segunda-feira, 16 de junho de 2014

Na estreia na Copa do Mundo, EUA enfrentam Gana, seu inimigo íntimo

GANA X EUA Ficha Apresentação (Foto: Infoesporte)

Nos EUA, a expressão "varrer" ("sweep", no original) é usada quando uma equipe é eliminada de uma série sem vencer sequer uma partida. Em Copas do Mundo, a expressão pode ser utilizada exatamente contra os americanos quando o adversário é Gana. Os africanos venceram os dois confrontos entre as duas seleções – na fase de grupos em 2006, na Alemanha, e nas oitavas de final em 2010, na África do Sul – e se transformaram em inimigo íntimo dos comandados pelo alemão Jürgen Klinsmann. O duelo, que fecha a primeira rodada do Grupo G, acontece nesta segunda-feira, às 19h (de Brasília), na Arena das Dunas, em Natal.

Uma terceira derrota seguida, após os investimentos feitos no futebol no país, colocaria em cheque todo o trabalho de Klinsmann à frente da equipe. No mínimo, elevaria a temperatura das críticas ao treinador após a não convocação do astro Landon Donovan, maior artilheiro da história da seleção americana. Mas o alemão não vê sentimento de revanche no terceiro encontro com Gana numa Copa. Ele garante que encara a partida como uma chance de mostrar evolução após os anos de trabalho à frente da equipe.

Klinsmann observa os jogadores suarem a camisa. Para ele, nada de clima de revanche contra Gana (Foto: AP)

– Não encaro assim, realmente. Estamos trabalhando muito há alguns anos (desde 2011) e temos nos esforçado bastante para melhorar e evoluir. Para mim, não há jeito melhor de mostrar evolução do que enfrentar o adversário que o derrotou duas vezes seguidas. Ganhar esse jogo é dar um passo adiante e atingir o próximo nível – disse o treinador na coletiva de imprensa oficial realizada no domingo.

Não jeito melhor de mostrar evolução do que enfrentar o adversário que o derrotou duas vezes seguidas.

Jürgen Klinsmann, técnico dos EUA

Principal nome do time na ausência de Landon Donovan, o atacante Clint Dempsey compartilha do pensamento de Klinsmann, mas acredita que cada Mundial é uma volta à estaca zero, pela rápida evolução do futebol mundial.

– Gana é uma boa equipe e foi bem nas últimas Copas. Mas, ao mesmo tempo, cada Copa começa do zero. Precisamos provar ao mundo as nossas qualidades e temos a chance de mostrar o quanto desenvolvemos o esporte no nosso país.

Também presente à coletiva, o meia Michael Bradley deixou claro que os jogos passados não importam mais para ele e seus companheiros.

– Falamos muito durante os amistosos preparatórios sobre desenvolver a confiança e trabalhar o que precisava ser melhorado. As derrotas (para Gana) fazem parte do passado, não pensamos mais nisso. O que temos de fazer é ir lá e enfrentá-los.

Ao lado de Boateng, Asamoah Gyan deixa o último treino. Para ele, EUA vão querer se vingar (Foto: AP)

Gana chegou ao Brasil com as duas últimas boas participações no currículo, mas também sob pressão graças ao elenco recheado de jogadores com alta rodagem pelo futebol europeu. Um dos mais famosos, o atacante Asamoah Gyan, reconhece a necessidade de uma boa campanha, mesmo num grupo com adversários como Portugal e Alemanha, apontados como favoritos absolutos às vagas da chave.

Claro que não querem perder pela terceira vez. Eles vêm para se vingar, sim, mas estamos prontos.

Asamoah Gyan, atacante de Gana

– A expectativa é alta no nosso país, onde todos esperam que façamos a mesma campanha de 2010 – diz ele, lembrando da fatídica eliminação diante do Uruguai nas quartas de final. – Diversas vezes fomos considerados zebras, mas acreditamos em nós mesmos. Temos jogadores jovens e talentosos, em ótima forma. Sabemos que os EUA são um adversário duro, mas temos de pensar em nós mesmos. Quando entramos em campo, a tática é de guerra. Todo mundo espera vencer, e vai ser bastante interessante.

Apesar da negativa de Klinsmann, o atacante acredita que os Estados Unidos entrarão em campo com o espírito de revanche. E tem motivo para isso: foi dele o gol da vitória das Estrelas Negras em 2010.

– Claro que não querem perder pela terceira vez. Eles vêm para se vingar, sim, mas estamos prontos – garantiu Gyan, que não se incomoda com o fato de Gana não ser considerada favorita no grupo. – Os outros times é que são favoritos. Isso está estatisticamente comprovado, mas o futebol nem sempre é feito de estatística e nome. Vimos muitas surpresas no torneio, e não posso dizer o que vai acontecer. Gosto de ser considerado o azarão.

FONTE: GLOBO ESPORTE

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