domingo, 19 de maio de 2013

Tio de Kevin pede US$ 220 mil para liberar presos, diz revista


A reportagem de capa da "Istoé" desta semana traz novas informações sobre o caso Kevin Beltrán -- o garoto boliviano de 14 anos atingido por um sinalizador e morto em partida entre San José e Corinthians, pela Copa Libertadores, no dia 20 de fevereiro. De acordo com a revista, Jorge Ustarez Beltrán, tio de Kevin e advogado da família, pediu US$ 220 mil (cerca de R$ 400 mil) para libertar os 12 torcedores brasileiros presos em Oruro, acusados de participação no incidente.

O pedido teria sido feito a Sérgio de Moura Ribeiro Marques, advogado brasileiro contratado pelas famílias dos corintianos detidos na Bolívia. Em uma primeira conversa, Beltrán teria admitido ter consciência da inocência dos presos. Outro papo teve mais de uma hora de duração, diz a publicação, que transcreve parte do que teria sido discutido em um restaurante.

“Se não trabalharmos juntos, não iremos solucionar nem o problema da família de Kevin nem libertar os 12. Praticamente, o que propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Os familiares (do adolescente morto) buscam uma reparação material, civil, e isso poderia ser assumido pelo Corinthians”, diz o tio de Kevin, em um dos trechos publicados.

Ainda segundo a "Istoé", que anexa à transcrição o parecer de um perito atestando a autenticidade da gravação obtida pela reportagem, o seguinte acordo é costurado: Beltrán produziria um documento declarando a inocência dos brasileiros e diria que o garoto estava de costas para o campo no momento em que foi atingido pelo sinalizador. A testemunha Beymar Jonathan Trujillo Beltrán, primo de Kevin, assinaria a petição. Estando o adolescente nessa posição, seria impossível o sinalizador ter partido da área do estádio Jesús Bermúdez onde estava a torcida do Corinthians. A contrapartida, exibida em anotação manuscrita de Jorge Beltrán ao qual teve acesso a revista, seria o pagamento dos US$ 220 mil.

O diretor jurídico do clube alvinegro, Luís Alberto Bussab, disse ter tomado conhecimento da proposta, mas afirmou que “o Corinthians não dará dinheiro em troca de um depoimento”. Segundo Marques, advogado dos detidos, o promotor boliviano Alfredo Canavari, que esteve no Brasil para ouvir o menor H. A. M. -- que confessou a autoria do disparo fatal --, recomendou que o acordo fosse aceito.

Marques não evoluiu na suposta negociação com a agremiação do Parque São Jorge e disse que começou a sofrer pressão para que seu escritório (Maristela Basso Advogados) se afastasse do processo. Uma maneira, segundo ele, de o governo brasileiro ficar com o mérito no caso de soltura dos corintianos, que reclamam do tratamento recebido na penitenciária San Pedro e ainda não têm qualquer tipo de julgamento marcado.

Questionado se pediu dinheiro em nome da família de Kevin a algum representante dos torcedores detidos, Jorge Ustarez Beltrán respondeu, segundo a "Istoé": “Formalmente, não”.


FONTE: ESPN

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