No dia da medalha 100, Brasil leva dois bronzes, garante outro e empata duelo à parte com maior rival

A quarta-feira do Brasil nos Jogos Olímpicos teve mais dois bronzes somados ao quadro de medalhas, outro já garantido a ser confirmado nos próximos dias e um empate nos duelos em esportes coletivos diante da rival Argentina. Marcou também a 100ª conquista nacional no maior evento esportivo do mundo.

Teve ainda uma grande polêmica envolvendo um dos maiores feitos do país em Londres. Arthur Zanetti, ouro na ginástica, teve o resultado questionado pelo técnico do principal concorrente Yibing Chen, prata.

Bronze e revolta - A brasileira Adriana Araújo reconquistou uma medalha para o boxe após longo hiato. A última medalha remete aos Jogos de 1968, com Servílio de Oliveira, bronze na Cidade do México.

Depois de perder para a russa Sofya Ochigava, a brasileira disparou contra o presidente da Federação Brasileira de Boxe, Mauro José da Silva. "Ele me humilhou me tirando da seleção e disse várias coisas. Mas eu nunca ouvi o que ele falava. Mesmo assim, agora está dada a resposta",
Bronze e paz - Depois de uma derrota frustrante na semifinal, Juliana e Larissa, que de favoritas acabaram caindo para a disputa do terceiro lugar, venceram as chinesas Xue e Zhang e celebraram a parceria.

“Ontem eu estava sem sono. Fui para o quarto da Larissa e disse que apesar de tudo, da derrota, estava sendo muito bom estar jogando a Olimpíada do lado dela”, disse Juliana.

Medalha em família - Se Esquiva Falcão já havia garantido ao menos a medalha de bronze ao chegar às quartas de final do boxe, foi a vez do irmão dele, Yamagushi, derrotar o campeão mundial e pan-americano dos meio-pesados Julio La Cruz e chegar à semifinal.

"Meu pai deve estar explodindo", disse o boxeador, que também já garante ao menos o terceiro lugar no pódio e faz o boxe ir do longo período sem medalhas para a melhor campanha da delegação na história.

Argentina, a pedra no caminho - A seleção masculina de basquete voltou aos Jogos Olímpicos, fez boas exibições, mas parou diante do experiente time argentino de Ginóbili e Scola. Com aproveitamento pífio no lance livre, os brasileiros viram os rivais vencerem por 82 a 77 para dar adeus às chances de medalha.

Ao fim do jogo, o técnico Rubén Magnano se mostrou satisfeito. Disse que é bom ver o Brasil de volta ao caminho olímpico e pediu mais investimento na base do esporte. "O Brasil não tem muitos clubes para crianças. Se queremos pensar no futuro, precisamos criar um lugar para eles".

Argentina, o rival ideal - Se o Brasil precisava de uma vitória para dar tranquilidade e moral para as semifinais do torneio masculino de vôlei, este foi o ritmo do jogo contra a Argentina nas quartas de final.

Com 28-26, 25-20 e 25-20, o time de Bernardinho avançou entre os quatro melhores, onde pega a surpresa Itália querendo mostrar que pode chegar à terceira final olímpica consecutiva. A nota ruim é que a seleção pode perder Leandro Vissotto, que sentiu lesão e deixou a quadra chorando.

Ouro 'roubado' - Segundo o treinador da equipe chinesa de ginástica Huang Yubin, a diferença entre as notas de Arthur Zanetti, brasileiro medalha de ouro, e Yibing Chen, chinês que ficou com a prata, "machucou todos que amam a ginástica". Ele enviou uma carta à imprensa do país mostrando toda a indignação sobre a final e cobrando uma resposta do Comitê Olímpico Internacional e da Federação Internacional de Ginástica.

O técnico, inconformado com o resultado da final das argolas, disparou contra a série apresentada pelo brasileiro, apontou erros de Zanetti e acusou o resultado: "Roubo".

À sombra de Bolt - Os dois brasileiros das semifinais dos 200m rasos não conseguiram avançar à final desta quinta: Bruno Lins e Aldemir da Silva Junior. Fábio Gomes da Silva. No salto com vara, Fábio Gomes da Silva foi eliminado logo na eliminatória em prova marcada pela vara quebrada do cubano Lazaro Borges. No decatlo, Luiz Alberto de Araújo terminou as cinco primeiras das dez provas no 14º lugar.

Hipismo sem brilho - Os brasileiros Doda e Rodrigo Pessoa ficaram longe da briga por medalha num esporte que já rendeu três pódios ao porta-bandeira da delegação nacional. O primeiro ficou na 12ª posição, enquanto o segundo terminou na última posição da final, a 22ª.

Vela com esperança - As brasileiras Fernanda Oliveira e Ana Barbachan seguem vivas na briga por uma medalha na classe 470 femininas das disputas da vela. Nesta quarta-feira, a dupla teve bom desempenho nas duas regatas do dia, as últimas classificatórias, e garantiram vaga na Medal Race. No entanto, para subir ao pódio da categoria, as velejadoras precisarão fazer contas. São 61 pontos perdidos contra 52 das terceira colocadas.