sexta-feira, 9 de novembro de 2012

São Paulo acertou um partidaço, mas perdeu batalha do planejamento de longo prazo


A atuação impecável do São Paulo contra a Universidad de Chile, a goleada por 5 x 0 e o Pacaembu cheio, com 32 mil pagantes foi o ponto alto de uma noite que se iniciou com o anúncio de um erro histórico: a saída de René Simões do comando das divisões de base. Há duas versões para a decisão.

Em campo, o jogo foi memorável, em parte pelo equívoco anunciado de La U sair ao campo de ataque em busca da virada dos 2 x 0 sofridos em Santiago. O técnico Jorge Sampaoli assumiu o problema para si e disse ter sido induzido ao erro de colocar todo o time no campo ofensivo, mesmo sabendo da característica de seu adversário, velocíssimo nos contra-ataques. "Mudei o sistema ao saber que o São Paulo jogaria com dois atacantes apenas", disse o treinador argentino.

Maicon fechou o lado esquerdo, mas o sistema seguiu sendo o 4-2-3-1 de Ney Franco. Claro, o lado direito mais incisivo, o esquerdo mais marcador, mesmo em função da atuação do lado direito chileno no jogo de ida.

Apesar disso, o massacre começou da esquerda para dentro, como o drible de Jádson antes do chute. Em seguida, o drible da vaca de Lucas, após passe de Denílson, para fazer 2 x 0. E o lançamento sensacional de Lucas para a conclusão ainda mais bonita de Luís Fabiano. Os gols do segundo tempo, de Rafael Toloi e Jádson, só completaram o baile.

Fora de campo, há duas versões para a saída de Rene Simões. Uma de que o presidente Juvenal Juvêncio demitiu o técnico da equipe sub-15 e, por isso, René pediu demissão. Outra, oferecida pelo diretor de futebol Adalberto Baptista, de que René Simões tinha negócio no Rio de Janeiro e precisava voltar para sua cidade. Nas duas hipóteses, um erro não manter o treinador no comando das divisões de base.

O plano era de integração entre Ney Franco e René Simões, fazer o centro de treinamento de Cotia oferecer cada dia mais jogadores para os profissionais. Abotar o plano por um mau resultado no sub-15 é amadorismo.

O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, desmente que a questão tenha sido a falta de resultados do sub-15. Diz que René Simões tinha compromissos no Rio. "Divergências sempre vão haver, mas nenhum resultado foi decisivo para a saída. A questão foi conciliar as duas coisas", disse Juvenal.
Ele garante que a reposição será do mesmo nível: "Vou pensar com calma e esperar a Copa São Paulo, mas vamos repor no mesmo padrão."

FONTE: PAULO VINÍCIUS COELHO

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