De vilão em 2012 a heroi em 2013: a volta por cima de 'Luquinha'

Em meio à festa do título do Botafogo em um setor VIP do Engenhão, um rapa baixinho, de bermuda e mochila passava quase despercebido em meio a torcedores não fossem os microfones. Quase um ano depois, o mundo de Lucas realmente mudou. O gol do título da Taça Guanabara contra o Vasco praticamente sacramentou a virada do lateral-direito no Botafogo. Na final do Carioca de 2012, Lucas foi expulso na primeira partida da final contra o Fluminense, quando a partida ainda estava empatada em 1 a 1. O resultado final, de 4 a 1 para o Tricolor, praticamente selou o título carioca em apenas uma partida. Lucas saiu como vilão, foi criticado.

No técnico Oswaldo de Oliviera, o lateral encontrou o apoio que precisava para seguir em frente. Nas palavras do treinador, ele é o "Luquinha". Tão logo o camisa 2 bateu com categoria para o fundo da rede vascaína, o técnico pulou como um garoto. Lucas foi abraçado pelos companheiros. Por uma tarde, foi o heroi. Mais experiente, com passagens até pela seleção brasileira após a expulsão contra o Fluminense, Lucas soube superar o passado.

"Não vou dizer volta por cima porque acho que quando acontecem as coisas na nossa vida temos de levantar, sacudir a poeira e reagir. É um processo evolutivo. Tive de passar por aquilo. Houve um processo de evolução. Tenho 24 anos e procuro muito melhorar. A gente está sujeito a situações. Aconteceu aquilo comigo no ano passado porque eu estava em campo. Nesse ano também. Futebol é gostoso por isso", afirmou Lucas.

O técnico Oswaldo de Oliveira não escondeu a felicidade em assistir ao novo momento do lateral-direito. Logo após a expulsão dele contra o Fluminense em 2012, o técnico foi cobrado para afastar o jogador da equipe. O técnico, no entanto, se manteve firme e fez o contrário. Deu força a Lucas mesmo após nova expulsão, na partida seguinte ao confronto contra o Fluminense. O Botafogo foi eliminado em casa para o Vitória, na Copa do Brasil, ao perder por 2 a 1. O lateral-direito recebeu o cartão vermelho por segurar uma bola com a mão.

"A gente tem de ter essa tranquilidade. Naquele momento era o momento de execrar
o Luquinha, de colocá-lo para fora, nunca mais joga no Botafogo. Jogador não é uma peça de
automóvel. Ele oscila, tem problemas familiares, às vezes traz isso para o
trabalho. Luquinha foi pai há pouco tempo, está muito feliz com isso. É um cara
que está se encontrando, tem qualidades inegáveis Acredito que depois desse momento de
afirmação tem muito a crescer", disse Oswaldo.

No meio da festa, Lucas, ainda pouco assediado, parecia atordoado. E tinha um desejo: chegar em casa e assistir ao vídeo de seu gol contra o Vasco. Para cair a ficha e ter a certeza de que o mundo da bola deu mas uma volta.

FONTE: ESPN