domingo, 5 de agosto de 2012

US Open: Brasileiros garantidos nas semis

Brasileiros garantidos nas semi finais do US Open of Surfing 

 Dos 5 brasileiros nas oitavas de final da etapa Prime, NIKE US Open, em Huntington Beach, Califórnia, só Jesse Mendes não passou para as quartas de final, mas fez uma bela bateria.

A manhã do verão californiano é nublada e até fria. Você não precisa olhar o mar para saber se a série está entrando. Basta ouvir os assovios de Ricardo Toledo. Seu filho, Filipe aplicou um aéreo atrás do outro. Leve, rápido e preciso na batalha das Firewires. Sim, o herói local Tim Reyes também surfou com uma dessas pranchas, só que a do Filipinho é 5’8”, com quilhas incrivelmente inclinadas [veja foto no fim da página], andou mais. Foi um massacre: 15.90 x 8.66. Tem gente dizendo que ele pode levar as duas categorias. Pro Junior e o WQS Prime.

Miguelito, integrante da esquadra de vôos do Brasil, manda aéreos muito extensos e expressivos. Numa direita mandou 3 pauladas de back dignas das palmas do público [americano] na areia. Kai Otton parecia pertencer à outra categoria diante da leveza e versatilidade de Miguel Pupo. 13.87 x 8.70, sem choro nem vela. 

 Dane Reynolds
 
Kelly foi, aos poucos, se distanciando de Jesse que precisava apenas uma boa manobra. Slater optou por se posicionar longe do píer e do Jesse para ter a possibilidade de pegar algumas direitas que, com a maré enchendo, começaram a surgir em detrimento das esquerdas, onde Jesse estava. As notas refletiam a falta de ondas. Slats somava 7.67, Jesse precisava de 5.60. Kelly pegou a melhor onda da bateria, nada de mais, só eficiente, porém a tática foi perfeita, até que Jesse mandou um belo aéreo rodando quase na pilastra do píer. Estava de volta ao jogo. Foi na primeira da outra série e voou novamente. Não deu. Kelly ainda errou outra onda, Jesse passou pelo meio do píer. Perdeu, mas foi por pouco. Slater 12.50 x Jesse 11.37. Jesse foi recebido por seus fãs nas areias de Huntington.

Nesse evento Dane Reynolds apresentou uma vontade competitiva que eu ainda não havia presenciado. Não exagera nem desperdiça ondas com tentativas mirabolantes. Acho que deve estar em época de renovar a patrocínio, sei lá. Nathaniel pegou a malhor onda da bateria e estava na frente, focado. Nos últimos minutos Dane tira da cartola uma daquelas manobras que faz a praia gritar. Aéreo rodando de back na junção. Foi até o inside espremendo o que havia para tirar da onda. Virou: 16.90 x 16.70. Nas quartas enfrentará Kelly.

Gabriel Medina me impressiona a cada dia. Velocidade extrema, radicalidade consciente. O reverse em alta velocidade na junção, seus tradicional aéreo rodando, quando a onda pede, seguido de paulada quase na pilastra ou reverse na beira, layback cheio de estilo e confiança mostraram isso. O havaiano Granger Larsen não teve chance. Quando Gabriel começa a pegar muitas ondas sem errar a coisa fica feia para os oponentes. Foi o caso, mais uma vez. Granger na combi: 15.90 x 9.23. Ok, não há tanta gente em volta dele, mas Gabe leva quase o mesmo tempo que Slater para voltar ao palanque.

Adriano é a ponta de lança do time que se encaminha para as quartas. Exemplo seguido pelos atletas mais jovens. Opa, pensando bem, Adriano ainda é jovem. Não se esqueçam disso. Ele ainda não atingiu seu ápice. Seu foco é impressionante, assim como seu surf. Acho que seu aéreo foi o mais alto do dia. Pena que poucas ondas na bateria não proporcionaram um show ainda melhor. No último segundo Mineiro ainda consolidou sua vitória. 14.57 x 11.40.

John John Florence embicou depois da manobra. Essas pranchas mais largas e com menos curva de fundo acabam facilitando esses erros, especialmente quando a onda engorda. JohnFlo estava na frente e foi para perto do píer. Keanu Asing não o seguiu. Há 3 coisas recorrentes nas baterias. Aéreos rodando não finalizados, finalizados ou realizados com maestria. Até aqui os brasileiros estão dando aula nesse último quesito. JonFlo, mesmo sem voar foi eficiente e finalizou bem para marcar7.77. Depois, numa onda sem potencial, mandou aéreo rodando [8.93]. Asing respondeu com pauladas de back e chegou aos 8.10, mas ficou por ali. 16.70 x 14.10.

Julian Wilson nuca se deu bem aqui. Brett Simpson já venceu duas vezes. Com um pouco mais de ondas poderia ser mais interessante. Mas Julian conseguiu melhor aproveitamento, principalmente no inside.

Domingão de finais em Huntington. Os brasileiros estarão nas semis. Filipe enfrentará Miguel. Aliás, ficou tudo equilibrado. Dane e Slater vão brigar pela vaga na semi. Depois Gabriel vai encarar Mineirinho e J.J.Florence disputa com Julian Wilson. 

 Mineiro US Open 

 Filipe Toledo
Filipinho usa um equipamento diferente e consegue tirar o máximo dele
Bahn/US Open
Dane Reynolds US Open
Dane Reynolds mostrou uma vontade competitiva que não se via há tempos
Bahn/US Open
Gabriel Medina
Gabriel Medina deu mais um show nesse sábado
 

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