Situação diferente. Logo na primeira bateria Kelly tinha tudo a perder no 2º round da penúltima [9ª etapa] do ASP World Tour 2012. Ele estava nervoso. Collins, wildcard, parecia não estar nem aí. Relaxado, até demais.
Confesso, eu estava tenso. A bateria, já na metade, parecia fácil. Collins não era um cara pilhado, surfou como se não soubesse o que fazer com as ondas, melhores que as de Kelly, que agora tinha a prioridade para fazer seu 5.90. Será a praga do wildcard?
Minutos são como horas, olhando daqui. No mar passam voando como um título mundial. Hora do plano B. Faltando 6 minutos surgiu o que parecia a salvadora. Não foi. Pegou outra no inside, surfando forte, mas na segurança.
Hora do plano C - Collins começava a rezar no outside, com a prioridade. Os dois surfistas recebiam orientações da galera no cliff, mas, como diria Kelly depois da bateria: “a essa distância os caras acabam não ajudando muito. Você tem que tomar suas próprias decisões”.
A nota daquela onda demorou a sair e foi na trave [5.27]. Precisando de apenas 4.13, Kelly pegou uma no inside. Último minuto. Fez a onda toda, sem exageros. O Plano D funcionou e ele ainda está no páreo com 5.93. Nada daquilo que esperávamos, mas ainda há muito pela frente. “Toda vez em que escolhi uma onda ela não foi tão boa. Atrás veio a melhor. Porque não esperei mais um minuto? Não havia muitas ondas e me dei mal com a prioridade, foi uma bateria tensa. Espero ter outras melhores”, disse Kelly e sua vontade eterna por títulos.
Na sequência outro pretendente ao título ficou pelo caminho com os cumprimentos de Wilko e suas manobras de back. Uma delas, linkando 6 manobras, garantiu 9.27. John John é surpreendente, quando encontra ondas. Não foi o caso. Seus 8.66 de somatória refletem a desgraça que foi essa bateria para ele.
Adriano fez uma bela bateria contra Adam Melling. Foi uma batalha de toma lá da cá. Os dois conseguiram garantir um bom show, mesmo em ondas aquém da expectativa. Adriano sabe lidar com adversidades e segue firme e forte.
Pela segunda vez nesse evento Julian Wilson termina uma bateria estapeando o mar e proferindo impropérios. Raoni, mesmo com uma escolha de ondas que deixa qualquer um nervoso, como sempre, conseguiu mostrar o poder de suas manobras e venceu sem sombra de dúvidas.
Damien pegou poucas e boas. No fim a bateria Josh ainda tentou sair da combi voando [7.77], mas as condições não permitiram uma virada. Engraçado, os aéreos só estão funcionando se realmente forem muito altos e acompanhados de outras tantas manobras. Gosto disso.
A previsão não deve ser das melhores, caso contrário não colocariam tantas baterias importantes em ondas tão raras. Kolohe estava soltinho, variando manobras. Confortável. Estava em casa. Mas Jeremy mostrou um surf mais sério e forte. É, os filhos da casa estão se dando mal nesse evento.
Ace tem um dos melhores backsides do Tour, não me entendam mal, deixou Kieren na combi por toda a bateria. A falta de ondas, ou sensibilidade em encontrar as certas, é um grande fator nos resultados.
Heitor estava tão empolgado que acabou nas pedras, sem maiores danos. Esse pico depende muito de sua colocação e escolha das ondas. Mandou 3 manobras sólidas de back, pena ter errado a última. Isso poderia ter feito a diferença no final. Clifton James tem que se dar bem para se garantir no Tour e foi mais eficiente que nosso Heitor.
Miguel, que venceu ali ano passado, conhece essas ondas. Abriu bem a bateria [7.23]. Alejo parecia seguro e surfando com inspiração. Deve ser mais fácil enfrentar alguém que você conhece há tanto tempo. Isso funciona para os dois e Miguel encaixou suas manobras com velocidade e expressão no fim da bateria, mas foi na trave.
Aquela Phanton Cam, captando 1000 frames por segundo, deixa as manobras ainda mais impressionantes. Precisando de 7.28 ainda pegou um inside nos últimos segundos, mas só lhe rendeu duas manobras fortes. Aquelas duas ondas no começo da bateria garantiram a vitória de Alejo por 15.10 X 15.06. Passo importante para que ele, na 19ª colocação no ranking, continue entre os Tops em 2013.
Um bom adjetivo para Bede? Competidor. Bertt combinava mais com as ondas. Veloz, solto e criativo, mas tinha apenas uma boa na conta, surfada no começo da bateria. Bede agrediu mais e pulou para a liderança com 7.57 numa série quando ainda faltavam 10 minutos para o final. Mesmo com a prioridade Brett não pegou mais nada, nem o vencedor Bede.
