quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Quatro duplas do badminton são excluídas da Olimpíada após entrega de jogos e 'corpo mole'


Quatro duplas da disputa feminina do badminton foram desclassificadas dos Jogos Olímpicos depois de terem feito jogos nesta terça-feira onde supostamente "não usaram dos melhores esforços para vencer", conforme justificou a federação mundial da modalidade.


As duas duplas da Coreia do Sul, uma da China e outra da Indonésia fizeram jogos sem nenhuma combatividade e cometeram erros básicos onde pareciam querer entregar os pontos para a equipe rival. Acabaram acusadas de querer perder os jogos para determinar o chaveamento do torneio a partir das quartas de final.

As quatro atletas sul-coreanas tentaram apelar contra a decisão, mas tiveram o pedido rejeitado. Com isso, a dupla da Indonésia preferiu nem tentar convencer a federação, enquanto as chinesas não tiveram nenhuma atitude a respeito do caso. Ainda serão anunciados mais detalhes sobre o tema, como uma possível suspensão que pode impedir que as duplas joguem a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

Mais tarde, o presidente da Federação Mundial de Badminton, Thomas Lund, pediu desculpas por todo o episódio. "A coisa mais importante é que lidamos bem com a questão e tomamos as providências de acordo com o interesse de todos. Teve uma grande consequência para as oito atletas, mas temos 172 e precisamos atuar no melhor para todos".
A justificativa dos punidos é que a introdução de uma fase de grupos antes das partidas eliminatórias é a grande culpada do episódio, já que perder um jogo pode colocar um competidor diante de um rival ou um caminho mais tranquilo a partir da segunda parte do torneio.

Antes mesmo da confirmação oficial da exclusão das oito atletas, realizada nesta quarta-feira, diversas vozes já haviam surgido cobrando uma punição por parte da organização dos Jogos. Taufik Hidayat, atleta da Indonésia que foi campeão mundial e que levou a medalha de ouro em Atenas-2004, chegou a dizer que as partidas foram "um circo", e que se as atletas fossem desclassificadas, ele ficaria bastante feliz pelo esporte.

Atletas do badminton foram punidas por falta de esportividade nos Jogos

Os jogos

Na primeira das partidas em questão, a torcida vaiou o confronto entre as chinesas Yu Yang/Wang Xiaoli e as sul-coreanas Jung Kyung-eun/Kim Ha-na. O maior rali no jogo durou apenas quatro toques, e o árbitro Thorsten Berg chegou a entrar na quadra para pressionar os atletas por um jogo mais correto.

No fim, a dupla da Coreia do Sul venceu o jogo válido pelo grupo A em apenas 23 minutos por 21-14 e 21-11. Ambas as equipes já estavam garantidas nas quartas de final, e o resultado colocou as sul-coreanas diante de uma outra dupla chinesa - assim, Yu e Wang conseguiram escapar de um duelo contra as compatriotas, deixando um eventual jogo entre chinesas apenas para um cruzamento de final.

"As chinesas que começaram com isso. Elas fizeram primeiro. É uma coisa complicada para mim, mas elas não queriam se encontrar na semifinal. Eles precisam fazer alguma coisa sobre isso. Como pode a melhor dupla do mundo jogar assim?", comentou o técnico das equipes sul-coreanas, Sung Han-kook, pedindo providências por parte da Federação Mundial de Badminton. Yu, por parte da China, disse que a dupla apenas se poupou para o início da fase de mata-mata. "São adversários muitos difíceis. Jogamos contra eles e amanhã já temos os playoffs, então nós já estávamos classificadas e preferimos guardar energia".

A outra partida que resultou em desclassificações foi entre Ha Jung-Eun/Kim Min-Jung, da Coreia do Sul, e Meiliana Juahari/Greysia Polii, da Indonésia, que fizeram uma partida no mesmo clima do primeiro jogo suspeito.

Assim como anteriormente, o árbitro entrou na quadra para tomar uma atitude diante de um jogo morno, sem competitividade. Berg, desta vez, chegou a ameaçar um cartão preto que significa a desclassificação, mas a organização acabou voltando atrás e deixando o jogo seguir.

Ambos os times também já estava garantidos na próxima fase, com os vencedores do grupo cruzando com a dupla chinesa Yu/Wang, as favoritas ao ouro. As coreanas venceram por 18-21, 21-14 e 21-12 e preferiram não comentar muito sobre o jogo. Polii, da Indonésia, falou: "O árbitro disse que não estávamos jogando de forma séria. Não sei o que aconteceu. Se é um jogo, temos que aceitar todas as coisas. Eles têm de confiar na gente, jogamos bem ou mal. Nosso controle é apenas jogar o melhor que a gente pode".

Polêmica no vôlei
Em 2010, a seleção brasileira passou por questionamento parecido durante disputa do Mundial de vôlei na Itália. Por um cruzamento menos complicado na fase seguinte, a equipe masculina do Brasil "entregou" uma partida para a Bulgária: 3 sets a 0, com parciais de 25-18, 25-20 e 25-20. Na época, o técnico Bernardinho disse que não pediu para os jogadores perderem a partida, mas Giba chegou a dizer que o jogo era uma "mancha negra" na carreira, e que o campeonato, na verdade, começava a partida do próximo confronto. A seleção chegou a improvisar Théo na posição de levantador, e a torcida que foi ao ginásio vaiou, ficou de costas para a quadra e levou cartazes com a palavra "vergonha" para prostestar sobre o andamento da competição. No fim, o Brasil conseguiu o que queria: pegou um caminho mais fácil e acabou campeão mundial

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