segunda-feira, 21 de julho de 2014

Crise no Fla extrapola o campo, pressiona Ney Franco, mas diretoria resiste a mudança

Diretoria do Fla resiste a demitir Ney Franco

Ney Franco se lamenta durante o empate no Morumbi

A goleada de 4 a 0 diante do Internacional e a manutenção do Flamengo na laterna do Campeonato Brasileiro fizeram a Gávea ferver já no domingo. A situação delicada do time na volta após a Copa do Mundo fez aumentar as pressões de correntes políticas contrárias à administração Eduardo Bandeira de Mello, principalmente quanto ao departamento de futebol e também ao trabalho apresentado pelo técnico Ney Franco.

A maior queixa é direcionada a uma suposta falta de comando no departamento de futebol. Desde que o vice-presidente da pasta, Wallim Vasconcellos, deixou o cargo antes da Copa do Mundo, a função está vaga, sendo acumulada pelo presidente Bandeira de Mello. Felipe Ximenes, contratado como diretor-executivo, também é pressionado. A promessa interna não cumprida de que haveria uma limpa no elenco durante a paralisação no Campeonato Brasileiro também é motivo de fortes críticas. Até mesmo dentro da própria diretoria há quem entenda que o panorama tornou-se insustentável e mudanças são necessárias, ao menos para dar o choque e fazer o time voltar à luta.

No entanto, por enquanto, parte da cúpula resiste a esse plano e tem a ideia de manter o técnico Ney Franco no cargo, mesmo após sete jogos sem uma vitória sequer e falta de padrão tático após um mês de treinamentos. A favor de Ney, as futuras estreias dos reforços Canteros e Eduardo da Silva e os retornos dos lesionados Everton, Samir e Pauliinho nas próximas rodadas, o que, teoricamente, aumentaria o rendimento do time. As discordâncias entre o próprio grupo de Bandeira de Mello já ocorreram antes, durante a paralisação para a Copa, em relação a dispensas de André Santos e Elano. Muitos davam a saída de ambos como certa, por deficiência técnica e incompatibilidade com a torcida.

Depois da temporada de treinamentos em Atibaia e conversas dos jogadores com Ney Franco, uma nova chance foi dada a ambos. Mas as adversidades pesam, assim como o clima ruim com a torcida. Ex-presidentes influentes, como Marcio Braga e Hélio Ferraz, articulam-se por mudanças no futebol. E prometem aumentar a pressão política caso o futebol não sofra mudanças e continua em situação vexatória.

André Santos já chegou a ser agredido por torcedores na saída do Beira-Rio neste domingo. Há temor por protestos violentos no desembarque da delegação na manhã desta segunda-feira. À noite, durante reunião semanal do Conselho Diretor do clube, o caldeirão promete ferver ainda mais com as cobranças de resultados e presença de antigos cardeais políticos nos corredores da sede da Gávea. O futuro de Ney e de jogadores estarão também em pauta. O time só volta a campo contra o Botafogo, no próximo domingo, em clássico no Maracanã. Após a goleada diante do Inter, Ney deixou claro que não vai entregar o cargo mesmo com o jejum de vitórias.

"Da minha parte vou ser direto. Estou preparado para continuar à frente do clube e do trabalho. Ainda não falei com ninguém da diretoria após o jogo, mas o planejamento é reapresentar na terça-feira para continuar o trabalho", afirmou Ney Franco.

O Flamengo enfrenta dificuldades até no campo financeiro, uma vez que há atrasos nos direitos de imagem de alguns atletas. Por problemas jurídicos, o clube está impedido de receber parte da verba de R$ 25 milhões do acordo anual, renovado em maio, com a Caixa Econômica Federal.




FONTE; ESPN

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