Corinthians x Palmeiras, uma luta de titãs pela lanterna nacional

Que Vasco 100%, que nada. Muito menos Galo vice e a dupla Gre-Nal. O show de bola mesmo pertence aos coirmãos Corinthians e Palmeiras.

Eles protagonizam o grande duelo do Brasileirão com cara de Brasileirinho até agora, depois de quatro mirabolantes rodadas.

Os amigos de fé lutam com todas as armas e chuteiras furadas pelo privilégio de carregar a lanterna do campeonato, o glorioso brilho da incompetência.

Em mais um inesquecível desempenho no Olímpico e no Pacaembu, corintianos e palmeirenses colecionaram a terceira derrota em quatro jogos.

Somam um ponto cada, produto de estonteantes empates contra Figueirense (‘bando de loucos’) e Lusa (periquitos em revista). No momento, a vantagem é de uma botina a favor dos corintianos.

Isto posto, segue o grande baile do Brasileirão:

1) Corinthians: se o time titular é medíocre, como diz o vice-presidente Luís Paulo Rosenberg, a equipe reserva é simplesmente um festival de horror – sorte do Grêmio, que chegou à vitória no vai da valsa;

2) Na estreia de R49, Galo bica periquitos em revista, dribla tungada da arbitragem e conquista o terceiro triunfo – depois de Ponte e Corinthians, mestre Cuca inclui mais um paulista no cardápio;

3) Paulo Miranda, o zagueiro queridinho dos cartolas do São Paulo, mantém rei Leão 100% no Morumbi; Peixe continua fora do aquário – nenhuma vitória;

4) Lusa ‘mata’ Dragão goiano e desencanta após um empate e duas derrotas – de quebra, obtém segunda vitória dos paulistas e sai das últimas colocações;

5) Nau vascaína bombardeia baianos com dois golaços, chega ao quarto triunfo e navega tranquila no mar da liderança;

6) Prestigiadíssimo pela torcida (4.066 pagantes) e com um belo empurrão do apito amigo no gol de Vagner Love, urubu voa para a primeira vitória depois de três empates – Coxa joga como nunca e perde como sempre;

7) Fluminense e Saci colorado judiam da bola e, merecidamente, levam zero – time carioca faz a trinca do empate;

8) No Melão de Varginha, Raposa derruba invencibilidade do Leão da Ilha e sobe para quinto;

9) Ponte cria chances, joga com um a mais contra Figueira, mas só empata continua virgem, sem nenhum triunfo;

10) Timbu aproveita ‘Papai Noel’ botafoguense e fatura a primeira; time carioca leva segunda piaba, com direito a defesa mais vazada.

Amarelinha desbotada 1. Duas vitórias, duas derrotas e o brilho dourado do ouro olímpico bem mais distante do que o Mano dos manos tenta mostrar (“o torcedor brasileiro pode sonhar com a medalha”). Primeiro, porque o ‘professor’ demorou uma eternidade para descolar uma equipe. Passou quase dois anos no ‘bem bom’. Por livre e espontânea exigência dos cartolas do Circo Brasileiro de Futebol, ele só começou a pensar para valer na molecada nesta temporada. Segundo, porque a defesa sem David Luiz e Thiago Silva (e não Alves, desculpe a nossa falha) é um Deus nos acuda. Uvini lembra mais Ovni, enquanto Juan é daqueles zagueiros que adoram grandes emoções. Até o lateral Marcelo preocupa. Bom de bola, mas com cabecinha de palito de fósforo, sempre pronta para se queimar. Na direita, o lugar continua vago. Nem Danilo nem Rafael corresponderam.

Amarelinha desbotada 2. Do meio de campo para frente, a bola rola bem mais redondinha entre os manos do Mano. O time precisa apenas de ajustes como encontrar um ‘matador’ com balas, já que Damião decepcionou nos quatro jogos e Pato parece fora da lagoa. O incrível Hulk, por sua vez, deve sambar. Tem mais de 23 anos. Os três ‘vovôs’ preferidos são David Luiz, Thiago Alves e Marcelo. A menos que o Mano dos manos queira voltar de Londres apenas com o crachá de participante no peito.

Sugismundo Freud. Não há parto sem dor e futebol sem talento.

PAC. O ‘Plano de Aceleração da Copa-2014’ informa ao gentil contribuinte, mais esfolado que fundilho de tropeiro: a máquina de calcular do TCU indicou mais um pequeno reajuste nos gastos da Suíça sul-americana para receber a festa da mamãe Fifa. Eles saltaram de R$ 25 bilhões para R$ 27,4 bilhões. A liderança ficou com São Paulo, de R$ 4,9 bilhões em março para R$ 6,2 bilhões em junho. A Copa é deles, a conta é nossa.

Twitface. R49 acertou 25 jogadas e errou 13 na estreia pelo Galo. Daqui para frente é que são elas.

Gilete press. De Bruno Thadeu, no ‘Uol’: “O presidente José Maria Maria tenta a todo custo recuperar o prestígio da CBF. Ao contrário de Ricardo Teixeira, que jamais quis ser simpático com o público, Marin fez nos EUA o papel típico de um candidato em busca de votos. Participou ativamen te do cotidiano da seleção, esbanjou vitalidade aos 80 anos e até distribuiu chaveiros com o escudo da confederação às pessoas que vinham pedir autógrafo.” Zé da Medalha é chuchu beleza!

Tititi d’Aline. Chororô no mundo hortifrutigranjeiro por causa da mudança de Ronaldinho. “No campo, na balada ou na Sapucaí, ele vai fazer muita falta”, lamenta Renata Frisson, a mulher melão, em nome da melancia, pera e maçã.

Você sabia que... Messi quebrou um tabu de 30 anos ao marcar três gols no Brasil, repetindo o feito do carrasco italiano Paolo Rossi na Copa de 82?

Bola de ouro. Maria Sharapova. Aos 25 anos, a musa russa entrou para o seleto grupo das tenistas que faturaram os quatro torneios de Grand Slam. Um show dentro e fora da quadra. Com um belo sorriso, ela até tirou de letra uma gafe histórica: foi apresentada como vice-campeã. Desculpe a nossa falha.

Bola de latão. Massa/Senna. Em Montreal, mais um passeio dos brasileiros. Enquanto a turma pisa no acelerador, eles fazem tour com o circo.

Bola de lixo. Gobbi/Sanchez. Cartolas brigam por holofotes e ignoram o brilho da grande estrela Corinthians. Torcem contra.

Bola sete. “Precisamos priorizar uma competição, não podemos ganhar tudo na vida” (do ‘professor’ Tite, sobre o desempenho corintiano no Brasileirão – é, pode ser, mas se o time cair fora da Libertadores, sai de baixo).

Dúvida cruel. O ‘professor’ Tite está certo ao poupar os titulares e deixar o Corinthians na bacia da almas no Brasileirão?