segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Um telefonema especial, as reuniões históricas e uma invasão inesquecível


A análise tática do jogo e da conquista do Corinthians, você pode ler na edição desta segunda-feira dos jornais O Estado de S. Paulo e Hoje em Dia. Mas há três capítulos fundamentais para contar a chegada do Corinthians a seu momento mais glorioso, em Yokohama.

Um deles aconteceu em outubro de 2010. O telefone do técnico Tite tocou, em Abu Dhabi, onde se preparava para receber a família, que chegaria porque ele finalmente havia decidido passar mais tempo no comando do Al Whada. Mas não era Rose, sua esposa, do outro lado da linha. Era Andrés Sanchez. Ao saber da ligação, um dia ou dois depois, eu também telefonei. Tite atendeu e explicou a dificuldade para rescindir o contrato, a dois meses da disputa do Mundial, pelo Al Whada. Após comentar todos os problemas que poderia haver para aceitar o convite do Corinthians, Tite disse: "Eu queeeeero iiiir! Eu quero ir!"

A lembrança das condições de sua demissão, em 2005, porque Kia Joorabchian queria uma grife, em vez de um treinador, tinham deixado uma cicatriz no técnico que costumava dizer ter tido sucesso no Rio Grande do Sul. Queria uma chance em São Paulo, onde já havia montado o São Caetano campeão paulista meses depois com Muricy Ramalho. Na verdade, Tite fez sucesso onde teve tempo para trabalhar: no Grêmio, no Inter... no Corinthians!

Tite queria vir. Veio e se encontrou com Mario Gobbi, atual presidente, antes diretor de futebol.
Gobbi fez parte do movimento Renovação e Transparência, iniciado em 2004, que contava com a companhia de alguns poucos e bons corintianos. Em 2006, o grupo recrutou Andrés Sanchez. Era a maneira de unir boas cabeças de fora do clube, como Luiz Paulo Rosenberg, com o que havia de bom no clube. Andrés Sanchez frequentava o Corinthians havia 25 anos. Era preciso alguém que fizesse a política interna, enquanto outros fariam a gestão e a convocação dos corintianos de fora.

A partir daí, seis corintianos se juntaram em reuniões para tomar o poder no Corinthians. Mario Gobbi costuma citá-los... Andrés Sanchez, André Luiz, Manoel Evangelista, Elie Werdo... Bem corintianos os contestados (e contestáveis) André Negão e Mané da Carne, chamados por Gobbi de Luiz e Evangelista...
Eram corintianos querendo fazer um novo Corinthians. Fizeram!

Quando se faz, o povo confia.
Não foi à toa a viagem dos corintianos ao Japão. Invasão!
A TV não mostrou, mas quem estava no estádio viu quando saíram os torcedores neutros e os do Chelsea, depois do apito final. Ficaram para a festa, vestidos de preto e branco, locais repletos de corintianos nos quatro lados da arquibancada. Impossível e irrelevante contar. Pareciam uns 28 mil, reforçados depois do jogo de Toyota por uma legão de trabalhadores das fábricas da província de Gomma, onde vivem 40 mil brasileiros que não viajaram para o primeiro jogo.

O Corinthians é campeão mundial pela soma destas e de outras histórias.
Ou, como diz Tite, por me-re-ci-men-to!

FONTE:   PVC          


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