sábado, 9 de março de 2013

Dinheiro público abastece cofres dos finalistas da Copa do Nordeste



ASA e Campinense surpreenderam gigantes regionais como Vitória, Bahia, Sport e Ceará e começam a decidir no próximo domingo, às 16h, o título da Copa do Nordeste. Os clubes vivem situações opostas no cenário nacional, já que o alagoano está na Série B desde 2010 e o paraibano disputou a D em 2012, mas se equivalem quando o assunto é patrocínio proveniente do dinheiro público.

ASA estampa o Governo do Estado de Alagoas em sua camisa

Mais robusto, o ASA tem cinco parceiros, sendo dois deles os governos estadual e municipal, responsáveis por colocarem nos cofres do time, juntos, R$ 230 mil por mês. São R$ 80 mil do estado, governado por Teotônio Vilela Filho (PSDB), e mais R$ 150 mil da prefeitura de Arapiraca, sob o comando de Célia Rocha (PTB), o que ajuda a bancar a folha salarial mensal que oscila entre R$ 350 mil e R$ 400 mil para esta primeira parte do ano - chega a R$ 800 mil com Série B e Copa do Brasil.

"Tem um convênio aqui no qual o governo [estadual] ajuda todos os times de Alagoas, e tem uma verba todo mês, mas ainda falta assinar o contrato desse ano", revelou o presidente do time alagoano, José Alexandre dos Santos Filho, conhecido como Jotinha Alexandre, em entrevista por telefone ao ESPN.com.br.

A parceria já existe há algum tempo, mas todo ano precisa ser renovada, o que normalmente acontece de forma automática, sendo a assinatura um mero ato formal. Jotinha nem pensa em ter o valor reduzido: "Espero que não, o ASA em ascensão, e ele [governador] falar em diminuir ficaria complicado, não é", disse.

Chama a atenção o fato de o governo ajudar os clubes de futebol quando Alagoas aparece como o terceiro estado mais pobre do Brasil, ficando apenas atrás de Piauí (penúltimo, com 21,6%) e Maranhão (último, com 26,3%), segundo estudo da Fundação Cepro e do IBGE revelado em 2012 com os dados de 2010. São 20,5% dos alagoanos vivendo em extrema pobreza, isto é, com renda per capita média de de R$ 70 por mês.


Divulgação/Campinense
Campinense recebe R$ 35 mil da prefeitura de Campina Grande

Campinense

Mais humilde, o time paraibano tem apenas dois parceiros, um deles a prefeitura de Campina Grande, segunda cidade mais importante do estado, atrás apenas da capital João Pessoa. O aporte municipal é de R$ 35 mil por mês, garantido pelo mandatário da cidade, Romero Rodrigues Veiga (PSDB).
A outra fonte de renda fixa vem de uma rede de material de construção com várias unidades espalhadas pela Paraíba. A empresa desembolsa R$ 20 mil ao clube, que tem que se virar com o que ganha na venda de ingressos para bancar a folha salarial, muito maior que os R$ 55 mil que recebe, ao total, dos parceiros.


Divulgação
Escudo do Campinense, finalista da Copa do Nordeste
"Nossa folha salarial é de R$ 250 mil, então tem que se virar com a bilheteria", disse aoESPN.com.br o presidente da agremiação rubro-negra, também chamada de Raposa do Nordeste, William Simões, que ainda lamentou-se: "Por conta das dívidas trabalhistas, 20% de toda receita que entra no clube ficam com a Justiça."

ASA e Campinense se enfrentam no próximo domingo, às 16h, no Estádio Municipal Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca, também chamado de Fumeirão, pelo jogo de ida da decisão da Copa do Nordeste. A volta será no outro domingo, dia 17, desta vez no Governador Ernani Sátyro, em Campina Grande, na Paraíba.

FONTE: ESPN

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