quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Messi faz dois, Neymar é aplaudido, e Barcelona vence o Milan para ir às oitavas



Nem parecia um time em crise. Lionel Messi marcou dois gols e jogou bem; Neymar foi aplaudido por um golaço que não fez; Busquets, Xavi e Iniesta comandaram o meio campo. E o Barcelona venceu o Milan por 3 a 1, garantindo uma vaga nas oitavas de final da Champions League.

E nem parecia um time em crise, mesmo; porque não era. O Barcelona, que é criticado nesta temporada por não fazer o que fazia noutros tempos, reafirmou seu novo estilo. O time de Tata Martino não é como o de Guardiola, mas sabe ter a posse de bola; sabe, também, variar o jogo quando necessário.

Sabe vencer. São 14 vitórias e 4 empates em jogos oficiais neste ano. A liderança no Espanhol e no grupo da Champions League. E um treinador que, irônico, brinca com uma crise que não existe.

Uma "crise de identidade" que, se existia na imprensa e na boca de alguns torcedores, parece ter sido apagada. Já o Milan, este em uma crise muito real e pouco metafísica, afundou-se ainda mais. São cinco jogos sem vitória e, com cinco pontos, o time italiano já tem o segundo lugar na chave ameaçado.

O clube catalão foi a campo com o que de melhor o técnico Tata Martino tinha disponível. Valdés no gol, Daniel Alves e Adriano nas laterais, Mascherano e Piqué no miolo da defesa. No meio, o trio formado por Busquets, Xavi e Iniesta; à frente, Neymar, Alexis e Messi.

No Milan, Massimiliano Allegri levou a campo um time sem Balotelli, astro da seleção italiana. No ataque, ele optou pelo brasileiro Robinho, com Kaká atuando na posição de último homem de meio-campo.

Sem marcar há três jogos e depois de dizer que não está com 100% de sua capacidade, Messi entrou em campo disposto a encerrar o jejum. O argentino procurava a bola logo nos primeiros minutos, e por vezes voltava até o centro do gramado para buscar jogo.

Nos primeiros minutos, ele fez o Camp Nou prender a respiração por duas vezes. Primeiro, em tabela com Xavi aos quatro minutos; no lance seguinte, em bela troca de passes em Neymar. Nos dois lances, faltou acertar o toque final.


Faltava só o último passe. Porque todos os outros estavam nos pés do Barcelona, que tinha a posse de bola, como nos tempos de Guardiola, mas também buscava mais vezes o gol, ao estilo de Tata Martino.

Pelo meio, Xavi, Iniesta e Messi trocavam passes rápidos, enquanto Busquets organizava a transição da defesa para o ataque. Pelas pontas, Neymar e Alexis eram mais incisivos. Aos 20 minutos, o chileno teve grance chance após cruzamento de Adriano, mas chutou para fora.

O Milan segurava-se na defesa, tentando sobreviver ao ritmo do Barcelona. E conseguiu até os 29 minutos, quando Iniesta encontrou Neymar na área e o brasileiro caiu após ser tocado por Abate. O árbitro sérvio Milorad Mazic viu pênalti para o Barcelona.

Na cobrança, Lionel Messi bateu forte, no meio do gol, para abrir o placar e acabar com um jejum que já durava três partidas - o último havia sido justamente contra o Milan, em San Siro, há duas semanas.

O gol tirou um peso das costas de Messi, mas o argentino parecia querer mais. Ele se movimentava o tempo todo, buscando a bola. Messi queria jogo o tempo todo e quase marcou seu segundo gol aos 37 minutos. Em mais um belo passe, Iniesta colocou o argentino frente a frente com Abbiati; a conclusão saiu errada.

Dois minutos depois, aos 39, uma jogada rara no repertório do time catalão. Após cobrança de falta de Xavi na área, Busquets - que fazia partida irrepreensível até então - apareceu de cabeça para marcar o segundo.

Ao Milan, restavam jogadas isoladas, sempre passando pelos pés de Kaká. O brasileiro, que se dividia entre as funções de armar o ataque e também atacar, fazia boa partida e foi recompensado no último lance da primeira etapa. Depois de arrancar pela esquerda, ele tentou um cruzamento, e a bola desviou em Piqué, enganando o goleiro Victor Valdés.

Na segunda etapa, o técnico Massimiliano Allegri lançou mão de Mario Balotelli. O atacante, sem marcar há seis gols, substituiu um Robinho pouco efetivo.

O Barcelona não mudou nem suas peças em campo e começou bem. Aos 3, Messi voltou a criar boa chance em tabela com Xavi. E, aos 6, ele chegou a marcar um gol involuntário desviando um chute de Adriano; mas o argentino estava impedido, e o gol foi anulado.

O Milan, contudo, passou a levar mais perigo. Primeiro, com Balotelli, que chutou para defesa de Valdés; depois, duas vezes com Kaká, que não conseguiu concluir. Aos 17, o brasileiro concluiu bem após cruzamento de Balotelli, mas a bola foi para fora.

O bom desempenho do Milan coincidia com erros do Barcelona na saída de bola e nos passes no meio-campo. De repente, o time catalão tinha menos a bola e passou a usar mais os contra-ataques. O Barcelona corria perigo.

Mas, depois de 10 minutos de agonia, o time voltou a funcionar. E Neymar quase fez um gol de placa no Camp Nou de tantos golaços. Aos 27 minutos, ele fez grande jogada, passou por três adversários e, da marca do pênalti, poderia ter feito um gol a histórico; a bola passou por sobre o gol de Abbiati.

A torcida no Camp Nou aplaudiu a jogada como se fosse um gol.

Neymar driblou quatro jogadores do Milan e quase marcou um golaço.

Mas o gol seguinte, o terceiro de Barcelona no jogo, foi de Messi. Aos 38, ele recebeu passe de Fábregas e ficou frente e a frente com Abbiati. Desta vez, sem perdão. Um toque leve, característico do argentino para matar o jogo.

Aí, começou o show. Messi ainda teve mais duas boas chances, Xavi arriscou um chute que quase entrou no ângulo, e a torcida ainda pôde aplaudir a saída de Neymar, substituído por Pedro.

O Barcelona sofreu por 10 minutos, não manteve o padrão de jogo do início ao fim e poderia ter sido surpreendido.

Mas, neste ano, o time de Tata Martino ainda não foi. Pode ser um time sem brilho de outros anos. Mas também é um time sem crise. Pelo menos até o próximo jogo, no domingo, contra o Bétis, pelo Campeonato Espanhol.

FONTE: ESPN

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