A imagem ao final da partida traduzia perfeitamente o sentimento da torcida após mais um belo momento do ídolo com o Cruzmaltino: milhares de vascaínos gritando o nome do jogador, que recebia a homenagem com os braços levantados, no meio do gramado.
“Não tem preço. É isso que me motiva para continuar jogando e lutando”, disse um emocionado Juninho ao canal ‘Sportv.’
“Hoje foi um clássico muito disputado, os dois poderiam ter ganhado”, completou o jogador, responsável direto pelo difícil e importante 1 a 0, resultado que colocou o Vasco temporariamente na liderança do Campeonato Brasileiro.
O torcedor sabe que cada jogo de Juninho é um a menos de uma vitoriosa trajetória que deve acabar em breve. O ‘Reizinho’ já não é um garoto, e o corpo começa a cobrar o preço de toda uma carreira, certo? Nada disso.
“Para ser sincero, eu não sinto que tenho 37 anos. Eu tenho 37 anos de idade, mas é como se meu corpo não tivesse. Me sinto mais novo. Fiz o quarto jogo seguido. Tem cansaço, mas o Nilton, que tem 25 anos, saiu cansado. Cansaço é normal. Se tiver apoio e força extra é melhor. Jogo após jogo antes do final da carreira: é assim que estou pensando. O caminho ainda é muito longo e dá muito prazer ajudar o Vasco a vencer.”
Com 29 pontos, o Vasco ultrapassa o Atlético-MG e drme na liderança - o Galo, com 28, enfrenta o Santos nesta quinta-feira. O Botafogo, com 17 pontos, permanece na zona intermediária da tabela, na 8ª colocação, e segue distante do G4.
Os primeiros minutos da partida, eletrizantes, foram dignos da grandeza do clássico. Com boas chances para as duas equipes, o Botafogo acabou levando a melhor em segurar o empate sem gols: Alecsandro e Carlos Alberto tiveram ótimas chances de abrir o placar. Seedorf, líder do Bota em campo no primeiro tempo, aprovou a atuação. “O primeiro jogo foi especial, tinha uma carga diferente. Hoje já estou melhor, quero crescer a cada jogo”, disse, na descida aos vestiários.
No segundo tempo, o ritmo do jogo caiu muito. Antes mesmo dos 20 minutos, a torcida vascaína já pedia ao técnico Cristovão Borges a entrada de Felipe na equipe – ele entrou no lugar de Carlos Alberto e não pode mais se transferir para outra equipe da Série A. Pelo rival, Seedorf também aparentou cansaço e os bons passes e lançamentos diminuíram. Quando o holandês deu lugar a Fellype Gabriel, foi muito aplaudido pela torcida – assim como na derrota para o Grêmio, no último domingo.
Quando o jogo caminhava para um empate, Alecsandro marcou o gol da vitória. Aos 41 minutos, Juninho Pernambucano, caído, roubou a bola de Antônio Carlos dentro da área e tocou para o camisa 9, que só teve o trabalho de colocar no canto direito do goleiro Jefferson e comemorar. Antônio Carlos quase se redimiu do lance, marcou o gol de empate, mas o impedimento foi bem marcado e anulou o lance.
O Vasco volta a campo neste sábado, quando enfrenta o Internacional, às 18h30, no Beira-Rio. Mais tarde, às 21h, o Botafogo recebe o Figueirense, no Engenhão.
O Jogo - A partida começou com o ataque do Botafogo criando uma grande chance logo aos dois minutos. Elkeson recebeu pela esquerda, se livrou de de Dedé que ficou no chão e cruzou para a entrada de Renato que bateu de primeira mas acabou jogando por cima do travessão. O time dirigido por Oswaldo de Oliveira continuava melhor e aos quatro minutos foi a vez de Vítor Júnior mandar uma bomba que passou bem perto da trave direita de Fernando Prass.
O Botafogo tentava jogar com velocidade com Seedorf caindo pela esquerda para acionar Elkeson e Márcio Azevedo que tentavam aproveitar os espaços nas costas do lateral Auremir. Enquanto isso, o Vasco parecia surpreendido com a movimentação do meio campo do Botafogo e encontrava muita dificuldade para se organizar em campo.
