quarta-feira, 18 de junho de 2014

Titular às vésperas da Copa, Ochoa se valoriza após queda e busca novo time

Guillermo Ochoa Brasil x Mexico (Foto: Reuters)

Os torcedores cariocas já conheciam Ochoa, destaque no empate por 0 a 0 entre México e Brasil. Em 2007, o goleiro teve atuação estupenda em São Januário na derrota por 1 a 0 para o Vasco, resultado que garantiu ao América do México classificação na Copa Sul-Americana. No ano seguinte, teve participação preponderante nas eliminações de Flamengo e Santos na Libertadores, na famosa campanha em que o paraguaio Cabañas foi o principal destaque da equipe mexicana, que chegou à semifinal e caiu para a LDU.


Hoje na França, nada pôde fazer para evitar o rebaixamento do Ajaccio. No entanto, os indícios são fortes de que defenderá um clube mais importante da Ligue 1 na próxima temporada, já que seu contrato termina em duas semanas. Pelo menos era o que se pensava antes da antológica partida dessa terça-feira, quando praticou pelo menos quatro defesas de alto grau de dificuldade. Agora, os sonhos podem ser maiores para o atleta, que completa 29 anos no próximo dia 13.

Os franceses gostam de Ochoa. Fez dois jogos incríveis contra o PSG de Thiago Silva, que fizeram com que jornalistas não entendessem a razão de Corona ser o titular do México. O bom futebol somado à postura sempre retilínea renderá frutos. Pelo menos é o que pensa um jornalista francês.


Todos gostam do jeito de Ochoa, que é muito simpático. Além de ter um excelente potencial. Falava-se até outro dia de um interesse do Lens, um time que recém retornou à primeira divisão da França, mas se falava também de um interesse do Olympique. Não faltarão propostas - afirmou Thomas Goubin, francês residente em Guadalajara e que trabalha no jornal "L'Equipe" e na revista "France Football".

No México, apesar de ter sido ídolo de um dos maiores clubes do país, o América, nunca conseguiu se firmar com a camisa da seleção devido a algumas falhas. Chegou a ficar fora do álbum da Copa de 2014, que escolheu os goleiros Jesús Corona e Moisés Muñoz como os mais prováveis na El Tri - este último sequer foi chamado para integrar a pré-lista mexicana para o Mundial. Mesmo assim, Ochoa está disputando a sua terceira Copa do Mundo, a primeira como titular. Curiosamente, o posto foi alcançado muito recentemente. Foi somente no último amistoso preparatório - diante de Portugal - que o jogador assumiu a função de titular da meta mexicana.

Jorge Campos: "Ochoa foi o responsável direto pelo fato de o Brasil não ter vencido" (Foto: Cassius Leitão)

- A decisão foi muito difícil. Eu tinha quatro goleiros na cabeça. Decidi por esses três (para a Copa) e depois tive que decidir por um, o Ochoa. Não esteve em minha cabeça ficar mudando. O Ochoa esteve um pouco acima dos outros dois no período de preparação. Ele está aproveitando seu Mundial - afirmou o técnico Miguel Herrera após o jogo contra o Brasil.

Para o jornalista mexicano Felipe Morales, da TV Azteca, não se tem notícia de uma participação tão portentosa de um goleiro da seleção mexicana em uma partida de Copa do Mundo. Ele enumera os predicados do atleta:

Posso te garantir que foi a maior atuação de um goleiro mexicano na história dos Mundiais. Debaixo das traves, o Ochoa tem uma qualidade impressionante, difícil até de ser explicada. Além disso, foi o primeiro jogador mexicano da posição a atuar na Europa. E certamente vai figurar em um clube maior, já que seu contrato com o Ajaccio termina em duas semanas, e a permanência é praticamente descartada. Ainda mais agora, com ele em evidência.

O cabelo diferente, comparado ao de Sideshow Bob (personagem do desenho Simpsons), também faz com que ganhe em carisma, principalmente com as crianças. Se não tem a irreverência do antigo ídolo mexicano Jorge Campos, conhecido por usar roupas extravagantes, Ochoa tem a qualidade como a sua maior marca. O próprio Campos se mostrou encantado com o que fez o atual titular da meta mexicana no Castelão. Ele fez elogios similares aos do jornalista Felipe Morales. E com a propriedade de quem conhece bem a árdua profissão de goleiro.

Ochoa tem uma qualidade especialíssima quando tem que trabalhar próximo à trave. Deram oportunidade neste Mundial, e ele foi o responsável direto pelo fato de o Brasil não ter vencido. Todos estamos de acordo que foi a maior exibição de um goleiro mexicano em jogos de Copa. Jogar contra o anfitrião e praticar tantas defesas daquele nível, eu nunca tinha visto – declarou Campos, que defendeu o México entre 1991 e 2004.

A provável próxima vítima da inspiração de Ochoa é a Croácia. A seleção mexicana enfrenta os europeus na segunda-feira, no Recife, e garantirá classificação às oitavas de final se não for vazada, como aconteceu nos duelos contra Camarões e Brasil. A vaga está nas mãos de Ochoa.

FONTE: GLOBO ESPORTE

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