domingo, 23 de novembro de 2014

Stand Up Paddle Tri FM 2014 - Marcelo Lins e Naomi Costa se destacam no sábado


Mais do que disputas acirradas, o 2º Campeonato de Stand Up Paddle Tri FM começou neste sábado (22), na Praia do Gonzaguinha, em São Vicente, como uma grande confraternização dos praticantes da modalidade.

Uma festa, envolvendo desde atletas de ponta a iniciantes. De adolescentes a competidores com 70 anos de idade. Independente da competição, com chegadas emocionantes, o melhor foi ver a sinergia entre todos participantes.

O evento segue neste domingo (23) no mesmo local, a partir das 10 horas, repetindo as provas realizadas no sábado, para definir os campeões. Logo no primeiro dia, foram muitos destaques, como o campeão mundial de Sup Wave, Leco Salazar, que deu trabalho na categoria open, garantindo o terceiro lugar, mesmo não sendo a sua especialidade.


Leco Salazar. Foto: Ivan Storti.

Na supermaster, Antonio Esteves Neto, com seus 69 anos, remou muito bem, garantindo o segundo lugar. O mais velho foi Antonio Roberto Pimentel, aos 70 anos, confirmando que o Sup pode ser praticado em qualquer idade. O prefeito Luis Claudio Bili, que acompanhou de perto todas as provas, comemorou o novo sucesso, garantindo a continuidade do Campeonato nos próximos anos.

“É um prazer para nós. Estou muito feliz em estar aqui. Estou de pé na areia, curtindo demais. A ideia é manter esse evento. A sociedade abraçou, os atletas aprovaram e estamos muito felizes. Aqui é um lugar perfeito, e São Vicente vem se tornando a capital do Sup”, disse.

Nas provas, Marcelo de Oliveira Lins, de Santos, e Naomi Costa, de São Vicente, dominaram os principais resultados. Eles venceram na open e, juntos, faturaram o revezamento, em duplas. Mas o melhor desempenho na remada foi de André Paiva, o Dé, de São Vicente. Defendendo o título na master, ele garantiu o menor tempo no percurso de três quilômetros, em 18 minutos e 57 segundos.


André Paiva, o Dé, vencedor da master. Foto: Ivan Storti.

De quebra, ainda viu o seu filho, Alan Cursi, de 17 anos, ser a revelação do dia, ao chegar em quinto lugar na open, sendo declarado o melhor júnior. Na master feminina, Milena Amaral, também competindo “em casa” foi a melhor para tentar o bicampeonato. Já na supermaster, a nova categoria em disputa, Nelson Gama, comemorou o aniversário de 58 anos com a vitória. Entre as mulheres, Maria de Fátima Costa, mãe de Naomi, levou mais uma vitória para a família.

Ainda no espírito familiar, a caçula foi Laís Vitória, de Santos, de 15 anos, competindo na open e que teve a companhia de seu pai, Gilson Alecrim, competidor da supermaster, em toda a segunda volta. “Fui ao seu lado para dar motivação. Coisa de pai”, vibrou.

Das sete disputas, três garantiram mais emoção, a open masculina e feminina e o revezamento. Na prova individual, Marcelo Lins abriu uma vantagem ainda na primeira volta, com Caio de Britto, aluno da Escola de Sup da Prefeitura, vindo logo atrás. A surpresa ficou com Leco Salazar, que não deixou os ponteiros desgarrarem e remou bem forte.

Outro cotado, Rogério Mendes, trocou de prancha antes da largada, não se adaptou e acabou sofrendo algumas quedas, mas teve forças para se recuperar e chegar em quarto lugar, muito bem. Logo atrás, veio Alan, para orgulho do pai. Na feminina, Naomi também liderou com uma boa distância, com Moa Jessica, de São Vicente, e Cristiana Tijolinha, de Santos, vindo juntas até a beira e o segundo lugar decidido só na corrida para a atleta local.

Na prova por equipes, várias duplas fortes. A começar pelos dois vencedores open e também com Dé, vitorioso ano passado e agora com Tijolinha, e o casal Rogério Mendes e Milena Amaral, vice em 2013. Marcelo e Dé optaram por remar primeiro abrindo vantagem, mas Milena veio logo atrás. Na segunda parte, Naomi manteve a ponta e Rogério foi buscar o segundo lugar. No final, os dois imprimiram um ritmo alucinante com batidas frenéticas da pá do remo na água.

“Foi uma prova muito boa, bem organizada, com fiscais em todas as boias e um nível muito forte. Fiquei surpreso com alguns adversários e no domingo é fazer o possível para repetir”, afirmou Marcelo Lins. “A estratégia numa prova de Sup é remar, remar, remar e não parar. Fiz aniversário, 41 anos, na sexta-feira e essa vitória foi um grande presente”, complementou.

A sua parceira de vitória também espera manter a performance. “Quero continuar no ritmo e terminar numa explosão grande”, falou a atleta de 20 anos. Na master, Dé ficou satisfeito com seu desempenho e festejou mais ainda o resultado de seu filho. “Treinei bastante para essa prova. Remei 12 km todos os dias, seis de manhã e seis de tarde, sempre no pau. Será bom ficar na história como campeão num evento que tem tudo para crescer como foi com os 10 KM Tribuna FM e que também participo”, comentou.


Naomi Costa, vencedora da open. Foto: Ivan Storti.

