sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Muitas quilhas e cinco campeões mundiais reunidos

Legends na final da competição

Não é sempre que 5 campeões mundiais se juntam para competir numa das ondas mais legais do mundo com várias pranchas diferentes.

Terminou no dia 2 de setembro o Four Seasons Maldives Surfing Champions Trophy 2012, evento único colocou a bordo do luxuoso catamaran “Four Seasons Explorer”, nas Maldivas, os afortunados competidores, juízes e espectadores que estavam hospedados no privativo Four Seasons Resort-98 bungalow Kuda Huraa. Todos devem ter boas histórias e lembranças para o resto da vida. Muito mais que uma competição o evento é uma festa na qual qualquer surfista gostaria de participar. Os competidores? A lista parecia mais o “Hall of Fame”: Damien Hardman, Tom Curren, Martin Potter, Mark Occhilupo e o brasileiro, campeão mundial de longboard, Phil Rajzman.

O formato da competição também é diferente, com todos os campeões se enfrentando em 3 rounds, cada um com um tipo de prancha. Monoquilhas, biquilhas, triquilhas. Na verdade parecia mais um show. Mesmo depois de 20 anos Martin Potter, que assombrou o mundo com seu surf power, estava destruindo as agradáveis ondas de Sultan’s, como se nunca houvesse parado de competir.

Competição entre legends nas Maldivas

Que o diga Mark Occylupo que perdeu para ele na semifinal do segundo round, de biquilha. O californiano Tom Curren, tricampeão mundial, que fez fama por surfar com pranchas diferentes, acabou quebrando uma das quilhas na perna, o que lhe causou um belo corte e lhe custou a bateria seguintes, já que passou boa parte da semifinal tentando se entender com uma prancha que nunca havia surfado antes. O bicampeão mundial australiano Damien Hardman cravou as bordas de sua biquilha nas ondas para vencer a categoria. Aliás, o sempre calculista “Ice Man”, como é conhecido Hardman, também havia vencido o primeiro round, de monoquilha. 

Mark Occhilupo

Uma quilha e cinco campeões mundiais
“Foi em 2000. Essa foi a última vez que ganhei algum dinheiro competindo... contra o Occy. Acho que sou surfista profissional novamente”, declarou sorrindo Damien “Dooma” Hardman, depois de vencer o primeiro round, onde todos surfaram de monoquilha. A brincadeira parece simples, mas não é. Surfar com pranchas de uma quilha só requer muita técnica e adaptação. Afinal de contas esses ícones do surf foram campeões numa época em que as triquilhas já dominavam os line ups.

Curren, que se divorciou das competições da ASP no passado, estava empolgado com o evento e a possibilidade de competir contra seus antigos rivais. Ele comentou que estava tentando surfar como Cheyne Horam, australiano que foi 4 vezes vice campeão mundial e teimava em surfar de monoquilhas, mesmo na era das biquilhas e depois triquilhas. Phill, por competir muito de longboards estava mais em casa com essas pranchas.

Competiçnao foi dividida em monoquilha, biquilha e triquilha

Occy liderou quase toda a disputa até que CurrenCom poucas ondas a estratégia é o trunfo

A vitória nas duas categorias, ou rounds anteriores, deram a Damien uma vaga para competir de triquilha na grande final, que valia 10 mil dólares para o campeão. As ondas poderiam ser tão espetaculares quanto o nipe de atletas, o lugar tem potencial para isso. Não foi.

Porém, surf é surf e com esses super stars no mar o show estava garantido. “A última vez de que me lembro de estar numa final com Tom Curren foi em 86, no Japão. Talvez dessa vez eu consiga vencê-lo”, disse Hardman. Não deu. Curren havia vencido a bateria de 3 atletas contra Phill e Pottz, surfando a melhor onda do evento e marcando 9 pontos num ótimo tubo. Na outra semi a bateria rolou entre Mark Occhilupo, Damien Hardman e Potter que, por conta do formato diferente, teve mais uma oportunidade de tentar ir à final. Mas a grande batalha foi pela segunda vaga na final: Curren, Mark Occhilupo e Martin Potter.

Ficou evidente o quanto uma triquilha pode melhorar a performance de quem sabe usá-las. Os dois grandes rivais dos anos 90 estavam tomados. Occy liderou quase toda a disputa até que Curren, como fez tantas outras vezes em sua carreira, venceu de virada. Na segunda semifinal Phill despachou Pottz, o que por si só já é uma vitória. Na final estavam Curren e Phill. Curren usou sua incrível percepção para ficar com as melhores ondas e fez a grande final contra Damien que finalmente, na derradeira disputa, venceu Curren utilizando toda sua estratégia.

Grande Final
Damien Hardman (Aus) 16:56 X Tom Curren (USA) 16:10

Resultado do round de triquilhas
Final: Tom Curren 13:67 (USA): Phil Rajzman (Brz) 13:20
SF1: Tom Curren (USA) 16.10: Mark Occhlupo (Aus) 14:66
SF2: Phil Rajzman (Brz) 16:07: Martin Potter (GB) 15:90
RD1 Tom Curren (USA) 18:40: Phil Rajzman (Brz) 15:94 Martin Potter 13:50.
RD1: Martin Potter (GB) 16:54: Mark Occhilupo 15:70: Damien Hardman (Aus) 15:17

Complicado? Sim. Só estando lá para entender todas as regras, pontuações e baterias. Mas o que vale mesmo é criar a possibilidade de ver artistas das ondas como esses disputando baterias. Ano que vem tem mais e parece que o show vai crescer. Já pensou assistir tudo isso ao vivo?

Tom Curren

Competição entre legends nas Maldivas

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