
Visual em Fiji Foto: Kirstin/ASP
O tempo mudou. Nuvens escuras e um vento mais forte trazem o recado.
O mar vai subir. Tensão no ar? Não. Muito embora eu esteja apreensivo
com o potencial dessa ondulação para o fim de semana, os surfistas e a
maior parte da equipe técnica que trabalha no Volcom Fiji Pro parecem fazer o que sempre fazem.
Tranquilos. Para os surfistas é dia de treino leve, nadando ou
pegando as ondas que sobraram em bancadas no meio do nada. Sim, há ondas
que surgem em bancadas de corais distante das ilhas, que já são bem
distantes de tudo. Surf no meio do mar.
Talvez o que mais me remete ao fato de
estarmos aqui para uma competição é o jogo de xadrez psicológico que
acontece entre alguns atletas. Kelly parece não dar nem bom dia para o
Mineiro desde aquela derrota em Portugal, seguida do discurso que o
deixou sem fala.
Parko não pode encontrar com Jordy sem
que role aquela cara de paisagem por parte dos dois. Taj está em outra
ilha [Namoto], assim como Medina, mas Gabriel vem para Tavarua todos os
dias, jogar futivolei e se divertir com a galera. Taj, ainda não vi por
aqui.
Tudo isso pode parecer conversa de
revista de fofocas, mas a real é que vitória ou derrota dependem de
equações que vão além de pranchas e ondas. A cabeça é arma poderosa.

Tavarua - Foto: Kirstin/ASP
Gostei de ver Mineiro, sem leashe
[cordinha] naquela bancada no meio do nada. Inspiration, é o nome do
pico, veio bem a calhar. “Não vou dar aéreos. Só fazer um surf na boa”,
disse ele minutos antes de voar com sua prancha uns 2 metros de altura
para fora do lipe.
Depois de ir buscar a prancha lá no meio
do que parecia ser uma lagoa na banca, resolveu que acertaria um aéreo
rodando de back. Tentou, nadou, tentou, nadou... até que acertou. Esse
estado mental faz toda a diferença durante uma bateria.

Previsão das ondas para Tavarua - O campo em roxo indica uma ondulação gigante se aproximando da ilha. - Foto: Surfline.com

Cerimônia Kava em Tavarua - Crédito da imagem: Kirstin/ASP
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