Só aos dez minutos é que o time de São Januário deu o primeiro sinal de que estava ligado na partida. Juninho Pernambucano cobrou falta, a zaga botafoguense parou e Alecsandro,livre, cabeceou para grande defesa de Jéfferson. Logo depois, o goleiro alvinegro voltou a brilhar ao espalmar para escanteio um chute forte de Nllton.
Os dois lances assustaram o Botafogo e fizeram o Vasco assumir o controle da partida. Aos 14 minutos, Carlos Alberto recebeu na grande área, driblou Lucas e Márcio Azevedo e chutou forte, mas a bola bateu na trave direita para alívio do goleiro Jéfferson que estava completamente batido.
O Botafogo caiu de produção apesar da boa atuação de Seedorf que procurava dar objetividade aos seus passes descobrindo um companheiro de time sempre livre de marcação. Aos 23 minutos, o Botafogo errou um passe na intermediária e a bola se ofereceu a Éder Luís que avançou pelo meio e arriscou mas a bola não levou perigo.
O Vasco continuava mais perigoso e aos 29 minutos, Juninho fez ótimo lançamento para Éder Luís que penetrou pela direita e cruzou para Alecsandro que,pressionado por Fábio Ferreira, cabeceou por cima. Um minuto depois, após rápida troca de passes, a bola foi parar nos pés de Carlos Alberto que rolou para Wendell que penetrava pela área, mas o meia chutou muito mal e desperdiçou a grande oportunidade para marcar.
O ritmo caiu depois dos 35 minutos com os dois times se mostrando mais preocupados com a marcação do que a construção das jogadas. Aos 43 minutos, Márcio Azevedo lançou Elkeson, Dedé falhou mas Douglas chegou na cobertura e aliviou o perigo no último lance importante da primeira etapa.
O Botafogo voltou com o volante Jadson no lugar de Lucas Zen e logo aos dois minutos, Cristovão Borges também foi obrigado a mexer na equipe do Vasco porque Wendell sentiu um problema muscular e foi obrigado a sair de campo, entrando Felipe Bastos em seu lugar. Aos dez minutos, Carlos Alberto tentou driblar Lucas dentro da área e caiu após o choque com o zagueiro alvinegro mas o árbitro não marcou o pênalti pedido pelos jogadores cruzmaltinos.
O ritmo do segundo tempo era mais lento do que o do primeiro e a torcida só teve motivos de vibrar aos 11 minutos quando Márcio Azevedo fez boa jogada pela esquerda e bateu cruzado para boa defesa de Fernando Prass que usou os pés para rebater a bola e afastar o perigo. Aos 14 minutos, Felipe Bastos cobrou falta no canto direito mas Jéfferson se esticou e mandou para escanteio.
O Botafogo não conseguia mais pressionar o adversário e Seedorf passou a atuar mais recuado enquanto Elkeson, isolado, quase não participava do jogo. O técnico Cristovão Borges decidiu atender aos apelos da torcida e colocou Felipe em campo no lugar de Carlos Alberto. Só que os torcedores não queriam a saída de Carlos Alberto e chamaram o treinador de "burro".
Aos 28 minutos, Márcio Azevedo esticou para Elkeson mas o goleiro Fernando Prass chegou antes na bola. Seedorf cansou, foi substituído por Fellype Gabriel e saiu muito aplaudido pela torcida. O Botafogo teve uma boa chance aos 34 minutos quando Felipe Bastos perdeu a bola para Fellype Gabriel que mandou a bomba por cima do travessão.
Aos 41 minutos, o Vasco marcou o gol que definiu o resultado do clássico. Felipe lançou Barbio que cruzou para Juninho. O meia caiu ao disputar a bola com dois zagueiros do Botafogo e mesmo assim, conseguiu fazer o passe para Alecsandro colocar na saída de Jéfferson, para alegria da torcida vascaína.
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