermediação de empresários nas transferências. Antes, os clubes eram donos do passe do atleta por tempo indeterminado. Hoje o clube é dono dos direitos federativos, mas os direitos econômicos podem pertencer a empresários e investidores.

Com isso os atletas deixaram de ser reféns dos desejos dos dirigentes, mas ficam muitas vezes submetidos à influência dos agentes. Neste cenário, os empresários são acusados por muitos clubes de forçar a saída dos jovens talentos de olho no dinheiro.

Meninos sonham em buscar um lugar ao sol no futebol europeu (Foto: Reprodução TV Globo)

Em busca de mais dinheiro, muitos clubes brasileiros fatiam os direitos econômicos de seus jogadores profissionais e da base. A FIFA proibiu recentemente essa divisão. Em aproximadamente quatro anos, só clubes poderão ser detentores de direitos econômicos dos jogadores. Só que existem clubes que são criados única e exclusivamente para fazer negócios.


É o caso do Desportivo Brasil, clube-empresa criado em 2005 e que ocupa uma área de 156 mil metros quadrados em Porto Feliz, no interior de São Paulo. O clube não tem um time profissional nas principais divisões do futebol brasileiro e seu foco é a formação e a venda de jovens jogadores para o exterior. Confira os detalhes no vídeo.

FONTE: GLOBO ES´PORTE

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