quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Prestes a encarar Bisping, Belfort evita falar em Anderson: 'Não é da minha conta'



Vitor Belfort fará o evento principal do UFC São Paulo, em 19 de janeiro, contra o inglês Michael Bisping. Para o rival, uma vitória praticamente garante um duelo contra Anderson Silva, pelo cinturão dos pesos médios. Para Belfort, o caminho parece ser mais longo.

Mas, aos 35 anos, o mais veterano dentre todos os brasileiros que lutam no UFC – ele participou da 12ª edição do evento, em 1997 – não parece se importar com o médio prazo. Belfort, em suas próprias palavras, dá prioridade ao presente.

“Não quero nem falar sobre isso. Não é da minha conta. Escolher lutas, decidir lutas – esse quebra-cabeças está nas mãos do UFC. Eu sou parte deste quebra-cabeças e estou fazendo o meu trabalho. Sou um funcionário do UFC. Meu trabalho é lutar e honrar a organização”, disse o ex-campeão em entrevista ao ESPN.com.

Belfort também falou sobre a luta com Bisping, elogiando o inglês, e sobre o atual momento da carreira, dizendo que fará uma reavaliação de seus planos quando chegar aos 40. O brasileiro também foi perguntado sobre a polêmica do uso regulado de testosterona pelos lutadores – e evitou entrar em fogo cruzado.

Leia a íntegra da entrevista de Belfort ao repórter Brett Okamoto, do ESPN.com:

ESPN – O que você acha de Michael Bisping e como acredita que a luta entre vocês vai se desenvolver?
Vitor Belfort – Estou esperando uma grande luta, antes de mais nada. Acho que Michael e um grande guerreiro. Ele é um lutador que nunca escolhe adversários. Ele lutará contra qualquer um que você colocar na frente dele. Ele é muito honrado de ter aceitado esse desafio.

ESPN – Como você tem trabalhado para evoluir no estágio atual da sua carreira?
Belfort – Eu levei muito tempo para perceber que a vida é muito curta. Se você olhar para o passado, todos os homens que fizeram coisas brilhantes, eles tiveram de deixar para trás essa coisa de apenas deixar a vida passar. Isso é algo de que me orgulho muito. Eu faço o que faço por prazer. Faço isso com alegria. Eu faço o meu melhor, por isso nem sinto pressão.

ESPN – Isso significa que, agora, o mais importante para você é fazer o seu melhor, e não necessariamente ganhar a luta?
Belfort – A coisa mais importante para mim é o que acontece hoje. No dia da luta, a coisa mais importante é a luta. E nesse dia tenho várias coisas importantes para fazer. Uma dessas coisas importantes é vencer. Esse é meu trabalho. Essa é minha motivação. Eu não nasci para perder, então eu venço. Eu não vou lutar apenas por dinheiro, isso é roubo. Isso é charlatanismo. A única razão pela qual ainda luto é que tenho motivação para vencer. Tenho motivação para sempre subir no octógono e fazer o público pensar “Esse cara subiu aqui pra vencer”.

Na luta contra Anderson, em 2011, Belfort foi a nocaute

ESPN – Dana White já disse que, se vencer a luta com você, Michael Bisping será o próximo a lutar contra Anderson Silva. Ele não disse o mesmo a respeito de você, mas você acredita que uma boa luta contra Bisping pode fazer Dana mudar de ideia?
Belfort – Não quero nem falar sobre isso. Não é da minha conta. Escolher lutas, decidir lutas – esse quebra-cabeças está nas mãos do UFC. Eu sou parte deste quebra-cabeças e estou fazendo o meu trabalho. Sou um funcionário do UFC. Meu trabalho é lutar e honrar a organização. Estou muito honrado por ter esse trabalho. Eu ajudo a organização quando ela precisa de mim. Se eu não confiasse neles, por que lutaria aqui? Dana sabe o que esta fazendo, então estou feliz. Eu gosto. Nada pode me deixar mal, entendeu? Nada. Minha alegria vem de Deus.

ESPN – Você disse que está em sua melhor fase. Você é lutador profissional desde 1996. Em que ponto da carreira você acha que está?
Belfort – Penso assim: quando fizer 40 anos, verei como meu corpo estará. Ainda faltam cinco bons anos para isso. Estou aberto. Estou fazendo meu melhor. Minha mulher vai me dizer a verdade, ela será a primeira a me falar [sobre parar]. Também acho que Lorenzo [Fertitta, um dos donos do UFC] vai me falar quando parar. O UFC é legal com os lutadores. Eles nunca abusam dos funcionários. Eles poderiam fazer dinheiro com lutadores veteranos, mas não fazem isso. Acho que estou em boas mãos.

ESPN – Alguns lutadores na casa dos 30 anos têm sido diagnosticados com baixos níveis de testosterone e receberam permissão para fazer terapia de reposição de testosterona (TRT). Você já pediu essa permissão ou pensa em pedir algum dia?
Belfort – Esta é uma pergunta privada, posso respondê-la ou não. Se eu tornar isso público, deixa de ser uma questão privada. Se eu quisesse falar algo privado, eu diria. Mas vou guardar isso para mim e respeito as regras do esporte. Qualquer que seja a organização, qualquer que seja a regra, eles sabem o que fazer. Esse ponto é muito polêmico, então por que vou falar algo que não vai mudar nada? Se é legal, eles sabem o que fazer. Se é legal, não tenho nada a dizer sobre isso. É legal.

ESPN – Como você disse, o TRT é legal para lutadores que se credenciam para isso. Você acha que esse tipo de coisa prejudica a imagem do esporte? Os fãs não têm um pré-julgamento dos lutadores que usam o TRT?
Belfort – É difícil. Por exemplo, há os republicanos e os democaratas. Quem está certo? Eu acho assim: a verdade está sempre no meio-termo. É claro, há algumas coisas inegociáveis. Eu acho que na vida, você precisa encontrar o equilíbrio. Esse é o problema com essa regra, todos são muito radicais. É minha opinião. Sou muito fiel às coisas em que acredito e trabalho para mim. Eu não gosto de julgar. Quando você julga as pessoas, parece que você é Deus. Vivemos em um país livre. As coisas são como são.

FONTE: ESPN

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