sábado, 12 de outubro de 2013

Por meio do esporte, ONGs de todo o país promovem inclusão social

Projeto Grael (Foto: Divulgação/Fred Hoffmann)
Por meio dos esportes náuticos, e cursos profissionalizantes, projeto Grael transforma vida de jovens em situação de risco do Rio de Janeiro e de Minas Gerais (Foto: Divulgação/Fred Hoffmann)

Projetos sociais que têm o esporte como ferramenta de inclusão social são um importante aliado na formação de crianças e adolescentes. Nas diferentes modalidades o trabalho resgata valores que são fundamentais para o desenvolvimento e a aprendizagem dos jovens, seja no futebol, no basquete, ou no vôlei. Tanto que, no Brasil, é grande o número de instituições do terceiro setor que se dedica a atividades na área; e até esportes pouco populares por aqui, como badminton e hockey de grama, por exemplo, estão presentes em iniciativas nos diferentes estados do país.

  
Equipe Vem Ser de Basquete Feminino
(Foto: Divulgação)

A maioria dos projetos sociais é destinado a alunos da rede pública de ensino e tem como principal requisito o comprovante de freqüência escolar. No Rio de Janeiro, desde 2001, oprojeto Vem Ser ensina basquete e hockey sobre a grama para meninas, de 7 a 19 anos, da rede pública de ensino. As atividades acontecem na sociedade Germânia, no bairro da Gávea e no complexo da Rocinha, em São Conrado.

O professor do Departamento de Psicologia da PUC Rio e idealizador do projeto, Raphael Zaremba, afirma que o esporte além de ser um grande aliado na socialização das alunas contribui também no rendimento escolar. “O basquete requer atenção, pensamento rápido, respeito e isso vale dentro e fora da quadra. Estes estímulos são aplicados no dia a dia, e elas entendem que se querem tirar uma boa nota precisam se esforçar, são lições do esporte”, ressalta Zaremba. O psicólogo defende que o esporte abre portas e cria oportunidades para as atletas, seja como atleta ou não.

Instituto Bola Pra Frente atende a crianças e
jovens do Complexo do Muquiço, no Rio
(Foto: Divugação/ Instituto Bola Pra Frente)

O Instituto Bola Pra Frente foi fundado em 2000, pelo tetracampeão mundial de futebol Jorginho. Localizado no bairro de Guadalupe, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a organização atende a 900 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, moradores do Complexo do Muquiço. Além de aulas de futebol, o Instituto desenvolve uma série de atividades junto aos jovens. Essas atividades envolvem formação para o mercado de trabalho, prevenção de drogas, alcoolismo e doenças, além da promoção de ética e relações interpessoais.

Sol Nascente e Cidade Estrutural são as comunidades com maior vulnerabilidade social do Distrito Federal. O Instituto de Ações, Projetos e Pesquisas Sociais (Inappes) atua nessas duas comunidades, mesclando esporte e formação de valores sociais em atividades desenvolvidas para crianças e adolescentes. “Hoje, focamos totalmente na formação de valores por meio do esporte”, comenta Helio Alfinito Jr, presidente do Inappes. Ele explica que, na escolinha de futebol, os jovens participam da construção de regras e acordos antes de treinos e partidas. Além disso, o instituto oferece aulas de informática, e palestras sobre temas como mercado de trabalho, carreira profissional, saúde, solidariedade, ética. Atualmente, cerca de 200 jovens de 8 a 15 anos participam das atividades. No caso das palestras, os participantes podem ter até 18 anos. Todos devem estar inscritos na rede pública de ensino. Com a aproximação da Copa do Mundo, o Inappes pretende atender a 300 jovens em 2014.
Também no estado do Rio, o projeto Esporte para Todos, da ONG Qualivida, ensina Ginástica Artística a alunos de 4 a 15 anos de escolas públicas. As aulas são oferecidas em oito polos diferentes. Hoje, 2,2 mil crianças são atendidas e treinam ginástica artística nos centros. O projeto foi idealizado pela ex-ginasta Georgette Vidor, que sofreu um acidente em 1997 e ficou paraplégica. A paixão pelo esporte não a impediu de continuar como treinadora e, desde 2002, ela coordena o projeto de cunho sócio-esportivo.