O Round 3 começou
ASP/Rowland
Fanning fez um notão, mas não encontrou uma segunda
onda e está fora do Coldwater e, provavelmente,
da briga pelo título
Com a maré baixando e o terral começando a soprar as esquerdas começam a funcionar no pico lá no meio da baia.
Taj 14.83 X 12.17 Jadson
Uma onda, pequena, cooperou com Taj que espancou forte [6.83]. Jadson, sem a prioridade lutou boa parte da bateria para encontrar uma boa. Taj, seletivo, mas teve que entrar numa e deixou espaço parra Jadson surfar uma direita maior, que infelizmente não foi tão boa. Taj respondeu ainda na mesma série. Achei que Jadson se recuperaria, mas Taj encontrou o ritmo do mar, que ofereceu mais ondas. Jadson não se encontrou com as boas.
Travis 14.67 X 11.13 Ace
Fizeram o que puderam. Dois goofys com estilos diferentes. Travis, 26º do ranking, fez um surf consistente e apesar de “agaixadinho” soube manter a velocidade e energia nas manobras [8.17].
Medina 16.53 X 14.77 Knox
Taylor está nessa brincadeira há 21 anos e venceu o 1º round. O mar estava mudando. A esquerda quase boa, as direitas quase ruins. Num carving onde utilizou o balando da onda para deixar tudo mais dramático, Taylor marcou 8.50!
Onda linda e longa para Gabriel, mas ele entrou um pouco atrasado, perdeu a primeira manobra e não teve mais possibilidade de verticalização. Ele buscava 7.51 e foi lá para a esquerda. Onda curta, com bom tamanho. Adivinha? Aéreo reverse, grande. A nota demorou outra onda, longa e cheia, do Taylor. Não virou. Outra esquerda, menor, do Gabriel. Outro aéreo, esse mais alto, full rotation. Bateu no peito. A sirene tocou. Ele havia virado [9.53].
Raoni 11.10 X 10.23 Jordy
Jordy continua exagerado, forçando manobras que não precisava. Raoni continua escolhendo mal as ondas. Mas gosto de surf Power. Raoni conseguiu fazer uma longa onda, sem nada extraordinário, mas ocupou bem os espaços e fez 7.33. Mas Jordy precisava de pouco e virou.
Raoni foi numa, mas viu que era fraca e largou no meio para retomar a prioridade. Inteligente. Precisava de 2.90 e fez 3.77. Segurou os minutinhos finais para desespero de Jordy. “Estou só preocupado em surfar e arrumar um patrocinador”, declarou Raoni.
Alejo 13.33X 11.30 Bede
Bede pegou até tubo, mas Alejo aplicou manobras mais amplas, com força. Nada de ondas por muito tempo. Bede necessitava 7.80 e foi numa merreca. Alejo foi lá para o inside, colar no Bede e fechar a fatura. Sem muitas ondas, mas com mérito. “Estou mais confiante, agora me sinto recuperado totalmente”, declarou Alejo.
Joel X Young
Parko não estava para brincadeira. Seu primeiro título mundial está ali na esquina. Mesmo numa menor mostrou seu arsenal de manobras [6.17]. Nat não se intimidou, soltou ótimas pauladas na melhor onda da bateria, mas ainda precisava mais. Joel estava no modo matador e ampliou a diferença com mais 8.73. O vencedor das triagens e local ficou precisando de 8.04. Cometeu o erro de ir na primeira da série nos segundos finais. Parko agradece.
Kelly 15.84 X 14.77 Payne
Depois de ver que não haveria espaço para os dois no pico perto das pedras Dusty foi lá para o meio e pegou uma para passar Kelly. Foi uma boa tática até Kelly, que nessa bateria tirou as botas de borracha e trocou as quilhas, encontrou uma parede limpa para aplicar duas de suas rasgadas patenteadas seguida de outra na junção para fazer 8.67 e deixar Dusty precisando de 9.34. No segundo final Dusty mandou um aéreo absurdo, mas não chegou nem a 9.
Michel 9.67 X 5.27 Kai
As ondas pioraram para a última bateria do dia. Aliás, com raras exceções, foi um dia de notas baixas. Kai não conseguiu achar nada de interessante até o fim da bateria, mesmo precisando de apenas 6.67. Michel foi menos mal e venceu.
“Minhas pernas estavam tremendo no começo da bateria, depois de ver as baterias de Kelly, Fanning, mas me concentrei e deu tudo certo”, disse o taitiano.
Quando o evento recomeçar, possivelmente amanhã lá pelas 13 horas, teremos o final desse terceiro round, com 4 bateria e Mineiro na última contra Patrick Gudauskas. Na sequência teremos aquela rodada com 3 atletas em cada bateria onde ninguém perde. Você assiste tudo por aqui e, a partir das quartas de final, pelos canais ESPN.
FONTE:ESPN
Nenhum comentário:
Postar um comentário