Se alguém oferecesse a qualquer corintiano um empate por 1 x 1, antes do início do jogo, era capaz desse corintiano comprá-lo. Bom resultado, sem dúvida, ainda que seja necessário lembrar a lição do rival. O Palmeiras empatou por 2 x 2 no jogo de ida, na final de 2000, contra o mesmo Boca e o mesmo estilo. Saiu de Buenos Aires comemorando o título e perdeu-o no Morumbi, nos pênaltis.
O problema do Corinthians não é esse. O risco é do jogo, enfrentar o Boca Juniors em qualquer lugar oferece a derrota como uma das possibilidades.
O problema é que, para vencer, o Corinthians precisará fazer no Pacaembu o que não conseguiu em La Bombonera, nem contra o Santos, no Pacaembu: impor seu jeito de jogar.
O Corinthians é fortíssimo quando avança a marcação, como Tite disse que faria na manhã de quarta-feira, no saguão do hotel Intercontinental, na Calle Moreno, em Buenos Aires.
O primeiro tempo foi um pouco assim. Um pouco.
Houve alternância entre subir a marcação e esperar o rival. A alternância dependia de o Corinthians conseguir trocar passes ou não. Quando se livrava da pressão boquense com chutões, a bola batia na defesa argentina e voltava.
Quando trocou dois, três, quatro passes, Paulinho criou possibilidade de finalizar, aos 7 minutos.
O segundo tempo foi pior, poucas trocas de passe, algumas depois da inversão de Alex com Danilo. Com Alex pela direita, Danilo por dentro, Clemente Rodriguez perdeu liberdade para atacar e conforto de não ser agredido.
Foi pouco.
O Corinthians não achou Riquelme, enquanto o camisa 10 funcionou como pêndulo, ora à direita, às costas de Ralf, ora à esquerda, perto de Clemente Rodriguez, Mouche e Alessandro.
Riquelme foi o melhor em campo, apesar da bola perdida para Paulinho, no lance do gol. Leandro Castan, imbatível, o melhor do Corinthians.
A decisão, imprevisível, será no Pacaembu. Para vencer, o Corinthians não pode permitir ao Boca fazer seu jogo de posse de bola. Tem ele, Corinthians, de trocar passes, pressionar. Ou perderá. O Boca foi campeão fora de casa contra o Palmeiras, em 2000, o Santos, em 2003, o Grêmio, em 2007.
De positivo para o Corinthians, e Tite, a rapidez para perceber que Romarinho está melhor do que William e Elton. Por que Tite tirou os dois atacantes até do banco de reservas? Por seu sentido de justiça. Romarinho está treinando melhor e, mais, é mais imprevisível, porque tem o que William e Elton não têm: o drible.
Mostrou também o que nem William, nem Elton, têm conseguido: tranqüilidade para finalizar. Romarinho está jogando como se estivesse no Bragantino, com a tranqüilidade de quem sabe do que mais gosta: jogar bola.
Na volta, se não tiver Jorge Henrique, é provável que William seja titular e Romarinho fique no banco. Pense bem: se entrar no segundo tempo, William deixa o jogo igual ao que estiver.
Romarinho muda.
Disso, você também já sabe desde os 41 minutos do segundo tempo em La Bombonera.
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