A vela ou iatismo, esporte pouco popular no país também tem vagas para alunos da rede pública. O esporte envolve barcos movidos por propulsão à vela, ou seja, apenas a força do vento é utilizada como meio de deslocamento. O projeto Grael, dos velejadores Torben e Lars Grael, e Marcelo Ferreira - todos medalhistas olímpicos -, atende crianças e jovens de 9 a 24 anos em Niterói, Rio de Janeiro, e em Três Marias, Minas Gerais. Os alunos que querem se inscrever devem ser estudantes da rede pública ou ter concluído o ensino médio em escola pública. A cada semestre cerca de 350 alunos são atendidos no Rio de Janeiro. Além das aulas de vela, os alunos podem se inscrever em cursos profissionalizantes ligados ao esporte, como carpintaria, capotaria (costura náutica), fibra de vidro e informática, dentre outros.

  
Torneio realizado pela Fundação Tênis
(Foto: Cristiano Sant'Anna/ Divulgação)

Em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Montevidéu, no Uruguai, a Fundação Tenis oferece aulas de tênis a mais de 1100 crianças e adolescentes. Para participar, todas devem estar matriculadas e frequentando as aulas da rede pública. As aulas de tênis são realizadas duas vezes por semana, em turno inverso à aula dos estudantes. De acordo com a fundação, todo o trabalho é baseado nos três valores olímpicos: respeito, amizade e excelência. Assim, os alunos aprendem por meio das atividades a respeitar e a fazer o seu melhor. Os alunos participam das aulas de tênis até os 16 anos. Com essa idade, são encaminhados para cursos profissionalizantes, sendo orientados pela Fundação Tênis. O projeto surgiu há 11 anos e o primeiro torneio organizado pela fundação acabou de ser organizado. Mais de 200 alunos de diferentes centros disputaram o torneio Rolando Garra São Paulo, em maio.

O vôlei no Rio de Janeiro recebe um forte apoio com a Escolinha de Vôlei do Bernardinho - medalhista e treinador da Seleção Brasileira de Vôlei Masculino -, presente em duas favelas. Atualmente, estão abertas inscrições para o projeto no morro Tavares Bastos e Complexo do Alemão. Crianças de 7 a 14 anos podem se inscrever em uma das 144 vagas oferecidas por ano. Desde a criação do projeto social, muitas crianças participam de equipes federadas em clubes do Rio.

Em Fortaleza, no Ceará, o Projeto Arca desenvolve em suas duas sedes, diferentes atividades com crianças e jovens, entre oficinas pedagógicas e esportivas. A Arca é dividida em dois núcleos, um em Caucaia, onde durante o ano quatro esportes diferentes são eleitos para treino, e o outro na Barra do Ceará, Fortaleza, em que as crianças podem aprender a surfar. Segunda a diretora do Arca, Milza Raadsen, o projeto concilia as atividades com jogos pedagógicos de escrita e leitura.

  
A Atacar oferece aulas de badminton adaptado
e handebol adaptado (Foto: Divulgação)

No Paraná, a Associação Toledense dos Atletas em Cadeira de Rodas, a Atacar, oferece aulas de handebol e badminton adaptados para pessoas com deficiência física. O projeto começou com a prática do handebol, mas hoje há aulas de badminton, um esporte semelhante ao tênis, que usa raquete e uma peteca. Segundo a técnica de handebol da associação, Mariane Borges o projeto é para todas as faixas etárias, e a idade mínima é oito anos. De acordo com Mariane, eles tentam atender todos os públicos, mas o programa é principalmente voltado para pessoas com deficiência de membros inferiores. A inscrição pode ser feita pelo telefone da Atacar ou pela Universidade Paranaense, uma das apoiadoras.

FONTE: GLOBO CIDADANIA

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