“Fiquei impressionado com o Alan e estou muito feliz, muito orgulhoso. Brigou ali com os melhores da open na primeira prova dele”, comemorou Dé. A vencedora da master também falou do tema família. “É muito legal mostrar aos seus filhos que, independente da competitividade, é bom ter o esporte na vida, para não virar a cabeça para outros lados. Remamos sempre em família e é sensacional competir ao lado do Rogério”, falou Milena Amaral.

Entre os mais velhos, a briga também foi boa. Nelson Gama liderou desde a primeira boia e teve Antonio Esteves sempre em sua cola. “Foi muito esforço. O principal é dar energia do começo ao fim. Vencer no meu aniversário foi um grande presente”, ressaltou Nelson.

Na prova feminina Maria de Fátima teve como rival Maria de Jesus Lozneanu, revelação da Escola de Sup de São Vicente. “Remamos muito bem, forte. Tive de tirar sangue dos olhos para aguentar o ritmo”, relatou a vencedora, também orgulhosa com a filha. “Acho que fiquei mais feliz com a vitória dela do que com a minha”, completou.


Nelson Gama, vencedor da supermaster. Foto: Ivan Storti.
Quem também curtiu a disputa foi Leco Salazar. Aproveitando a folga no calendário de disputas oficiais, ele resolveu competir na remada, que não é sua especialidade, e fez bonito. “Claro que remar faz parte do meu treino, mas não me dedico a isso. Fiquei feliz com o resultado, ainda mais competindo contra atletas de ótimo nível. O importante é ver como o Sup vem crescendo e temos atletas de todas as idades. Foi demais”, destacou.

O empresário José Sérgio da Silva, da New Advance, uma das maiores fábricas de pranchas de Sup do País, também ficou feliz com o resultado do evento. “Com certeza, é um campeonato que está crescendo e que tem muito a crescer ainda. O ambiente aqui foi fantástico”, argumentou.

Thatha Alves é exemplo de superação na disputa

Quando se compete, a maioria busca resultado. Para Thatha Alves o importante é estar competindo, estar entre amigos, se superar. Em tratamento de um câncer na mama, a atleta santista usa o esporte como grande “ferramenta” para se manter bem. Neste sábado, ela participou do 2º Campeonato de Stand Up Paddle Tri FM ao lado de Marcelo Papão, no revezamento, e fez bonito. A colocação, inclusive para o seu parceiro de prova, era o que menos importava.

O que valeu muito foi se sentir bem, forte. “Para participar desse campeonato fiz as contas de quanto tempo seria a distância da minha quimioterapia para a prova. E deu certo. Respeito os meus limites, mas o esporte me faz muito bem, não deixou que eu caísse”, afirmou a atleta de 42 anos.

A história de Thatha é de total superação e o esporte sempre caminhou ao seu lado. Em 2011, ela teve um cisto ovariano, que um médico chegou a medicá-la como uma simples infecção urinária. Mas depois, fazendo o exame CA125, detectou câncer no útero, trompas e ovário direito. “Descobrimos que era um câncer raro, que foi do útero para o ovário”, lembrou.


Thatha Alves, superação. Foto: Ivan Storti.

Depois de retirar os órgãos, tratou com quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. Fazendo exames de rotina, em março deste ano, detectou um novo câncer, agora na mama. Novamente, Thatha iniciou um rigoroso e dolorido tratamento. “A quimio é duro. Fico de cama e quando estou melhorando tenho de tomar outra. Mas estou reagindo. O importante é que esse câncer não tem nada a ver com o outro”, falou, a sempre animada Thatha.

E para aguentar essa difícil rotina, o esporte é sua fonte de revitalização. “Quando não estou mal por causa do tratamento, pedalo todos os dias e vou do Canal 1 até a Ponta da Praia para remar. Adoro essa energia. O pessoal é muito unido, sempre me dando força. O esporte ajuda muito. Em nenhum momento deixei de fazer, sempre respeitando o meu limite”, disse.

“Também faço pilates. E até por ter retirado útero, trompas e ovário, adiantei a minha menopausa e tenho osteopenia, que pode se transformar em osteoporose. Por isso, faço musculação e a atividade física é fundamental”, complementou Thatha, acostumada a enfrentar a doença de frente. “A queda de cabelo é o de menos. A quimio castiga muito e quando iniciei o tratamento fui no barbeiro do meu pai e pedi para raspar”, relatou a atleta, fazendo um alerta. “É fundamental para a mulher fazer exame a cada seis meses. Quando se é jovem, a doença se desenvolve ainda mais rápido”, explicou.

Independente do resultado final nas remadas neste domingo, Thatha sabe que sairá da Praia do Gonzaguinha como uma vitoriosa. “Nada melhor do que estar com os amigos, fazendo que gostamos”, enalteceu.

Vencedores do primeiro dia

Open Masculina – Marcelo de Oliveira Lins (Santos)

Open Feminina – Naomi Costa (São Vicente)

Master Masculina – André Paiva, o Dé (São Vicente)

Master Feminina – Milena Amaral de Camargo (São Vicente)

Supermaster Masculina – Nelson Gama (Santos)

Supermaster Feminina – Maria de Fátima Costa (São Vicente)

Duplas mistas – Marcelo de Oliveira Lins (Santos) e Naomi Costa (São Vicente)

FONTE: Fábio Maradei

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