Transformou especificamente o mercado de fabricação de pranchas.
Trouxe a possibilidade de calcular as medidas da prancha de forma computadorizada e transmitir estas informações para a máquina de corte dos blocos que são a matéria prima das pranchas.
Sendo assim, basta ao shaper o trabalho de finalização do bloco já recortado antes de mandá-lo para a laminação.
Com isto, o processo de fabricação de pranchas ganhou agilidade e retirou o shaper da função de cerrar manualmente os blocos sendo obrigado a inalar a poeira tóxica que é liberada durante a cerração.
Há quem diga que a tecnologia abriu portas para novos profissionais, por exemplo: aqueles que possuem mais habilidade matemática do que manual.
Mas, há quem defenda o sistema de fabricação cem por cento artesanal, como acontecia antes desta máquina existir.
Depois de ouvir vários shapers se descobriu um vídeo que explica melhor o que faz esta tecnologia polêmica e revolucionária ao mesmo tempo.
Saiba como funciona a máquina com o shaper Victor Vasconcellos no VÍDEO A SEGUIR!
Para Rico de Souza, 60, que shapeia desde meados dos anos 60, a principal diferença entre o trabalho do shaper antigamente e nos dias atuais se dá por causa da massificação da informação.
“Quase não havia informação segmentada no Brasil. A falta de informação gerava a oportunidade de nós criarmos, improvisarmos técnicas de produção, experimentarmos formas de se fazer as pranchas e isso era muito divertido!”, conta.
Leo Tavares, 38, compartilha deste ponto de vista. Ele, que é shaper há 14 anos, pegou os tempos de produção manual, mas hoje em dia fabrica suas pranchas apenas com auxílio da máquina.
“Não uso uma plaina há uns quatro anos e sinceramente não sinto a menor falta. A minha plaina está até emprestada”, diz ele.
Segundo Leo, o prazer está em ver suas criações funcionando bem no mar e não necessariamente em ficar horas a fio lixando um bloco.
“Sou um estudioso de pranchas. Faço cálculos para chegar às medidas certas que irão funcionar na hora do surf”, explica.
Fora isto, ele lembra que o sistema permite o arquivamento das medidas de cada prancha. Sendo assim, facilita bastante o trabalho do shaper na hora de replicar uma prancha usada por um atleta para vencer determinada competição ou surfar determinada onda, por exemplo.
Rico gosta de relembrar o tempo que tinha de correr para produzir um estoque de 100 a 150 pranchas antes de embarcar para as temporadas havaianas de dois meses ou mais.
No entanto, acredita que não seria a máquina a vilã responsável por tirar o romantismo do surf.
“O romantismo está dentro do coração da gente. Ele não se perdeu. O dinheiro, a cidade grande, os tempos modernos, a velocidade da informação tiram o romantismo do surf. Não a tecnologia”, conclui.
FONTE: Maya Rodrigues
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