quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Da glória à desgraça: conheça a vida e a obra de Garrincha

Da glória à desgraça: conheça
a vida e a obra de Garrincha (infoesporte)


A EXPLOSÃONO BOTAFOGO

Foi o Botafogo quem abriu as portas para Garrincha. E levou um susto já nos primeiros treinos. Aquele jogador de corpo estranho, saído do interior, ousou driblar o mitológico Nilton Santos de tudo que era jeito com suas pernas tortas. Era uma nova história nascendo. Em mais de uma década com a camisa alvinegra, Mané se tornou eterno. Ganhou três vezes o Campeonato Carioca e venceu duas edições do Roberto Gomes Pedrosa, além de um Rio-São Paulo.



"Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar
de tudo e de todos".
Carlos Drummond de Andrad


A PRIMEIRA COPADE GARRINCHA

O desempenho arrasador pelo Botafogo foi o caminho para a Seleção.
Já na primeira Copa, veio o primeiro título. Mané Garrincha deixou os suecos boquiabertos com seus dribles. Foi o mágico daquele Mundial. Não fez gols, mas foi decisivo. Na final, deus dois passes para Vavá
virar sobre a Suécia e encaminhar a goleada de 5 a 2. Era a consolidação do mito. Mas a relação dele com a Seleção se tornaria ainda mais forte na Copa seguinte.

Jogamos 12 anos e nunca perdemos juntos. O Garrincha era um jogador muito individualista, mas para o time era maravilhoso. Todo time precisava de dois, três para marcar o Garrincha, mais um, dois para marcar o Pelé.
Aí os caras estavam ferrados
Pelé


A CONSAGRAÇÃONO CHILE

Veio 1962, veio a Copa do Mundo do Chile, veio a consagração de Garrincha. Com Pelé lesionado logo na largada do Mundial, Mané assumiu o papel de craque da equipe. Fez quatro gols: dois nas quartas de final, diante da Inglaterra, e outros dois nas semifinais, contra o país-sede. Foi expulso, mas jogou a final mesmo assim. Com 39 graus de febre, carregou o Brasil à vitória de 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia e ao bicampeonato mundial.

"Foi o Mané que deu aquela Copa para o Brasil. Para mim, eram
11 Manés dentro de campo.
Eu lembro da pureza e da inocência dele: do quanto ele foi ingênuo, do quanto ele podia nos dar e do quanto ele nos deu".
Elza Soares



UM MITOEM DECADÊNCIA

Gênio, idolatrado, bicampeão do mundo. E alcoólatra. As glórias de Garrincha foram embebidas em porres. Mané convivia com o álcool desde a infância, na pequena localidade de Pau Grande-RJ. Quando adulto, só piorou. As bebedeiras passaram a prejudicar o futebol. Acabou a relação com o Botafogo. E o gênio passou a perambular por outros clubes, alguns minúsculos, até largar a bola.

"Garrincha foi o homem que mais alegrias deu em toda a história do futebol. Quando ele ali estava,
o campo era uma pista de circo;
a bola, um animal amestrado;
o jogo, um convite à festa."
Eduardo Galeano


O ADEUS AO GÊNIO DASPERNAS TORTAS

Mergulhado no álcool, marcado pelo fracasso na Copa de 66, envolvido em uma relação polêmica com a cantora Elza Soares, musa da época, Garrincha teve seus últimos suspiros, incluindo uma emocionante despedida no Maracanã. Mas ele tinha os dias contados. Em 20 de janeiro de 1983, deixou a vida, vitimado por consequências da cirrose. Morreu sozinho, em uma clínica especializada em distúrbios mentais. Foi velado no Maracanã.

"Aí é que está o milagre:
— o povo ria antes da jogada,
da graça, da pirueta.
Ria adivinhando que Garrincha
ia fazer a sua grande ária,
como na ópera."
Nelson Rodrigues



fonte: youtube/globoesporte

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