quarta-feira, 13 de maio de 2015

'Popstars' da praia: assédio, seguranças, fã desinformada e até dificuldade para treinar

'Brazilian Storm' em alta: Medina atendeu pedidos de fotos e autógrafos no Rio

As atenções e as câmeras do mundo todo estão voltadas para eles sempre que estão dentro da água, mas o sucesso recente sobre as ondas tem feito esses caras não passarem despercebidos nem quando estão fora do mar. Muito pelo contrário. No primeiro dia de competições da etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de surfe, nesta terça-feira, Gabriel Medina e companhia tiveram uma vida de "popstars" da praia.

Os bons resultados da chamada "Brazilian Storm" ("Tempestade Brasileira") e o crescente interesse da mídia pelo esporte têm transformando esses atletas em verdadeiros ídolos nacionais, e isso pode ser comprovado no evento disputado na Barra da Tijuca, com direito a muito assédio feminino, seguranças ao redor, gritos histéricos, pedidos de autógrafos, fotos e, claro, até alguns fãs que não entendem muito de surfe, mas estavam lá em busca de um contato com as estrelas.

Com a praia cheia de centenas de pessoas em um belo dia de sol e altas ondas, nem mesmo a curta caminhada entre a área reservada para os atletas e o mar é feita com tranquilidade no Rio. Para entrar e sair da água, os surfistas precisam da ajuda de seguranças. Por causa do assédio, Gabriel Medina, campeão mundial no ano passado e principal nome da modalidade no Brasil, teve que abreviar a tradicional oração que costumar fazer na areia antes do início de cada bateria.

KELLY CESTARI/WSL
Cercado por fãs e seguranças, Gabriel Medina tenta fazer oração antes de entrar no mar

"Infelizmente, desta vez teve que ser uma coisa rápida, improvisada e já dentro da água. Gosto de rezar na areia com calma, pegar uma energia positiva e só depois entrar no mar. Mas aqui tem muita gente mesmo, fica inviável", afimou Medina que, no entanto, minimizou qualquer problema e aprovou o apoio da torcida na Barra.

"Estou me acostumando (com o assédio), era uma coisa que eu não tinha o ano passado, Agora a gente tem vários fãs, maior galera aqui te acompanhando, te assistindo, eu acho isso muito legal. A tendência é isso crescer, do jeito que os brasileiros estão indo no circuito, já tivemos um brasileiro campeão mundial no ano passado. Tomara que cresça".

DIVULGAÇÃO
Medina em ação social de patrocinador

Depois de competirem, os brasileiros foram até a grade que separa a "área VIP" no público para atenderem os fãs, em sua maioria jovens e adolescentes. Muitos deles estiveram lá praticamente entre as 7h e as 16h, período que durou a competição, e alguns faziam questão de dizer que tinham "matado a aula" para conseguirem uma lembrança dos ídolos.

Mais novo entre os surfistas do país, Filipe Toledo, de 19 anos, fez sucesso entre as mulheres, ganhou beijos, abraços e, em meio aos gritos de "lindo" e diversas "selfies", uma senhora arrancou risos ao mostrar que estava meio por fora do assunto. "Esse aí que é o Medina?", perguntou a torcedora desinformada, que mesmo assim ganhou um autógrafo e fez parte da festa.

"As meninas e a torcida brasileira estão de parabéns. Eu gosto de atender aos fãs, tirar foto com todo mundo e ouvir o que a galera tem para dizer. A torcida da areia nos ajuda bastante na hora de competir. Algumas meninas vão com mais vontade, mas elas merecem meu carinho", disse Filipe Toledo, vencedor da etapa de Gold Coast este ano e atual terceiro colocado no ranking do WCT.

TIAGO LEME/ESPN
Filipe Toledo foi bastante assediado e tirou vários fotos com os fãs

Além do assédio da torcida e da imprensa, compromissos com patrocinadores também fazem parte da agenda dos atletas. Nesta segunda à tarde, por exemplo, Gabriel Medina participou de uma promoção na tenda de uma empresa montada na praia e fez uma ação social com jovens da Associação de Surfe da Rocinha.

Sempre de bom humor, Medina interagiu e fez alegria dos fãs, mas não escondeu que a vida de "popstar" tem lhe causado até dificuldades para treinar e alterado a sua rotina.

TIAGO LEME/ESPN
Até vendedor de mate assediou Medina

"Eu surfei dois dias aqui no Rio (antes da competição), no outro eu fiquei sem surfar porque já tinha bastante gente na praia. É difícil, para ir treinar você tem que pensar duas vezes. O ideal é que esteja chovendo, aí você consegue chegar mais fácil na água e sair. Faz parte, eu entendo também cada um que está presente aqui na praia", admitiu o atual campeão do mundo, que garantiu que, pelo menos quando está em casa, ainda não precisa andar cercado por seguranças.

"Maresias (em São Sebastião) é uma praia mais afastada, então eu não preciso de segurança. Eu tiro as fotos que tenho que tirar, que acho que não é nem metade daqui (do Rio). Mas faz parte do dia a dia agora".

A etapa do Rio de Janeiro, a quarta do Mundial de surfe, tem transmissão, ao vivo, daESPN+ e do WatchESPN, sempre a partir de 7h (de Brasília), de acordo com a condição das ondas.

FONTE: ESPN

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