quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Brasileiro mais jovem a correr no exterior, Gustavo Lima revela: até na Europa ouve piadas por causa do cantor

Com 15 anos, Gustavo Lima se tornou o mais jovem brasileiro a competir no exterior

A rotina de Gustavo Lima era intensa no final de 2012. Mal conseguia fazer as provas necessárias para fechar o segundo ano e ir para o terceiro do Ensino Médio. Mas o jovem nascido em Curitiba e criado “desde um mês de vida” em Brasília teve algo mais a pensar no ano passado: o automobilismo.

Com apenas 15 anos, ele se tornou o brasileiro mais jovem da história a disputar uma competição internacional em carro monoposto, participando das 14 provas em sete circuitos diferentes da Fórmula Renault Alps, categoria de acesso à F-Renault Europa, conceituada como uma das portas de entrada para quem sonha em um dia chegar à Fórmula 1.

Os resultados para o estreante Gustavo Lima não foram impressionantes (dentre 40 pilotos, sua melhor colocação foi um 12º lugar), mas ele garante estar tranquilo com isso. E com 16 anos completados em agosto de 2012 demonstra saber aonde quer chegar.

Além disso, o nome é familiar: homônimo do famoso cantor sertanejo Gustavo Lima, o curitibano/brasiliense já ouviu todo tipo de piada, até na Europa, o que não lhe incomoda.
Em sua curta carreira, nunca competiu em um carro fórmula no Brasil, mas neste final de semana terá tal oportunidade: ele participará do F-3 Brasil Open, em Interlagos (SP). "No ano passado corri em pistas tradicionais, como Spa-Francorchamps e Ímola, mas sempre quis correr em Interlagos, e a vontade é de fazer bonito 'em casa'", disse o jovem piloto.

Leia abaixo a entrevista com Gustavo Lima

Começo
Morei em Brasília a minha vida inteira. Em março de 2009, comecei a correr de kart. Só treino. Em dezembro, fiz uma corrida em Goiânia, peguei um quarto lugar, e em 2010 comecei a competir em São Paulo, fazendo Brasileiro, Copa do Brasil e todos os campeonatos principais do país. Em 2011 eu realizei um test tour nos Estados Unidos e fiquei em sétimo lugar de 80 pilotos na soma das três corridas. Voltei a correr o Brasileiro e outros campeonatos, até que no meio do ano comecei a treinar de fórmula aqui em Brasília. Tinha a equipe do Amir Nasr (tio de Felipe Nasr, atualmente piloto da GP2, principal acesso à Fórmula 1), e começamos a treinar com a Fórmula Renault, que disseram que era uma boa categoria de base. Fiz uns cinco treinos aqui.

Europa
Meu pai e eu planejávamos competir na Fórmula BMW, na Ásia. Mas aí eu teria que morar. Eu era muito novo, tinha 15 anos, e meu pai achou melhor buscar outro lugar. Achamos a Europa. Vimos que era melhor, porque a Fórmula BMW tinha acabado, e a F-3 Sul-Americana não era uma categoria muito boa para aprender. Fomos para a F-Renault, tinham 40 pilotos no grid, era muito bom para aprender. A F-Renault Europa é muito disputada, a principal não dava para fazer no primeiro ano, e a NEC tinha poucos pilotos. Então fomos para a Alps.


Gustavo Lima correu na F-Renault Alps pela Koiranen e foi o 10º colocado entre os estreantes

Estudos
Estou indo para o terceiro ano do Ensino Médio. Quando eu viajo, não estudo. Não tem como. Eu saio do hotel 7h da manhã e volto 8h da noite. Nem tem tempo para estudar. Mas aqui (em Brasília), quando eu chego, tenho aula particular em casa, todos os dias, à tarde, e na escola eu vou atrás do conteúdo. E provas, eu faço substitutivas.

2012, 2013 e 2014
Nesse ano nós não visávamos chegar à frente no campeonato, visamos ao aprendizado. Então, dá para falar que foi um ano muito bom. Em 2013 vou continuar na Renault Alps e competindo em algumas do Europeu. Para 2014, vai depender do que acontecer neste ano. A gente quer andar na frente. Se conseguir ir bem, aí em 2014 vamos disputar o título mesmo.

Recusa à F-3 Sul-Americana
Além de ser cara, não tinha piloto. Eram só cinco no grid. Não ia receber o tanto de aprendizado que recebi na Europa. Não é que na Europa seja melhor, mas acho que no final seria o mesmo (o quanto se gasta para correr). E o aprendizado é muito maior. No Brasil, para chegar à Fórmula 1, tem que ir na Europa. E esse negócio de os brasileiros voltarem é porque não tem mais dinheiro ou não conseguem resultado. As equipes querem os melhores.

Mais jovem brasileiro a correr no exterior
É sempre legal, tem uma tensãozinha a mais, é bom por estar na mídia.

O futuro
A meta principal é F-1. Mas se não der certo vou pensar nos EUA, em uma DTM. Não quero parar o automobilismo nunca, mas se não der certo... Vou terminar o Ensino Médio, e aí tenho um curso na cabeça que é administração.

Gustavo Lima, o piloto e o cantor
É sempre legal, todo mundo faz piadinha. No kartódromo já tinha isso, e agora chegou lá na Europa, todo mundo está conhecendo ele. Já enjoou um pouco, mas levo na brincadeira. Começam a cantar. Perguntam se sou cantor ou piloto... Gosto do Gustavo Lima, já fui a shows. Tem que honrar o nome, né? A gente tinha previsto fazer uma entrevista junto com ele, mas ele não pôde.

FONTE: ESPN

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