Encarando as temidas ondas da bancada de Pipeline, no Havaí, com extrema personalidade e performances notáveis, Uri encerrou a primeira etapa do Circuito Mundial na segunda colocação, começando muito bem sua luta pelo bicampeonato mundial.
Esse foi o melhor resultado do baiano em Pipe, que ficou atrás apenas de Ben Player (AUS), atual campeão do Circuito.
“Pipe é o título mais desejado por todos no mundo e chegar na final já é uma grande vitória, pois este torneio é um dos mais dificeis do ano”, ressalta Uri. “A última vez que fiz final em Pipe foi em 2008 e me torneio camepeão mundial naquele ano. Isso traz grandes recordações e muita motivação para seguir focado em busca do bicampeonato mundial. Amanhã já estarei na água treinando para a próxima etapa do Circuito”, complementa Uri.
Em 2008, Uri Valadão chegou também a final em Pipeline e acabou na terceria posição. Naquela temporada, o baiano voador mostraria para o mundo o motivo de seu apelido, conquistando o inédito título mundial. Em 2014, Uri conseguiu melhorar o feito de seis tempordas atrás, mas sabe que tem um longo caminho pela frente. Após a competição, Uri comemorou muito e agradeceu a torcida brasileira. “Queria agradecer muito a todos que torceram por mim de alguma maneira e fizeram parte dessa jornada. Aloha e muito obrigado”, vibrou Uri.
Com ondas de 4-6 pés (2,0 a 2,5 metros) e boa formação, o último dia do Pipe Challenge 2014 ocorreu em ótimas condições na onda mais famosa do planeta. E o dia começou muito bem para Uri, que se mostrava inspirado a cada bateria.
Na estreia, o baiano começou forte e com notas 8,23 e 7,13 encerrou sua primeir bateria na segunda posição, atrás apenas do canário Diego Cabrera. Nessa fase, Uri eliminou seu compatriota Eder Luciano, atual bicampeão mundial do ISA Games, e o local Keahi Parker.
Após o grande início de competição começou o verdadeiro show de Uri Valadão. Abusando das manobras aéreas e sempre achando bons tubos, o baiano voador começou a mostrar seu vasto repertório de manobras e nas quartas de final despachou todos os adversários com uma sólida performance. Com notas 8,07 e 6,83, Uri somou 14,90 pontos e deixou para trás o havaiano Spencer Skipper (2º), e os australianos Davis Blackwell (3º) e Jake Stone (4º).
Já nas semifinais outro performance digna de aplausou de Uri levantou a torcida brasileira na areia. Escolhendo bem as ondas e mostrando força desde o começo da bateria, Uri arrancou um 8,53 e um 7,33 para somar 15,86 pontos, despachando novamente a concorrência. Spencer Skipper (2º) avançou novamente ao lado de Uri, e Magno Passos (BRA – 3º) e Lachlam Cremsie (AUS – 4º) acabaram eliminados da competição.
Na grande final, Uri Valadão encontrou pela frente o atual campeão mundial Ben Player, que também defendia a conquista obtida em Pipeline no ano anterior.
Os dois fizeram uma bateria a parte, deixando os outros adversários para trás. Ben abriu melhor a disputa e conseguiu duas notas na casa dos 8,0 que o deixaram na frente desde o começo. Uri conseguiu uma primeira onda boa e restando alguns minutos para o final acertou uma linda manobra aérea que lhe rendeu 9,5 pontos, a melhor onda da final.
A onda salvadora acabou não subindo para Uri e o baiano acabou perdendo por uma diferença 0,5 pontos: 16,84 a 16,33. “Esse vice teve gostinho de vitória, faltou pouco para ganhar. Tive a melhor onda da bateria e faltou subir outra onda, mas estou muito feliz, pois fiz o meu melhor”, encerra Uri. Spencer Skipper ficou em 3º e o sul-africano Jared Houston foi o 4º.
Além de Uri Valadão, mais seis brasileiros competiram no último dia de disputas em Pipeline. No Round 6, o hexacampeão mundial Guilherme Tâmega não teve tanta sorte e acabou eliminado logo na estreia. O mesmo aconteceu com Roberto Bruno (CE), Helliton Loureiro (ES), Nicholas Bastos (RJ) e Eder Luciano (SC).
Já o capixaba Magno Oliveira conseguiu encaixar bem suas manobras e achou boas ondas nas três baterias que teve pela frente. Bem adaptado as ondas de Pipe, Maguinho teve um dia inspirado, vencendo suas disputas nas oitavas (15,66 de somatório) e quartas (16,67) realizando algumas das melhores performances da competição. Na semifinal, Magno bateu de frente com os inspirados Uri Valadão e Spencer Skipper, terminando o evento na excelente 5ª posição.
Além da excelente campanha de Uri Valadão em Pipeline, o Brasil teve mais motivos para comemorar neste fim de semana. A macaense Jéssica Becker, atual campeã brasileira, teve uma semana incrível em Pipe, vencendo baterias e chegando até a decisão da primeira etapa do Circuito Mundial em 2014.
Jéssica precisou competir todas as fases para chegar até a grande final. No primeiro round, a atleta de Macaé passou em segundo lugar, ao lado da havaiana Melanie Bartels. Já nas oitavas, Jéssica cravou sua primeira vitória, avançando com sobras para as quartas de final. Em busca de uma vaga na semi, mais uma vitória com performance consistente. Valendo vaga na decisão, Jéssica entrou confiante na bateria decisiva e com a segunda colocação gravou seu nome entre as quatro finalistas da etapa.
Na decisão, a australiana Lilly Pollard não deu chances as adversárias e levantou o caneco de campeã da primeira etapa do Circuito Mundial. Alexandre Rinder, das Illhas Canárias, ficou em segundo, seguida por Jéssica e Emma Cobb (AUS – 4ª).
Competiram também no último dia de Pipeline a tricampeã mundial Isabela Sousa (9ª colocada na etapa) e a capixaba Maylla Venturin, que chegou até as semifinais e terminou em 7º.
A próxima etapa do Circuito Mundial acontece em Arica, Chile, no mês de maio em data ainda a ser confirmada pela organização.
Resultados:
1 - Ben Player (AUS)
2 - Uri Valadão (BRA)
3 - Spencer Skipper (HAV)
4 - Jared Houston (AFS)
1 - Lilly Pollard (AUS)
2 - Alexandra Rinder (Canárias)
3 - Jéssica Becker (BRA)
4 - Emma Cobb (AUS)
FONTE: Danilo Caboclo
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