sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Irmãos, filhos e sobrinho: à sombra de técnicos, familiares se espalham pelo Brasil

Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção, tem sobrinho preparador

A cena é cada vez mais comum. O treinador chega a uma equipe e leva gente para compor a comissão técnica com a qual trabalhará nas próximas semanas, meses, anos. E, para cargos que requerem confiança, escolhe um membro da própria família.

Os exemplos são vários e estão presentes em equipes das principais divisões do futebol nacional – e até na seleção. E, embora não haja qualquer restrição à prática de empregar familiares, o hábito pode causar problemas. Em 2012, pelo menos dois casos de desentendimentos entre os “agregados” de técnicos terminaram em demissão.

A lista de treinadores que se cercaram de familiares tem três representantes na Série A do Campeonato Brasileiro. No Atlético Mineiro, atual vice-campeão nacional, o treinador Cuca conta com o fiel escudeiro Avlamir Stival, o Cuquinha, seu irmão. O auxiliar-técnico trabalha junto do treinador desde 1999. Ele só não esteve ao lado de Cuca no Uberlândia, primeiro clube dirigido pelo irmão.

Já no Flamengo, o clube mais popular do Brasil, outra parceria familiar chama a atenção. O técnico Dorival Júnior tem como um de seus auxiliares o filho Lucas Silvestre. Lucas de 25 anos, desistiu cedo da carreira de jogador para dedicar-se ao mesmo caminho do pai. Ele começou a trabalhar com Dorival em 2011, no Atlético Mineiro. A parceria continuou quando Dorival seguiu para o Flamengo.

Bruno Comelli é o auxiliar de Paulo Comelli no Criciúma

A lista de equipes da Série A com esse modelo de “comissão técnica familiar” tem ainda o Criciúma. Na equipe, que voltará à elite em 2013, o treinador Paulo Comelli tem como auxiliar o filho, Bruno Comelli. Silvio Criciúma, ídolo do time nos anos 1990, é o outro assistente-técnico.

Na Série B, os exemplos também existem. No Ceará, o treinador Ricardinho – que recém-assumiu o cargo – levou consigo o irmão, Rodrigo Pozzi, como auxiliar. À lista, soma-se o treinador Artur Neto, que tem como auxiliar o filho Fabrício Santos; atualmente, a dupla está no Joinville.

A prática existe, também, na seleção brasileira. Um dos preparadores físicos que Luiz Felipe Scolari elegeu para sua equipe é Darlan Schneider, seu sobrinho, que já acompanhou o treinador em sua passagem anterior pela equipe, além de tê-lo acompanhado na seleção portuguesa.

Problemas – Ao empregar seus familiares nos clubes, os treinadores se expõem a riscos. Um deles é a desconfiança do elenco sobre o trabalho dos auxiliares. Em 2012, houve pelo menos dois casos de divergências que levaram a demissões.

Uma delas aconteceu no Atlético Goianiense. No meio do Campeonato Brasileiro, a equipe demitiu dois preparadores físicos logo que contratou Artur Neto – o treinador exigiu que seu filho, Fabrício Mendes, fossem um dos preparadores da equipe. A relação de Mendes com os jogadores nunca foi boa, e acabou apressando a demissão de Artur Neto. O treinador comandou o time por 10 jogos, com duas vitórias e oito derrotas.

Outro caso de demissão que foi apressada pela presença de um familiar na comissão técnica aconteceu no Vitória. De volta ao comando do time, Paulo César Carpegiani passou a delegar a Rodrigo Carpegiani, seu filho e auxiliar, a tarefa de ficar no banco de reservas durante as partidas.
A postura do treinador, que comandou apenas dois jogos ao lado do campo, irritou a direção do Vitória, que demitiu Carpegiani mesmo com a boa campanha da equipe, que brigava no G-4 da Série B. No fim, os baianos subiram sob o comando de Paulo Cesar Gusmão. 

FONTE: ESPN

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