segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Exclusivo: Diego Hypolito conta como superou depressão e voltou a treinar


Bicampeão mundial no solo (2005 e 2007) e um dos atletas olímpicos mais conhecidos do Brasil, Diego Hypolito travou uma dura batalha para se curar da depressão. O problema surgiu no período em que ele ficou sem clube e treinava no Pinheiros, em São Paulo. Foram 15 meses entre a demissão no Flamengo até a contratação pelo São Bernardo, em junho deste ano. Depois de sessões de terapia e alguns medicamentos, o ginasta de 28 anos contou, com exclusividade ao Esporte Espetacular, que está recuperado e pronto para as Olimpíadas do Rio, em 2016, e realizar o sonho de conquistar a sua primeira medalha olímpica. Diego viajou para o Mundial de Ginástica na China como reserva da seleção brasileira, mas trabalhou duro, acreditou e conseguiu conquistar a medalha de bronze no solo. (clique no vídeo e confira a reportagem de Glenda Kozlowski)

Eu vou cair trinta vezes e vou me levantar trinta e uma. Não vou desistir do meu objetivo. Minhas armas são o sorriso, a determinação e a fé, que é o que mais tenho. Estive em duas olimpíadas, uma eu caí de bunda e outra eu caí de cara. Eu não tenho vergonha disso, eu tenho orgulho de ter participado de duas olimpíadas e eu pretendo ir a mais uma. Mas agora eu pretendo cair de pé! (risos) – disse.

Muitas vezes eu não tinha nem vontade de entrar no ginásio. Quer dizer, quase todos os dias eu não tinha vontade nenhuma. Minha vida era dormir, dormir e dormir e eu não sou assim.

A depressão é uma doença cada vez mais comum, que afeta o funcionamento do cérebro, provocando sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. No caso de Diego, ela surgiu depois dos problemas em sequência como a demissão do Flamengo e a perda de seu principal patrocinador. O problema foi notado pela família e pelo próprio atleta.

- Muitas vezes eu não tinha nem vontade de entrar no ginásio. Quer dizer, quase todos os dias eu não tinha vontade nenhuma de ir para o ginásio. Minha vida era dormir, dormir e dormir, e eu não sou assim. Para me superar eu preciso ver o dia, tenho que ter felicidade, dar risada. Eu falei assim: “Nossa, o que está acontecendo comigo? Quem sou eu? Qual é a minha identidade atual? Por que eu estou assim?” Quando eu me vi nesse caminho, eu vi que era algo que eu não conseguia me controlar, não tinha forças e eu precisava de ajuda – explica Hypolito.


Diego buscou terapia e chegou a ficar duas semanas internado em tratamento. Ainda no hospital, ele diz que fez uma escolha.

Eu tinha que voltar a ser o que eu era. Confiar e ser feliz, ter motivação e isso só dependia de mim. Tomei remédios, eu acho que momentaneamente, na primeira semana, pode ter me ajudado muito, mas os problemas a gente só esquece deles enfrentando-os, e eu não estava enfrentando os meus problemas, eu estava me escondendo dos problemas, me escondendo dormindo – revela Diego.

Diego Hypolito no solo do Mundial de Nanning 
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

O ginasta começou a traçar novos caminhos. Trocou de técnico após 19 anos ao lado de Renato Araújo e passou a ser treinado por Fernando Lopes. Há três meses treina pelo São Bernardo do Campo com aparelhos de última geração. No mundial da China, Diego conseguiu sua melhor nota no solo desde 2008. Mas nada parece ser muito fácil pra ele. Diego embarcou com a delegação brasileira, como reserva e somente duas horas antes do inicio da competição, soube que seria titular no lugar do lesionado Caio Souza. Recuperado, nada mais parece tirar o sorriso amplo do rosto de Diego que encara com bom humor até as falhas nos Jogos Olímpicos que o derrubaram.

Glenda Kozlowski e Diego Hypolito se divertem após a reportagem
 (Foto: Reprodução Instagram)

FONTE: ESPORTE ESPETACULAR

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