sábado, 26 de maio de 2012

Amistoso contra a Dinamarca é momento decisivo para Mano




Do zero. Ou quase. A seleção brasileira enfrenta hoje a Dinamarca em um amistoso em Hamburgo, no que seria a fase final de preparação para os Jogos Olímpicos e em uma partida de alto risco para todos. Mas, ao contrário de tudo o que Mano Menezes planejava, terá de colocar em campo uma formação inédita, mais uma vez. Pressionado e com seu cargo ameaçado, o próprio técnico responde à pressão da nova direção da CBF culpando a incapacidade de implementar seu plano. Pior, tendo treinado o time uma só vez ontem por pouco mais de 30 minutos. 

"Como é que vai mostrar evolução se tem alteração em todos os setores da seleção e com novos jogadores que vão jogar pela primeira vez", questionou. "Lógico que vai apresentar dificuldades", disse, admitindo que será jogo de risco.

A partida de hoje terá oito jogadores em campo com idade olímpica. É a primeira de uma sequência que vai ainda incluir México e Estados Unidos diante de suas torcidas e a Argentina com Messi. Todos admitem: o momento é de definição, inclusive de Mano. Há quem estipule na seleção que ele terá o "direito" de perder um dos quatro jogos. Qualquer outro resultado representará uma ameaça a sua permanência. "Não se vem para a seleção não pensando que não seremos cobrados", disse.

Mano, porém, pede que a avaliação dos quatro jogos seja feita não ao final da sequência. Mas sim a partir do desempenho da seleção nos Jogos Olímpicos. "Vai se notar como bom ou ruim (essa evolução) nas Olimpíadas", indicou.

A seleção vem de uma sequência de seis jogos invictos. Mas evitou adversários mais fortes. Agora, enfrenta quatro potenciais problemas. "Os jogos abrem uma possibilidade de um risco maior, mas justamente para ganhar algo maior, que é a medalha de ouro", indicou. Mas ele mesmo admite: "não acho que todos vão ter essa compreensão". 




Nos últimos dias, o presidente da CBF, José Maria Marin, tem dito que avaliação da comissão técnica dependerá de resultados, em insinuações de que não há como ficar mais tempo esperando. Marin é claro: seu objetivo é ganhar a Copa de 2014, e não apenas organizá-la.

"Essas questões de resultado, disso ou daquilo, o que vem sendo dito, não muda nada minha linha. Não vai me deixar mais ou menos tranquilo desde que eu assumi", disse Mano. "A série boa de vitórias é sinal de que estamos no caminho. Não estamos satisfeitos. Mas estamos conscientes do que precisa ser feito", afirmou.

Cortes. O obstáculo é que Mano terá de colocar em campo mais uma vez uma seleção que jamais jogou junta. David Luiz não tem condições de atuar em nenhum dos jogos, por conta de sua contusão. Mas será mantido no grupo, já pensando em sua preparação para Londres. Pato não joga hoje, também por ainda estar sentindo.

Vários jogadores voltam de longas recuperações, outros estão esgotados pelo final dos campeonatos europeus e dos jogos decisivos nas Libertadores. Ganso foi cortado, assim como Daniel Alves. Neymar foi poupado por conta do jogo do Santos na semana e Ronaldinho foi vetado por Marin.

Na zaga, Mano será obrigado a estrear Juan, que está na reserva da Inter de Milão e com pouco ritmo de jogo. A seu lado, Thiago Silva, que ainda se recupera. A vaga de Ganso fica com Oscar. Sem Neymar nem Pato, o ataque vai de Lucas, Hulk e Damião. "Tivemos mudanças em todas as áreas", admitiu Mano. Para proteger os novatos na zaga e o Oscar no meio, o técnico escalou dois volantes: Sandro e Rômulo. Se não bastassem os problemas, Mano teve pouco mais de 30 minutos com os jogadores treinando com bola.

A Dinamarca, apesar de ser a equipe com menor tradição entre as quatro, vem de ótimos resultados, de uma classificação em primeiro lugar no seu grupo para a Eurocopa, e entra em campo com força total, no último amistoso antes do torneio europeu. Caravanas de 35 mil dinamarqueses invadirão Hamburgo hoje.





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