domingo, 11 de agosto de 2013

'Na força', Augusto Dutra afasta pressão e vai à final do salto com vara

Augusto Dutra, Mundial de Atletismo de Moscou (Foto: EFE)

Augusto Dutra solta um grito ao chegar ao colchão. Tira das costas peso de estrear em Mundiais e passa pela barreira dos 5,40m na sua terceira e última tentativa. O alívio de ter superado o primeiro sarrafo neste sábado o impulsiona, e o paulista de 23 anos voa acima dos 5,55m com tranquilidade. Com os olhos brilhando e um sorriso largo, Augusto pode dizer: está na final do Mundial de Moscou.

- Resolvi tudo na força. Tentei pensar na técnica, mas era o último salto, toda pressão estava ali. Todos esperando para ver se eu vou passar. Consegui passar e já comecei a me sentir melhor na prova, encaixar o salto e estou na final. Estou muito feliz - disse o saltador.

Depois de passar na primeira tentativa o sarrafo a 5,55m de altura, Augusto teve apenas de esperar. O que também não foi fácil. A cada adversário eliminado na mesma barreira, o paulista que adora a sensação de cair, subia na classificação e ficava mais perto da final. Ele nem precisou tentar superar sua marca de 5,82m deste ano ou o recorde sul-americano do amigo Thiago Braz, que já voou 1cm mais alto. A confirmação só veio depois que a organização confirmou que 13 atletas avançariam, e não 12, como estipulado anteriormente.

- É muito gratificante estar nesta final, porque venho de treinamentos fortes, estressantes, ruins até, mas com certeza isso ajudou para que eu fosse para final. Logo na estreia ir para a final foi muito importante para mim e para o Brasil - disse Augusto.

 
 Thiago Braz ficou a uma posição da decisão e de superar Bubka como o mais jovem finalista (Foto: EFE)

Por muito pouco o saltador não vai ter a companhia do amigo de infância Thiago Braz na final. Confiante, o campeão mundial juvenil passou com facilidade pela barreira de 5,40m, logo de primeira. Só que sua tranquilidade habitual transformou-se em irritação à medida que saltava muito mais alto do que os 5,55m, mas tocava o sarrafo na queda. Thiago esmurrou o colchão, afinal, deixou escapar a chance de bater a lenda ucraniana Sergey Bubka, recordista mundial da prova, como o saltador mais jovem finalista. Ele bateu na trave e ficou a uma posição da decisão.

Terceiro brasileiro na prova, João Gabriel Sousa sabia que teria de chegar bem perto do seu recorde de 5,61m para avançar, mas não conseguiu passar pelo sarrafo de 5,40m e deixou sua estreia em Mundial com a marca de 5,25m. Nada mal para quem quase abandonou o atletismo. Ele pôde ver de perto o francês Renaud Lavillenie precisar de apenas dois saltos, já de 5,65m, para chegar à final. E o campeão olímpico ainda terá companhia de seu irmão mais novo, Valentin, que mostrou que o talento no salto com vara é coisa de família.

 Campeão olímpico, o francês Renaud Lavillenie precisou de apenas dois saltos para ir à final (Foto: Reuters)

Chinin na cola dos líderes
Brasileiro mais bem ranqueado em Moscou, Carlos Chinin mostrou por que tem a terceira melhor marca do mundo no decatlo em 2010. Ele abriu a competição que reúne dez provas do atletismo com o melhor tempo da sua vida nos 100m rasos. Os 10s78 lhe renderam 910 pontos e a sétima posição, 101 pontos atrás do recordista mundial e líder, o americano Ashton Eaton.

 Terceiro do ranking mundial, Carlos Chinin abre decatlo com recorde pessoal dos 100m rasos (Foto: AP)

Na segunda prova, o salto em distância, o paulista manteve o bom desempenho. Agressivo, ele queimou suas duas primeiras tentativas, mas não recuou, atacou bem a tábua de impulsão e conseguiu um voo de 7,54m, apenas 1cm menor do que sua melhor marca em 2013. Com o sexto posto do salto em distância, com 945 pontos, o fez cair para oitavo no geral, mas ainda não muito longe de Eaton, 148 pontos à frente.

Em um dos seus pontos fracos, o arremesso de peso, Carlos Chinin ficou longe da sua melhor marca (15,28m). Mesmo assim, os 14,49m foram o suficiente para deixá-lo na décima posição na prova. Com mais 758 pontos, o brasileiro se favoreceu de sua regularidade e subiu para a sexta posição. De quebra, ainda diminuiu a diferença para o líder Eaton para 142 pontos.

O decatlo segue com mais duas provas neste sábado (salto em altura e 400m rasos) e terá as cinco provas restantes no domingo.

No sacrifício
Depois de sofrer uma lesão que o tirou das pistas por seis semanas, o veterano Kleberson Davide ainda acreditava que conseguiria se superar nos 800m rasos. O paulista de 28 anos ficou entre os três primeiros de sua bateria até a reta final. Se mantivesse a posição garantiria a vaga na semifinal, mas foi ultrapassado por outros dois adversários. Como o tempo de 1m48s28, ele ficou apenas na 35ª posição.
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- Não estava fazendo os treinos bem por causa da lesão. Percebi que o ritmo da série estava fraco e tentei apertar para puxar o bloco. Até a entrada da reta estava em terceira, mas não deu para segurar. Acreditava que dava para buscar a semifinal, apesar da lesão. Quando somos mais novos, vamos para Mundial para conhecer. Eu não estou nessa fase, quero uma final e vou brigar por isso até perceber que não dá mais, que realmente tenho de parar - disse Kleberson.

Disco sem rumo
Primeira brasileira a entrar em ação no Luzhniki, Fernanda Borges não se encontrou em sua estreia em Mundiais. Atual campeã sul-americana, a gaúcha acertou a grade de proteção nas suas duas primeiras tentativas do lançamento de disco. Na última chance de buscar uma vaga na final, Fernanda mandou o disco para fora da zona permitida e deixou Moscou sem conseguir sequer uma marca.

- Não me senti bem e não acertei minha técnica. Quando a técnica não entra, não há força que funcione - disse a atleta.

FONTE: GLOBOESPORTE

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